Série "LITURGIA HORARUM": "Ordinário da Liturgia das Horas - Tempo comum"

Salve Maria caros irmãos e irmãs,

Estamos chegando ao fim da nossa pequena série Liturgia Horarum. Amanhã disponibilizaremos uma seleção de 5 perguntas frequentes, referentes à Liturgia das Horas. Mas hoje, disponibilizamos o Ordinário da Liturgia das Horas do Tempo comum, em que contem já vários salmos fixos e cantos utilizados durante o decorrer das liturgias.

Mas, o que é o "Ordinário da Liturgia das Horas?" Explicaremos abaixo, veja:

Qualquer dúvida referente à esta bela e fortificadora prática para todos nós, basta entrar em contato conosco, fazendo um comentário em uma de nossas postagens.

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O que é um Ordinário dentro da Liturgia?


O Ordinário, é aquela parte da Liturgia (Missa, Liturgia das Horas, etc.) em que não muda nas diferentes ocasiões. Ou seja, são aquelas partes da Liturgia em que é a mesma coisa para Todos os tempos do ano litúrgico, para as solenidades, para festas, memórias, etc.

Por exemplo, todos estamos acostumados a ir na Missa, não é mesmo? Então, aquelas partes da Missa em que você ouve, lê, ou fala em todas as Missas, fazem parte do Ordinário da Missa. Por exemplo: Invocação da Santíssima Trindade (logo no começo), Ato penitencial, Hino de Louvor (Glória), Pai Nosso, etc.

Na Liturgia das Horas é a mesma coisa. Existem partes que não vão mudar, conforme as ocasiões.

Vejamos a definição dada Dicionário Elementar de Liturgia, contido no Portal Ecclesia, em seu  a cerca da definição de Ordinário (ordo):
A "ordenação", para além da introdução sacramental de uma pessoa na ordem dos ministros eclesiais, é também a regulação de um rito.O ordo ou "ordem" ou "rito" de uma celebração está contido no livro ou parte do livro que recebe o nome de "Ordinário": assim, no "Ordinário da Missa" encontramos o Comum de todas as missas, a parte fixa (o Glória, o Pai-Nosso, etc.), em oposição ao "Próprio da Missa" com as orações e antífonas variáveis de uma solenidade, de uma festa ou da memória de um santo. Em latim, os diversos livros utilizam esta expressão: "Ordo Missæ, Ordo Dedicationis, Ordo Baptismi, Ordo Confirmationis, Ordo Ponitantiæ, Ordo Lectionum Missæ", etc.
Nas traduções em português chama--se "Introdução Geral" ou "Instrução Geral" às introduções, feitas de orientações teológicas e pastorais, de alguns livros litúrgicos, que, em latim, se intitulam "Institutio Generalis". Assim, chama-se "Introdução Geral ao Missal Romano", ou a "Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas", com as suas siglas IGMR e IGLH. Também o "Ordo Lectionum Missæ" se traduz como "Ordenamento das Leituras da Missa" (OLM).
Chama-se "Tempo Comum" ao "Tempo ordinário, durante o ano" (Tempus per annum), à sucessão de trinta e quatro semanas e domingos que não entram dentro dos tempos "fortes" e que constituem a trama da maior parte do ano cristão. 

Se você quer ter acesso ao Ordinário da Liturgia das Horas (Tempo Comum), é só clicar aqui.
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Fonte:
"Dicionário Elementar de Liturgia - Portal Ecclesia" (Citação)
"CNBB" (Ordinário da Liturgia das Horas - Tempo comum)

Série "LITURGIA HORARUM": "Ritos a observar na celebração comunitária"

Salve Maria caros irmãos e irmãs,

Pelo fato de os capítulos serem um pouco extensos, para postarmos aqui. Trabalharemos com resumos dos mesmos, retirados do site "Liturgia das Horas".

Como dito acima, o texto que segue é apenas um resumo, do qual estamos apresentando apenas os capítulos I, II e V. O capítulo III pode ser encontrado aqui, e o capítulo IV pode ser encontrado aqui.

Segue o resumo do 5º capítulo.

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CAPITULO V

RITOS A OBSERVAR
NA CELEBRAÇÃO COMUNITÁRIA

I. DIFERENTES FUNÇÕES A DESEMPENHAR

[...]
258. Na falta de presbítero ou diácono, quem presidir ao Ofício é em tudo igual aos outros. Por isso, nem ocupará o presbitério, nem saudará nem abençoará a assembleia.

259. Os que desempenharem o ofício de leitor farão as leituras, quer longas quer breves, de pé, no lugar próprio.

260. A entoação das antífonas, salmos e cânticos será feita pelo cantor ou cantores. Quanto à salmodia, observar-se-ão as normas indicadas acima, nn. 121-125.

[...]
262. A obrigação coral refere-se à comunidade e não ao local da celebração, que pode não ser forçosamente a igreja, sobretudo para as Horas celebradas sem solenidade.

263. Todos os participantes estão de pé:
a) durante a introdução ao Ofício e versículo introdutório de cada Hora;
b) durante o hino;
c) durante o cântico evangélico;
d) durante as preces, oração dominical e oração conclusiva.

264. Todos escutam sentados as leituras, menos o Evangelho.

265. Durante os salmos e cânticos, com suas antífonas, a assembleia pode estar sentada ou de pé, conforme o costume.

266. Todos fazem o sinal da cruz, da fronte ao peito e do ombro esquerdo ao direito:
a) no princípio das Horas, quando se diz: Vinde, ó Deus, em meu auxílio;
b) ao começar os cânticos evangélicos, Benedictus, Magnificat, Nunc dimíttis.
Faz-se o sinal da cruz sobre os lábios, no princípio do Invitatório, às palavras Abri, Senhor, os meus lábios.
[...]

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Para visualizar o CAPÍTULO V completo, basta clicar aqui.
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Para visualizar a INSTRUÇÃO GERAL SOBRE A LITURGIA DAS HORAS, basta clicar aqui.

Série "LITURGIA HORARUM": "Santificação do dia: as diversas horas litúrgicas"

Salve Maria caros irmãos e irmãs,

Pelo fato de os capítulos serem um pouco extensos, para postarmos aqui. Trabalharemos com resumos dos mesmos, retirados do site "Liturgia das Horas".

Como dito acima, o texto que segue é apenas um resumo, do qual estamos apresentando apenas os capítulos I, II e V. O capítulo III pode ser encontrado aqui, e o capítulo IV pode ser encontrado aqui.

Segue o resumo do 2º capítulo.

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CAPÍTULO II

SANTIFICAÇÃO DO DIA:
AS DIVERSAS HORAS LITÚRGICAS

I. INTRODUÇÃO A TODO O OFÍCIO

34. A introdução a todo o Ofício é normalmente formada pelo Invitatório. Este é constituído pelo versículo — Abri, Senhor, os meus lábios: E a minha boca anunciará o vosso louvor — e pelo salmo 94. Este salmo é um convite dirigido todos os dias aos fiéis para que celebrem os louvores de Deus e escutem a sua voz, e ao mesmo tempo uma exortação a esperarem «o repouso do Senhor». Se parecer bem, o salmo 94 pode ser substituído pelos salmos 99, 66 ou 23.
O salmo invitatório deve ser recitado, como se indica no lugar próprio, em forma responsorial, quer dizer, acompanhado da respectiva antífona. Esta é enunciada e repetida no princípio, e retomada após cada estrofe.

35. O Invitatório tem o seu lugar próprio no princípio de todo o ciclo da oração quotidiana; isto é, ou antes das Laudes ou antes do Ofício das Leituras, conforme o dia se iniciar com uma ou outra destas duas ações litúrgicas. No caso de se dever antepor a Laudes, pode-se omitir eventualmente o salmo com a respectiva antífona. [...]

II. LAUDES E VÉSPERAS

37. «As Laudes, como oração da manhã, e o as Vésperas, como oração da tarde, constituem segundo uma venerável tradição da Igreja universal, como que os dois pólos do Ofício quotidiano; por isso, devem considerar-se como Horas principais, e como tais se devem celebrar».

38. As Laudes destinam-se a santificar o tempo da manhã; e, como se pode ver por muitos dos seus elementos, neste sentido estão estruturados. O seu caráter de oração da manhã está belamente expresso nestas palavras de S. Basílio Magno: «O louvor da manhã têm por fim consagrar a Deus os primeiros movimentos da nossa alma e do nosso espírito, de modo a nada empreendermos antes de nos alegrarmos com o pensamento de Deus, segundo o que está escrito: «Lembrei-me de Deus, e enchi-me de alegria» (Salmo 76,4); e ainda para que o corpo não se entregue ao trabalho antes de fazermos o que está escrito: «Eu Vos invoco, Senhor, pela manhã, e ouvis a minha voz: de manhã vou à vossa presença e espero confiado» (Salmo 5,4-5). Esta Hora, recitada ao despontar da luz de um novo dia, evoca também a Ressurreição do Senhor Jesus, a Luz verdadeira que ilumina todos os homens (cf. Jo 1,9), o «Sol de Justiça» (Mal 4,2), o «Sol nascente que vem do alto» (Lc 1,78). Neste sentido, compreende-se perfeitamente a recomendação de S. Cipriano: «Devemos orar logo de manhã para celebrar, na oração matinal, a Ressurreição do Senhor».

39. As Vésperas celebram-se à tarde, ao declinar do dia «a fim de agradecermos tudo quanto neste dia nos foi dado e ainda o bem que nós próprios tenhamos feito». Com esta oração, que fazemos subir «como incenso na presença do Senhor» e em que o «erguer das nossas mãos é como o sacrifício vespertino», recordamos também a obra da Redenção. E, «num sentido mais sagrado, pode ainda evocar aquele verdadeiro sacrifício vespertino que o nosso Salvador confiou aos Apóstolos na última Ceia, ao inaugurar os sacrossantos mistérios da Igreja, quer aquele sacrifício vespertino que, no dia seguinte, no fim dos tempos, Ele ofereceu ao Pai, erguendo as mãos para a salvação do mundo inteiro». Finalmente, no sentido de orientar a nossa esperança para a luz sem crepúsculo, «oramos e pedimos que sobre nós brilhe de novo a luz, imploramos a vinda de Cristo, que nos virá trazer a graça da luz eterna». Nesta hora, unimos as nossas vozes às das Igrejas orientais, cantando: «Luz esplendente da santa glória do Pai celeste e imortal, santo e glorioso Jesus Cristo! Chegada a hora do sol poente, contemplando a estrela vespertina, cantamos ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo...».

40. Dar-se-á, portanto, a estas duas Horas de Laudes e Vésperas a máxima importância como oração da comunidade cristã. Promover-se-á a sua celebração pública e comunitária, principalmente entre as pessoas que vivem em comunidade. Recomenda-se mesmo a sua recitação a todos os fiéis que não possam tomar parte na celebração comunitária.

41. As Laudes e as Vésperas começam pelo versículo — Vinde, ó Deus, em meu auxílio. Socorrei-me sem demora — ao qual se segue o Glória ao Pai... com o Como era no princípio..., e (fora do tempo da Quaresma) Aleluia. Tudo isto, porém, se omite nas Laudes, quando estas forem antecedidas do Invitatório.

42. Segue-se o hino respectivo. A função do hino é dar a cada hora do Ofício ou a cada festa como que a sua tonalidade própria; e ainda, de modo particular nas celebrações com o povo, tornar mais fácil e agradável o começo da oração.

43. A seguir ao hino, vem a salmodia, conforme os nn. 121-125. A salmodia das Laudes consta de um salmo de caráter matinal, um cântico do Antigo Testamento e um salmo laudatório, segundo a tradição da Igreja. A salmodia das Vésperas consta de dois salmos (ou de duas seções de um salmo mais longo) adequados a esta Hora e à celebração com o povo, mais um cântico tirado das Epístolas ou do Apocalipse.

44. Terminada a salmodia, segue-se uma leitura, breve ou longa.

45. A leitura breve é variável conforme o dia, o tempo litúrgico ou a festa. Há de ser lida e escutada como verdadeira proclamação da palavra de Deus, na qual se propõe, de uma forma incisiva, um pensamento sagrado e é posta em relevo alguma frase mais breve que na leitura contínua da Sagrada Escritura passaria despercebida. As leituras breves variam para cada dia do ciclo salmódico.

46. Em vez da leitura breve, pode-se escolher, mormente na celebração com o povo, uma leitura bíblica mais longa tirada quer do Ofício das Leituras quer das leituras da Missa, devendo-se escolher de preferência aqueles textos que, por qualquer razão, não tenham podido ser lidos. Nada impede também que, uma vez por outra, se escolha uma leitura mais apropriada, segundo as normas dos nn. 248-249 e 251.

47. Na celebração com o povo, se parecer bem, pode-se ajuntar uma breve homilia, de comentário à leitura precedente.

48. Após a leitura ou a homilia, se for oportuno, pode-se guardar um momento de silêncio.

49. Como resposta à palavra de Deus, segue-se um canto responsorial ou responsório breve, que eventualmente se pode omitir. Também pode ser substituído por outro canto de função e características idênticas, desde que esteja devidamente aprovado pela Conferência Episcopal.

50. Seguidamente, diz-se o cântico evangélico com sua antífona: nas Laudes, o cântico de Zacarias, Benedictus; nas Vésperas, o cântico da B. Virgem Maria, Magnificat. Estes cânticos, cujo uso radica numa tradição secular e popular da Igreja Romana, são um hino de louvor e ação de graças pela redenção. As antífonas de Benedictus e de Magnificat variam conforme o dia, o tempo litúrgico ou a festa.

51. Terminado o cântico, seguem-se: nas Laudes, as preces, a consagrar o dia ao Senhor; nas Vésperas, as súplicas de intercessão (cf. nn. 179-193).

52. Às preces ou às súplicas segue-se o Pai Nosso, recitado por todos.

53. Depois do Pai Nosso, diz-se a oração conclusiva. Esta, para os dias de semana do Tempo Comum, vem no Saltério; para os restantes dias, no Próprio.

54. Seguidamente, no caso de presidir à celebração um sacerdote ou diácono, este faz a despedida do povo, com a saudação O Senhor esteja convosco e a bênção, como na Missa, e o convite Vamos em paz. R. Amen. Aliás, termina a celebração com O Senhor nos abençoe, etc.

III. OFÍCIO DAS LEITURAS

55. O Ofício das Leituras visa proporcionar ao povo, e muito especialmente àqueles que de modo peculiar estão consagrados ao Senhor, uma meditação mais rica da Sagrada Escritura e das mais belas páginas dos autores espirituais. Embora as leituras que hoje se fazem na Missa, todos os dias, formem já um ciclo bastante completo dos textos bíblicos, todavia, o tesouro da revelação e da tradição contido no Ofício das Leituras pode ser de grande proveito espiritual. São os sacerdotes os primeiros que devem procurar aproveitar-se destas riquezas, de modo que, recebendo eles mesmos a palavra de Deus, a possam dispensar a todos e façam do seu ensino «alimento do povo de Deus».

56. «A leitura da Escritura sagrada deve ser acompanhada da oração, para que seja um diálogo entre Deus e o homem: «a Ele falamos quando oramos, a Ele ouvimos quando lemos os divinos oráculos». E é por isso que o Ofício das Leituras se compõe também de salmos, hino, oração e outras fórmulas, que lhe dão um caráter de verdadeira oração.

57. Segundo a Constituição Sacrosanctum Concilium, o Ofício das Leituras, «embora, quando recitado no coro, conserve o seu caráter de louvor noturno, deve ser reformado no sentido de se poder recitar a qualquer hora do dia; o número dos salmos deve também ser reduzido, e as leituras mais longas».

58. Neste sentido, aqueles que por direito particular estão obrigados a manter este Ofício com o seu caráter de louvor noturno, ou aqueles que louvavelmente assim o queiram fazer, quer o recitem de noite quer de madrugada, antes de Laudes, devem escolher, no Tempo Comum, o hino dentro da série destinada a este fim. Além disso, para os domingos, solenidades e certas festas, ter-se-á em conta o que se diz nos nn. 70-73, a respeito das vigílias.

59. Salvo a disposição do número precedente, o Ofício da Leitura pode-se recitar a qualquer hora do dia, ou até no dia anterior, à noite, depois de recitadas as Vésperas.

60. No caso de o Ofício das Leituras se recitar antes de Laudes, será precedido do Invitatório, como acima ficou dito (nn. 34-36). Aliás, começará pelo versículo Vinde, ó Deus, em meu auxílio... com Glória ao Pai, Como era, e (fora do tempo da Quaresma) Aleluia.

61. A seguir, diz-se o hino. Este, no Tempo Comum, toma-se ou da série noturna, como atrás ficou dito (n. 58), ou da série diurna, consoante a hora da celebração.

62. Vem depois a salmodia, constituída por três salmos (ou três seções, no caso de os salmos correntes serem mais longos). No Tríduo Pascal, nos dias dentro das oitavas da Páscoa e do Natal, bem como nas solenidades e festas, os salmos, com as respectivas antífonas, são próprios. Nos domingos e dias de semana, os salmos, com as respectivas antífonas, tomam-se da série corrente do Saltério. Tomam--se igualmente da série corrente do Saltério nas memórias dos Santos, a não ser que estas tenham salmos e antífona próprias (cf. nn. 218 ss.). 63. Depois dos salmos, diz-se normalmente, o versículo, a servir de transição entre a salmodia e as leituras.

64. São duas as leituras: a primeira, tirada da Bíblia; a segunda, das obras dos Padres ou dos Escritores eclesiásticos, ou então uma leitura hagiográfica.

65. Após cada leitura, diz-se um responsório (cf. nn. 169-172). [...]

68. Nos domingos fora da Quaresma, nos dias dentro das oitavas da Páscoa e do Natal, nas solenidades e festas, após a segunda leitura com seu responsório, diz-se o hino Te Deum (o qual se omite nas memórias e nos dias de semana). Querendo, pode-se omitir a última parte deste hino, desde o verso Salvai o vosso povo até ao fim.

69. O Ofício das Leituras termina com a oração própria do dia, seguida, pelo menos na recitação comunitária, da aclamação Bendigamos ao Senhor. R. Graças a Deus.

V. TERÇA (ORAÇÃO DAS NOVE), SEXTA (ORAÇÃO DAS DOZE) E NONA (ORAÇÃO DAS QUINZE HORAS): HORA MÉDIA

74. Segundo a mais antiga tradição, e a exemplo do que se fazia na Igreja Apostólica, costumavam os cristãos, por devoção privada, orar a certas horas do dia, mesmo no meio do trabalho. Com o decorrer dos tempos, esta tradição veio a revestir diversas formas de celebração litúrgica.

75. O uso litúrgico, tanto do Oriente como do Ocidente conservou a Oração das Nove, das Doze e das Quinze Horas, sobretudo por lhes andar ligada a memória de certos acontecimentos da Paixão do Senhor e da primeira propagação do Evangelho.

76. O Concilio Vaticano II ordenou que, no coro, se mantivessem a Oração das Nove, das Doze e das Quinze Horas. Salvo direito particular, devem igualmente manter o uso litúrgico de recitar estas três Horas os que professam vida contemplativa. Aliás, a todos é recomendado, mormente àqueles que tomam parte em retiros espirituais ou em reuniões de caráter pastoral.

77. Fora do coro, salvo o direito particular, é permitido escolher uma só destas três Horas, a que mais convier à hora do dia, a fim de manter a tradição de orar durante o dia, a meio do trabalho.

78. Na estrutura da Oração das Nove, das Doze e das Quinze Horas, atendeu-se tanto aos que recitam uma só destas Horas, ou seja, a “Hora Média”, como aos que, por obrigação ou devoção, recitam as três.

79. A Oração das Nove, das Doze e das Quinze Horas, ou Hora Média, começam pelo versículo introdutório, Vinde, ó Deus, em meu auxílio..., com Glória, Como era, e (fora do tempo da Quaresma) Aleluia. Segue-se o hino correspondente à Hora. Depois vem a salmodia. A seguir, uma leitura breve, seguida de um versículo. Termina-se com a oração e, pelo menos na recitação comunitária, com a aclamação Bendigamos ao Senhor. R. Graças a Deus.

80. Para cada uma destas Horas, estão indicados hinos e orações diferentes, a condizer, segundo a tradição, com o tempo verdadeiro, no sentido de melhor se obter a santificação das horas do dia. Por isso, quem recitar uma Hora somente deverá escolher os elementos correspondentes a essa Hora. Leituras breves e orações variam também consoante o dia, o tempo litúrgico ou a festa.

81. Apresenta-se um duplo esquema de salmodia: uma corrente, outra complementar. Quem recitar só uma Hora escolherá a salmodia corrente. Quem recitar mais do que uma Hora, dirá numa delas a salmodia corrente e nas outras a complementar.

82. A salmodia corrente consta de três salmos (ou três secções, no caso de salmos mais extensos) do ciclo do Saltério, com suas antífonas, salvo indicação em contrário.
Nas solenidades, no Tríduo Pascal e nos dias dentro das oitavas da Páscoa e do Natal, dizem-se antífonas próprias com os três salmos da salmodia complementar, salvo se houver salmos especiais ou a celebração duma solenidade ocorrer ao domingo; neste último caso, tomam-se os salmos do domingo, correspondentes à 1ª semana.

83. A salmodia complementar consta de três grupos de salmos, normalmente escolhidos da série dos salmos ditos «graduais».

VI. COMPLETAS

84. As Completas são a última oração do dia. Rezam-se antes de iniciar o descanso noturno, ainda que, eventualmente, já passe da meia-noite.

85. As Completas começa, do mesmo modo que as restantes Horas, pelo versículo Vinde, ó Deus, em meu auxílio..., com Glória, Como era e (fora do tempo da Quaresma) Aleluia.

86. A seguir, é louvável que se faça o exame de consciência. Na celebração comunitária, este é feito ou em silêncio ou inserido num ato penitencial, segundo os formulários do Missal Romano.

87. Depois diz-se o hino respectivo.

88. A salmodia, nos domingos, depois das I Vésperas, consta dos salmos 4 e 133; depois das II Vésperas, do salmo 90. Para os outros dias, foram escolhidos salmos apropriados, que excitem sobretudo a confiança no Senhor. É, porém, facultada a substituição destes salmos pelos do domingo, para comodidade, principalmente, daqueles que desejem porventura rezar Completas de cor.

89. Depois da salmodia, há uma leitura breve, seguida do responsório Em vossas mãos. A seguir, diz-se o cântico evangélico Nunc dimíttis (Cântico de Simeão), com a respectiva antífona. Este cântico é, de certo modo, o ponto culminante de toda esta Hora litúrgica.

90. A oração conclusiva é a que vem indicada no Saltério.

91. Depois da oração, diz-se, mesmo na recitação individual, O Senhor nos conceda...

92. E termina-se com uma das antífonas de Nossa Senhora. No tempo pascal, diz-se sempre Regina caeli (Salve Rainha do Céu). Além das antífonas que vêm no livro da Liturgia das Horas, podem as Conferências Episcopais aprovar outras. [...]

XII. SILÊNCIO SAGRADO

201. Geralmente, em todas as celebrações litúrgicas se há de procurar «guardar, nos momentos próprios, um silêncio sagrado». Consequentemente, na celebração da Liturgia das Horas, facultar-se-á também a possibilidade de uns momentos de silêncio.

202. E assim, conforme as conveniências e a prudência aconselharem, seguindo o costume dos nossos maiores, poder-se-á introduzir uma pausa de silêncio após cada salmo, depois de repetida a antífona, mormente quando, a seguir ao salmo, se disser uma coleta salmódica (cf. n. 112); ou ainda após as leituras, breves ou longas, antes ou depois do responsório. Este momento de silêncio visa obter a plena ressonância da voz do Espírito Santo nos corações e unir mais estreitamente a oração pessoal à palavra de Deus e à oração oficial da Igreja. Cuidar-se-á, porém, que o silêncio não venha alterar a estrutura do Ofício ou causar aos que nele participam mal-estar ou enfado.

203. Na recitação individual, é deixada mais ampla liberdade quanto a estas pausas, com o fim de meditar alguma fórmula susceptível de estimular afetos espirituais, sem que por isso o Ofício perca o seu caráter de oração pública. [...]

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Para visualizar o CAPÍTULO II completo, basta clicar aqui.
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Para visualizar a INSTRUÇÃO GERAL SOBRE A LITURGIA DAS HORAS, basta clicar aqui.

Série "LITURGIA HORARUM": "Importância da Liturgia das Horas ou Ofício Divino na vida da Igreja"

Salve Maria caros irmãos e irmãs,

Pelo fato de os capítulos serem um pouco extensos, para postarmos aqui. Trabalharemos com resumos dos mesmos, retirados do site "Liturgia das Horas".

Como dito acima, o texto que segue é apenas um resumo, do qual apresentaremos apenas os capítulos I, II e V. O capítulo III pode ser encontrado aqui, e o capítulo IV pode ser encontrado aqui.

Para que o aprendizado seja mais sólido e proveitoso, é muito importante que se leia a instrução completa. A I.G.L.H, em sua forma integral, será disponibilizada dia 01 de novembro de 2013.

Segue o resumo do 1º capítulo.

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CAPÍTULO I

IMPORTÂNCIA DA LITURGIA DAS HORAS
OU OFÍCIO DIVINO NA VIDA DA IGREJA

1. A oração pública e comunitária do povo de Deus é com razão considerada uma das principais funções da Igreja. Daí que, logo no princípio, os batizados «eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fração do pão e às orações» (At 2, 42). Da oração unânime da comunidade cristã nos dão repetidos testemunhos os Atos dos Apóstolos.
Que também os fiéis se costumavam entregar à oração individual em determinadas horas do dia, provam-no igualmente os documentos da primitiva Igreja. Depois foi-se introduzindo muito cedo, aqui e além, o costume de consagrar à oração comunitária alguns tempos especiais, por exemplo, a última hora do dia, ao entardecer, no momento em que se acendiam as luzes, e a primeira hora da manhã, quando, ao despontar o astro do dia, a noite chega ao seu termo. Com o decorrer dos tempos, foram-se ainda santificando pela oração comunitária outras horas, que os Padres viam insinuadas na leitura dos Atos dos Apóstolos. Assim, os Atos falam-nos dos discípulos reunidos [para a oração] à terceira hora; o Príncipe dos Apóstolos «sobe ao terraço da casa para orar, por volta da sexta hora» (10, 9); «Pedro ... e João sobem ao templo, para a oração da hora nona» (3, 1); «a meio da noite, Paulo e Silas, em oração, entoavam louvores a Deus» (16, 25).

2. Estas orações, feitas em comunidade, foram-se progressivamente organizando, até que vieram a constituir um ciclo horário bem definido. Esta Liturgia das Horas, ou Ofício Divino, embora enriquecida de leituras, é antes de mais oração de louvor e de súplica: oração da Igreja, com Cristo e a Cristo. [...]

IV. QUEM CELEBRA A LITURGIA DAS HORAS

a) Celebração comunitária

20. A Liturgia das Horas, tal como as demais ações litúrgicas, não é ação privada, mas pertence a todo o corpo da Igreja, manifesta-o e afeta. O caráter eclesial da celebração aparece-nos com toda a sua clareza – e, por isso mesmo, é sumamente recomendável – quando realizada, com a presença do próprio Bispo rodeado dos seus presbíteros e restantes ministros, por uma Igreja particular, «na qual está presente e operante a Igreja de Cristo, una, santa, católica e apostólica». Esta celebração, quando levada a efeito, mesmo sem a presença do Bispo, por um cabido de cônegos ou por outros presbíteros, far-se-á sempre atendendo à verdade das Horas e, tanto quanto possível, com a participação do povo. O mesmo se diga dos cabidos das colegiadas.

21. As outras assembleias de fiéis, entre as quais há que destacar as paróquias como células da diocese, localmente constituídas sob a presidência dum pastor como substituto do Bispo, e que «dalgum modo representam a Igreja visível estabelecida por toda a terra», celebrem as Horas principais, quanto possível, na igreja e em forma comunitária.

22. Sempre que os fiéis são convocados e se reúnem para celebrar a Liturgia das Horas, pela união das vozes e dos corações manifestam a Igreja que celebra o mistério de Cristo. [...]

27. Os grupos de leigos, onde quer que se encontrem reunidos, seja qual for o motivo destas reuniões — oração, apostolado ou outro motivo — são igualmente convidados a desempenhar esta função da Igreja, celebrando alguma parte da Liturgia das Horas. Importa, de fato, que aprendam acima de tudo a adorar a Deus Pai em espírito e verdade na ação litúrgica, e se lembrem que, através do culto público e da oração, eles podem atingir todos os homens e contribuir muito para a salvação do mundo inteiro.
Convém, finalmente, que a família, qual santuário doméstico da Igreja, não se contente com a oração feita em comum, mas, dentro das suas possibilidades, procure inserir-se mais intimamente na Igreja, com a recitação dalguma parte da Liturgia das Horas. [...]

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Para visualizar o CAPÍTULO I completo, basta clicar aqui.
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Para visualizar a INSTRUÇÃO GERAL SOBRE A LITURGIA DAS HORAS, basta clicar aqui.

Série "LITURGIA HORARUM": "O que é a Liturgia das Horas e qual a sua importância?"

Salve Maria caros irmãos e irmãs,

Hoje, começamos então mais uma nova série denominada LIGURGIA HORARUM (Liturgia das Horas).

Nessa série vamos procurar conhecer um pouco mais essa tamanha riqueza da Igreja, e aqueles que nunca ouviram falar, poderão passar a conhecer e caso entreguem-se, poderão também amá-la e procurar praticá-la.

Para começarmos, trago abaixo um curto vídeo do programa "A Resposta Católica" apresentado pelo Revmº Pe. Paulo Ricardo, em que é respondida a pergunta: O que é a Liturgia das Horas e qual a sua importância?


Amanhã, começaremos a trabalhar em cima da IGLH - Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas. Trataremos capítulo por capítulo, afim de que possamos caminhar progressivamente.

Postagem de amanhã: Capítulo I - "Importância da Liturgia das Horas ou Ofício Divino na vida da Igreja".

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Fonte: A Resposta Católica

Não, Pio XII não se calou

Salve Maria caros leitores,

Segue abaixo um artigo importado do site CHRISTO NIHIL PRAEPONERE, em que é deixado bem claro para que Pio XII jamais compactuou com qualquer das atitudes dos líderes nazistas (entenda-se Hitler). De certa maneira me lembrou um pouco do que estamos vivenciando com os ataques contra o Papa Francisco (nota-se também evidente o amor dos dois papas para com os pobres e marginalizados).
Vale a pena parar uns minutinhos para ler, e saber como defender a Santa Igreja e a identidade Papal dessa corja demoníaca que ataca a Igreja e seus membros.

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Passados 55 anos da morte do venerável Papa Pio XII, é momento de voltar alguns anos e honrar a sua grandiosa memória



Há uma lenda negra em curso: a de que o Papa Pio XII teria sido conivente com os crimes perpetrados pelos nazistas em meados do século XX.

Essa mentira nasceu de uma peça teatral, produzida por Rolf Hochhuth, no ano de 1963, de nome "O Vigário" (Der Stellvertreter, em alemão). Nela, Eugenio Pacelli é retratado como um homem pusilânime e covarde diante da deportação de judeus para campos de concentração. A obra de Hochhuth inspirou o filme Amen (Costa-Gavras, 2002). No decorrer da trama, um padre jesuíta tem pressa para falar com o Papa, para pedir a ele que se manifeste com mais veemência a favor dos judeus e contra o Holocausto. O clérigo é recebido com frieza pela personagem de Pacelli, que se limita a dizer que o coração do Pontífice sangra pelas vítimas do Holocausto... e nada mais.

O auge da difamação acontece em 1999, com a publicação de "O Papa de Hitler" (The Hitler’s Pope). Mesmo que o seu autor, John Cornwell, tenha admitido que, ao escrever a dita biografia, "faltou equilíbrio" de sua parte, o mito permanece e não são poucos os acadêmicos que recorrem a todas estas obras mentirosas para acusar a Igreja de conluio com Hitler.

Os fatos, porém, são outros. Hoje, sabe-se que tanto barulho em torno da figura de Pacelli não passou de um plano arquitetado pela KGB para desacreditar a Igreja Católica. Além disso, ainda que Pio XII tenha preferido a estratégia de ações concretas para poupar a vida de milhares de judeus, não é correto falar que o Pontífice tenha se "silenciado" diante da iniquidade que se passava na Alemanha.

A ação de Eugenio Pacelli contra o nazismo começa ainda no pontificado de Pio XI, quando ele era secretário do Estado do Vaticano. Em 1937, foi ele quem escreveu grande parte da famosa encíclica Mit Brennender Sorge ("Com ardente preocupação"), condenando os erros do nazismo. "Naquele tempo, Pio XI estava gravemente doente e lembro-me de [que] ele reteve o texto de Pacelli durante dois dias, corrigindo-o só levemente e assinando-o, depois. Portanto, esta encíclica que mostrava o verdadeiro rosto do nazismo, foi obra do cardeal Pacelli", conta o padre Roberto Leibier, colaborador de Pio XII.

A carta foi lida integralmente, durante a Missa, em mais de 11 mil igrejas da Alemanha. Suas palavras eram duras: "Só espírito superficiais podem cair no erro de falar de um Deus nacional, de uma religião nacional, e empreender a louca tentativa de encerrar Deus, criador do mundo, nos limites de um só povo e na estreiteza étnica de uma única raça". E ainda: "As leis humanas que estão em contraste insolúvel com o direito natural, estão feridas de vício original, não sanável nem com coações nem com desdobramento de força externa".

Os nazistas tinham entendido a mensagem de Roma. Ainda que a carta de Pio XI em nenhum momento usasse as palavras "nazismo" ou "judeus", o órgão oficial da SS – a organização paramilitar ligada ao Partido Nazista – qualificara a encíclica como "um insulto à nova Alemanha". Também Hitler reagiu à ousadia da Igreja, no 1º de maio daquele mesmo ano: "Não podemos suportar que esta autoridade, que é a autoridade do povo alemão, seja atacada por quem quer que seja. Isto vale para todas as Igrejas. Enquanto elas se ocupam dos seus problemas religiosos, o Estado não se preocupa com elas. Mas, quando elas tentam, através de medidas de todo o gênero, com escritos, encíclicas, etc., atribuir a si mesmas direitos que competem exclusivamente ao Estado, nós reprimi-las-emos (...). Da moralidade do Estado e do povo alemão tratarão os dirigentes do Estado alemão".



A represália dos dirigentes do Partido Nazista foi grande. A imprensa católica foi suprimida e processos contra clérigos católicos ressuscitaram das cinzas. Quando o Papa Ratti faleceu e Pacelli foi eleito, ele sabia da responsabilidade que tinha diante de si, do perigo que corriam não só os judeus, mas os próprios católicos alemães. Se uma mensagem com expressões indiretas causara tamanho rebuliço, uma condenação mais direta poderia causar uma verdadeira tragédia.

Mesmo consciente disto, Pio XII não se calou. Mal assumira o trono de Pedro, Pio XII condenou "a premeditada agressão a um povo pequeno, trabalhador e pacífico, com o pretexto de uma ameaça que nem existe nem é querida e nem sequer é possível" e pediu o respeito "às verdadeiras necessidades e às justas exigências das nações e dos povos, como também das minorias étnicas", fazendo clara alusão ao povo judeu.

Quando o exército alemão invadiu os países baixos, novamente o Pastor Angelicus levantou a sua voz. Enviou telegramas aos soberanos da Holanda, da Bélgica e de Luxemburgo, deplorando as ações bélicas nazistas perpetradas "contra a sua vontade e o seu direito". De novo, as atitudes do Papa não agradaram nada às potências do Eixo. O texto das mensagens diplomáticas foi publicado por L’Osservatore Romano e "os ardinas do jornal vaticano foram maltratados tal como foram agredidos todos os que foram vistos com um exemplar do diário".

Em dezembro de 1940, Pio XII oferece socorro aos refugiados da guerra e decide nominar diretamente os judeus. "Nem menor conforto é para nós ter tido condições de consolar, com a assistência moral e espiritual dos nossos representantes e com o óbolo dos nossos subsídios, um número enormíssimo de refugiados, de expatriados e de emigrantes, também entre os de estirpe semita...".

As manifestações do Santo Padre não param aí. Nas grandes radiomensagens natalícias de 1941 e 1942, o Papa Pacelli não poupou tinta para condenar a totaler Krieg ("guerra total") de Hitler e "o conceito que reivindica para certas nações, raças ou classes o instinto jurídico, como último imperativo e norma sem apelação". Era uma denúncia direta do ódio pregado pelos orgulhosos advogados da "raça ariana", os nazistas.

Um fato particularmente curioso da vida de Pacelli ilustra sua inconformidade visceral com os projetos de Adolf Hitler. De acordo com a sua fiel serviçal, a irmã Paschalina Lehnert, Pio XII estava convencido, ainda nos tempos de nunciatura em Berlim, de que Hitler "estava completamente possesso". Tudo leva a crer que estas palavras devem ser lidas em seu sentido literal. Um de seus sobrinhos conta que "Pio XII teria até o hábito de rezar, durante a guerra, orações de exorcismo para tentar expulsar o diabo da alma de Hitler".

Papa de Hitler? Pode-se até questionar a ação diplomática de Pio XII em tempos de guerra: se poderia ter sido mais prudente ou mais enfático, se poderia ter se pronunciado mais ou dito menos... Porém, falar de "silêncio" ou pior, de pacto com Hitler, é aderir à tática suja de quem usa qualquer pedaço de pau para bater na Igreja Católica. O Pastor Angelicus manifestou-se várias vezes em favor da vida dos inocentes e contra as arbitrariedades ideológicas dos partidários nazistas.

Isto não é apologia de católico papista; é apenas história.

Por Equipe Christo Nihil Praeponere
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Referências:

  1. The papacy: For God’s sake
  2. O fim de uma longa farsa
  3. Andrea Tornielli, Pio XII, il Papa degli ebrei. Trad. António Maia da Rocha. Porto: Ed. Civilização. P. 99
  4. Pius XI, Mit Brennender Sorge (14/03/1937)
  5. Discurso a los miembros del Sacro Colegio y de la Prelatura Romana con motive de las felicitaciones de Navidad
  6. Andrea Tornielli, Pio XII, il Papa degli ebrei. P. 163
  7. Allocuzione "Grazie, Venerabili fratelli"
  8. Natal de 1942
  9. Lehnert P., Pio XII – Il privilegio di servirlo, Rusconi, Milão 1984
  10. Andrea Tornielli, Pio XII, il Papa degli ebrei. P. 110


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Fonte (dessa importação): Site CHRISTO NIHIL PRAEPONERE

São Francisco de Assis e o Santíssimo Sacramento

Salve Maria caros leitores,

Hoje (04 d eoutubro), dia em que a Igreja celebra a memória de São Francisco de Assis (Solenidade para todos os seguimentos franciscanos), trago à vocês uma carta de São Francisco, direcionada à todos os Custórios dos frades menores (aqueles que não são Franciscanos, podem entender essa carta, também para si).

São Francisco de Assis, rogai por nós!

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O site indicado no final deste artigo trouxe uma importante matéria sobre como São Francisco de Assis recomendava colocar o melhor que se podia em honra do Santíssimo Sacramento.

Em uma carta de São Francisco de Assis a todos os Superiores dos Frades Menores, ele diz:

“A todos os Custódios dos frades menores que receberem esta carta, Frei Francisco, pequenino servo vosso em Deus Nosso Senhor… Peço-vos ainda com mais insistência do que se pedisse por mim mesmo, supliqueis humildemente aos clérigos, todas as vezes que o julgueis oportuno e útil, que prestem a mais profunda reverência ao Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo bem como a seus santos nomes e palavras escritos, que tornam presente o seu Sagrado Corpo.

Os cálices e corporais que usam, os ornamentos do altar, enfim tudo quanto se relaciona ao sacrifício, sejam de execução preciosa.

E se em alguma parte o Corpo do Senhor estiver sendo conservado muito pobremente, reponham-no em lugar ricamente adornado e ali o guardem cuidadosamente encerrado segundo as determinações da Igreja, levem-no sempre com grande respeito e ministrem-no com muita discrição.

Igualmente os nomes e palavras escritos do Senhor deverão ser recolhidos, se encontrados em algum lugar imundo, e colocados em lugar decente.

E em todas as pregações que fizerdes, exortai o povo à penitência e dizei-lhe que ninguém poder salvar-se se não receber o Santíssimo Corpo e Sangue do Senhor.

E quando o sacerdote o oferecer em sacrifício sobre o altar, e aonde quer que o leve, todo o povo dobre os joelhos e renda louvor, honra e glória ao Senhor Deus vivo e verdadeiro.

Anunciai e pregai a todo o povo o seu louvor, de modo que a toda hora, ao dobre dos sinos, o povo todo, no mundo inteiro, renda sempre graças e louvores ao Deus onipotente.

E todos os meus Irmãos custódios que receberem esta carta e a copiarem e guardarem consigo e a fizerem copiar para os Irmãos incumbidos da pregação e do cuidado dos Irmãos, e pregarem até o fim o que nela está escrito, saibam que terão a bênção do Senhor Deus e a minha.

E isto lhes seja imposto em virtude da verdadeira e santa obediência. Amém.”

Numa segunda carta São Francisco insistia:

“A todos os custódios dos frades menores que receberem esta carta, Frei Francisco, o menor dos servos de Deus, envia saudação e santa paz no Senhor. Sabei que existem algumas coisas que aos olhos de Deus são sumamente superiores e sublimes, as quais os homens por vezes julgam vis e abjetas; e outras existem que os homens tem em alto preço e admiração, ao passo que Deus as vê como as mais vis e abjetas. Peço-vos, diante de Deus Nosso Senhor, tanto quanto posso, que entregueis aquela carta que trata do Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor aos bispos e clérigos e guardai bem na memória o que a respeito disso vos recomendamos.

Acerca da outra carta que vos envio, rogo-vos que a façais chegar às mãos dos podestás, cônsules e regentes; fazei dela muitas cópias, para que se divulguem entre os povos e publicamente os louvores de Deus. Cuidai bem de entregá-la àqueles que a devem receber.”

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Fonte: "Cartas de São Francisco de Assis", versão digital INTRATEXT

São Miguel, o demônio e o combate espiritual. [Sermão]

Salve Maria caros leitores,

Segue abaixo a transcrição da homilia do Revmº Pe. Daniel Pinheiro, pertencente à Arquidiocese de Brasília, por ocasião da Festa de Dedicação de São Miguel Arcanjo / 19º Domingo depois de Pentecostes (no calendário Tridentino) celebrada no último 29 de setembro; gaste alguns minutos para ler esse belo sermão, creio que será bastante edificante para a vossa alma.

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Sermão para a Festa da dedicação de São Miguel Arcanjo / 19º Domingo depois de Pentecostes
29.09.2013 – Padre Daniel Pinheiro

Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.

Ave Maria…

“São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate para não perecermos no dia do juízo terrível.” (Aleluia da Missa da Festa Dedicação de São Miguel Arcanjo)

A Festa que nós celebramos hoje não é simplesmente a Festa de São Miguel Arcanjo, mas é a Festa da Dedicação de São Miguel Arcanjo. Que dedicação é essa? Originalmente, se trata, provavelmente, da dedicação a São Miguel Arcanjo, feita nos primeiros séculos, nos subúrbios de Roma, de uma Igreja que ficava próxima à Via Salaria. Esse é, talvez, o significado original da Festa. Todavia, ela significa, hoje, a dedicação da Igreja Católica a São Miguel Arcanjo, que é, então, defensor da Santa Igreja.

A doutrina comum dos teólogos admite que há anjos da guarda não só dos homens, mas também de sociedades, de países, de dioceses, de paróquias, etc. São Miguel é como o anjo da guarda da Santa Madre Igreja, como o foi do povo judeu. E como anjo da guarda ele defende a Igreja constantemente dos males e perigos. Ele combate os demônios para que não façam tanto dano quanto gostariam de fazer. Ele favorece e inspira boas decisões aos membros da hierarquia. Ele oferece a Deus nossas orações: no momento da incensação no ofertório se invoca especificamente a intercessão de São Miguel Arcanjo. O incenso representa nossa oração e São Miguel a apresenta diante de Deus. São Miguel Arcanjo nos assiste também na hora de nossa morte e, por isso, se pede a ele, na Missa de Réquiem (de Defuntos), que leve as almas à santa luz. Eis algumas das funções de São Miguel a quem a Santa Igreja se dedica.

Todavia, São Miguel é o príncipe da milícia celeste, ele nos defende no combate. E creio que seja esse o principal fruto que podemos tirar hoje dessa festa: “a vida do homem sobre a terra é um combate (militia est vita hominis super terram)”, como nos diz o livro de Jó (7, 1). E, como nos diz São Paulo, não é somente contra a carne e o sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades do inferno, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra os espíritos malignos espalhados nos ares (Efésios 6, 12). E Nosso Senhor diz: “Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Vim trazer não a paz, mas a espada” (Mateus 10, 34). E, assim, poderíamos multiplicar as passagens da Sagrada Escritura que nos mostram que estamos em combate, em combate pela glória e honra do Deus altíssimo, pelo bem e liberdade da Igreja e em combate pela salvação de nossas almas. E, por isso, a Igreja que está no mundo se chama Igreja Militante.

Nosso combate é, então, principalmente contra o demônio, o pai do pecado. Os demônios, os anjos caídos, têm por finalidade conduzir o homem à separação de Deus. Os demônios odeiam profundamente a Deus e odeiam a imagem e semelhança que os homens em estado de graça têm com Deus. Os demônios trabalham, portanto, para destruir a vida da graça em nós. Fazem isso por ódio a Deus e por inveja a nós, que ainda temos a possibilidade de nos salvarmos. O desejo íntimo deles é que a adoração devida a Deus seja prestada a eles. Se te prostrares a meus pés, adorando-me, eu te darei tudo isso, diz o demônio a Nosso Senhor. E, para atingir o seu propósito, satanás e seus asseclas têm armas poderosas. Evidentemente, eles tentam as pessoas individualmente, sugerindo o pecado, colocando coisas na nossa imaginação, por exemplo, tentando nos fazer consentir no mal. Lembro, porém, que os demônios não podem agir sobre nossa inteligência nem sobre a nossa vontade. Aqui, somente nós e Deus podemos agir. Mas os demônios vão além dessa tentação individual. Querendo ser como Deus, eles imitam a ação de Deus. Deus faz que todas as coisas se dirijam ao bem daqueles que o amam. Os demônios, ao contrário, tentam dirigir tudo para o mal. Eles potencializam ao máximo os pecados individuais para formar, a partir deles, estruturas de pecado, quer dizer, o demônio usa esses pecados pessoais para organizar e sistematizar uma cultura que favoreça o pecado, para organizar sociedades, grupos que favoreçam o pecado, etc. Podemos ver isso no caso das falsas religiões, que, às vezes, começam com um pecado pessoal – pensemos no caso de Lutero, por exemplo, que, com seus escrúpulos, dividiu a cristandade ao meio, criando o protestantismo para justificar a sua consciência. Podemos ver essa estrutura de pecado nas sociedades secretas, na maçonaria, verdadeira anti-Igreja. Essas estruturas de pecado estão muito bem instaladas hoje, caros católicos. Às vezes, elas são evidentes, como nos casos que acabamos de mencionar e outros: falsas religiões, sociedades secretas, indústria pornográfica, o sistema político que não leva em conta Deus e sua Igreja, etc. Muitas vezes, porém, essas estruturas são mais discretas, menos perceptíveis. É o caso de muitas das diversões de nossos dias. Quantos filmes que introduzem sorrateiramente um ponto contra a fé ou que introduzem por uma única cena a impureza em nossa alma. E a televisão, então? E quantas músicas, seja pela letra seja pelo ritmo também não favorecem o pecado, a desordem nos nossos apetites. E também os livros ruins… São João Bosco, em uma de suas visões, via a barca da Igreja sendo atacada por livros… por livros ruins. Agora, há meios bem mais eficientes de atacá-la: os filmes ruins, a televisão, internet. Não estou dizendo que essas coisas são necessariamente ruins. Podem ser boas. Mas quão raramente podemos encontrar filmes que de nenhum modo prejudiquem a nossa alma ou programas de TV que de nenhum modo prejudiquem a nossa alma. Temos também as modas ofensivas a Nosso Senhor, as máximas do mundo, jogos de computador. Em algumas coisas, o demônio se manifesta mais claramente, como na série Harry Potter, por exemplo, ou como em um jogo de computador em que o objetivo é matar o Papa. A diversão moderada é legítima, mas não é lícita a diversão quando se ofende a Deus ou quando se prejudica a nossa alma. É o demônio o principal autor da cultura de morte em que vivemos hoje, uma cultura que favorece e facilita tanto o pecado e mesmo pecados gravíssimos como o aborto, a prática homossexual, etc. Quão grande deve ser o nosso cuidado com tudo isso, para evitarmos em tudo a ofensa a Deus.

O demônio é insidioso, ele arma ciladas para nos perder, e, como nos diz São Pedro, “o demônio, nosso adversário, anda ao redor de nós como um leão que ruge, buscando a quem devorar” (1 Pedro 5, 8). O demônio ataca. Suas armas são poderosíssimas. No mais das vezes, ele é sutil, tentando fazer com que sirvamos a dois senhores, a Deus e ao mundo, mundo entendido aqui como tudo o que conduz ao pecado. O demônio nos sugere: “você pode servir a Deus, mas não precisa abandonar aquela série de TV de que você tanto gosta só porque lá se fala um pouquinho mal da Igreja ou porque lá se faz uma apologia do amor livre”; “você pode servir a Deus, mas não precisa abandonar aquela roupa de que você gosta e que atrai olhares indevidos.” “você pode servir a Deus, mas não precisa abandonar aqueles lugares mundanos que você frequenta”; “isso aqui é só um pecado leve, não pode fazer tão mal, não precisa abandoná-lo…”

O demônio ataca… e nós, nos defendemos ou nos deixamos levar por essas ciladas, caros católicos? Devemos combater o bom combate. Se as armas do demônio são poderosas, elas não são nada comparadas às armas que Deus nos dá, pois o demônio é como um nada diante de Deus. Auxiliados pela graça e apoiados em NSJC, em Nossa Senhora, nos anjos e santos, os ataques do demônio serão vãos. Para nos defender e atacar, algumas de nossas principais armas são: a fé viva, a oração, os sacramentos (confissão, comunhão e crisma, para quem ainda não é crismado), a meditação da paixão de Cristo, a devoção a Nossa Senhora, os sacramentais (em particular água benta, a bênção do lar), a fuga das ocasiões de pecado, a mortificação, etc… E, importantíssimo, caros católicos, é preciso ter um desejo profundo da santidade, de amar a Deus com todo o nosso ser e ao próximo por amor a Deus. Devemos ter esse desejo profundo de servir unicamente a Nosso Senhor Jesus Cristo. Devemos considerar com frequência a bondade de Deus, suas perfeições. Devemos considerar com frequência a alegria que é servi-lo aqui na terra e a alegria que teremos no céu, se servimos a um só Senhor aqui na terra.

O demônio, como não poderia deixar de ser, ataca também a Igreja. A tentação é clara e, mais uma vez, é, no fundo, aquela terceira tentação de Cristo no deserto: “Igreja, se te prostrares diante de mim, adorando-me e adaptando a tua doutrina e a tua moral, te darei tudo: a aceitação do mundo, maior número de fiéis, não haverá mais perseguições, etc.” Quão mentiroso é o demônio. Se a Igreja não pode sucumbir, caros católicos, pois as portas do inferno não prevalecerão, conforme as promessas de Cristo, essa tentação é bem real e bem presente para os homens da Igreja. Nós devemos, então, rezar a São Miguel para que defenda a Igreja, ele que é seu protetor. Na liturgia tradicional, após a Missa rezada, o padre diz as chamadas orações leoninas, introduzidas pelo Papa Leão XIII, e depois complementadas por São Pio X. Depois da Missa rezada, o padre se ajoelha diante do altar e recita com os fiéis três Ave-Marias, uma Salve Rainha, uma oração para Nossa Senhora na qual se pede a exaltação e a liberdade para a Igreja. Em seguida, recita a oração a São Miguel Arcanjo, contra o demônio e os outros espíritos malignos. E se concluem as orações leoninas com a invocação ao Sagrado Coração de Jesus, repetida três vezes. Assim, todos os padres no mundo inteiro imploravam diariamente e diante do altar, logo após a Missa, a intercessão de São Miguel contra as ciladas do demônio. Isso se perdeu com reforma litúrgica. Não é de se espantar que a influência do demônio tenha aumentado. Devemos recitar diariamente essa oração a São Miguel Arcanjo, caros católicos, pela Igreja e por nós mesmos, para que sejamos preservados das insídias e ciladas do demônio. E devemos usar as armas que mencionamos há pouco.

O demônio é um anjo caído, extremamente inteligente e muito capaz no mal, mas ele é uma mera criatura. O demônio não é um deus do mal, mas ele é uma pura criatura, infinitamente inferior a Deus, a Nosso Senhor Jesus Cristo. E inferior aos anjos, que possuem a graça de Deus. Em particular, ele é muito inferior a São Miguel. O nome Miguel indica justamente isso, pois Miguel quer dizer: quem é como Deus? Ninguém é como Deus, soberano Senhor e criador de todas as coisas. Sendo uma mera criatura, o demônio só age no mundo na medida em que Deus o permite, segundo os desígnios da sua divina providência. A ação do demônio também entra nos planos da divina providência e Deus permite que ele aja para tirar da ação do demônio um bem muito superior. Vemos isso claramente durante a vida de Nosso Senhor. O demônio incitou a paixão e a morte de Nosso Senhor, pensando vencer definitivamente o Messias. Mas sem saber e sem querer, ele trabalhou para a salvação do mundo e para a sua própria derrota. Deus não quer a ação do demônio, mas ele não a impede, para tirar dela um bem superior. Como nos diz Santo Agostinho: “O Deus todo poderoso [...], sendo sumamente bom, não deixaria de nenhum modo que existisse o mal, se Ele não fosse suficientemente poderoso e bom para tirar do mal um bem” (Enchiridion III, 11) e um bem maior. O demônio é uma mera criatura, e Deus, não impedindo o mal realizado pelo demônio, tira desse mal, das tentações, um bem maior, para sua glória e para nós, se buscamos em todas as coisas a vontade de Deus.

Estamos em um grande combate, caros católicos, um combate espiritual. Não só contra a nossa carne ferida pelo pecado original, não só contra o mundo, mas contra os espíritos malignos. Nesse combate, devemos recorrer aos anjos, a São Miguel em primeiro lugar, aos nossos anjos da guarda. E devemos fazer isso de forma correta, pois existem hoje várias devoções aos anjos que não estão de acordo com a prática católica. Em particular, a prática de dar nome aos anjos e de lhes atribuir determinadas funções específicas. Só conhecemos o nome de três anjos: Gabriel, Rafael, Miguel. Portanto, não se deve falar de Uriel e outros. Não se deve comparar a ação dos anjos a algo parecido com a astrologia, determinando-se um mapa astral dos anjos ou outras práticas que beiram a superstição ou o esoterismo. Em particular, a Santa Sé diz (decreto de 1992 da Congregação para a doutrina da Fé) que as “teorias (da senhora Gabriele Bitterlich, fundadora da Obra dos Santos Anjos) acerca do mundo dos anjos, dos seus nomes pessoais, dos seus grupos e funções”, são “estranhas à Sagrada Escritura e à Tradição”, e que essas teorias “não podem servir como base para a espiritualidade e atividade de associações aprovadas pela Igreja.” A Igreja só admite os três nomes conhecidos na Sagrada Escritura – Gabriel, Rafael, Miguel – como afirmam os Capítulos de Carlos Magno e o Concílio Romano realizado sob o Papa Zacarias. Na Igreja de Santa Maria dos Anjos em Roma, nos conta Bento XIV, havia uma pintura com nomes de outros anjos. Foi mandado que esses nomes fossem apagados (Bento XIV, L. IV, Cap. XXX). Sigamos a doutrina tradicional da Igreja na devoção aos anjos e não revelações privadas proibidas ou duvidosas.

Devemos rezar a São Miguel Arcanjo e ao nosso anjo da guarda. A oração “Santo Anjo do Senhor”, para o anjo da guarda, não é uma oração para crianças, mas uma oração para todos, crianças e adultos, que deve ser feita diariamente, principalmente pela manhã e em momentos de necessidade, para que nosso anjo da guarda nos ajude.

Estamos em um grande combate. Combate pela glória do Deus altíssimo. Combate pela vida eterna. Nós fazemos parte da Igreja Militante, caros católicos, e não simplesmente da Igreja peregrina. Devemos nos armar com as armas espirituais, para que possamos dizer ao fim de nossas vidas, como São Paulo, em uma das mais belas frases da Sagrada Escritura: “combati o bom combate, guardei a fé”. Que nós possamos combater o bom combate contra a carne, o mundo, o demônio, e possamos guardar a fé, e uma fé viva, animada pela caridade. “Tende confiança, nos diz Nosso senhor, eu venci o mundo.” (Jo XVI, 33). Ânimo, coragem. Para Deus, nada é impossível.

Recorramos sempre com grande confiança a São Miguel nesse combate, ele que é o Príncipe das milícias celestes, ele que porta o estandarte da Cruz. São Miguel Arcanjo, defendei-nos nesse combate, sede nossa guarda contra a maldade e ciladas do demônio. Instantemente e humildemente pedimos que Deus sobre ele impere; e vós, príncipe da milícia celeste, com o poder divino, precipitai no inferno a Satanás e aos outros espíritos malignos, que vagueiam pelo mundo para a perdição das almas.

Em nome do pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.
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Fonte: Blog "Missa Tridentina em Brasília"