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Cuidado com a batina!

Salve Maria caros leitores,

Trago para vocês no dia de hoje, aina nesse mês vocacional, um artigo do Revmº Pe. Gaspar Pelegrini em que ele trata de um assunto que é, de certa forma, bastante discutido entre vocacionados ao sacerdócio e aqueles que já são seminaristas.

Muito bom o artigo. Vale a pena ler.

* * *


  
Padres da FSSP, em um distrito da França
Sei que o título deste artigo soa estanho. Mais ainda vindo de um padre que usa sempre a batina. Mas eu repito: cuidado com a batina!
Se me permitem, eu me explico.

Para tanto, temos que recordar o sentido da batina. E quando digo batina, entenda-se o hábito sacerdotal, seja a batina mesma ou o clergyman, ou outra veste sacerdotal.

A batina tem como fim ser um sinal para os outros e para o padre. Para os outros a batina ajuda a identificar o sacerdote em meio a outras pessoas. O padre, como nos dizia o Beato João Paulo II, não pode perder-se no anonimato. Ele é sinal de Deus. É luz, é referência. Ele tem que ser visto, tem que ser encontrado com facilidade. E o hábito sacerdotal ajuda a identificar o padre.

A vista de um padre nos leva a pensar em Deus, a lembrar-nos de Deus de quem o padre é sinal e mais ainda, ministro. Se estamos num perigo e vemos um policial, nós nos tranqüilizamos e vamos até ele pedir ajuda. A farda não faz o policial, mas facilita encontrá-lo, identificá-lo. Como também o nome de uma loja não é a loja, mas ajuda a encontrá-la. A batina não é o padre. O poder não está na batina. Mas a batina ajuda muito a encontrar o padre. E para o Padre?

O hábito o ajuda a não se esquecer de sua missão, de sua entrega a Deus. A batina é para o padre proteção, alerta e às vezes, até sinal vermelho. Alerta porque se ele está com a sua veste própria, é convidado a agir como sacerdote. O hábito lembra ao padre uma coisa que muitas vezes não queremos aceitar: o padre não é uma pessoa comum. Não é um homem como os demais. Não. O jovem que é chamado por Deus e é ordenado padre, sim, é um homem como os demais. Mas, enquanto sacerdote, não é mais como os demais. Houve uma mudança em seu próprio ser. Ele não se pertence mais, não tem direito de agir como se não fosse sacerdote. Isso o próprio povo de Deus espera de nós. O povo quer e tem direito de ver no padre um padre.

Às vezes também a batina pode ser um sinal vermelho para o padre no sentido em que como sacerdote, vestido como padre, ele não pode tomar certas atitudes, ir a certos lugares, etc. A batina é ainda um desafio para o padre. Temos que ser o que a batina representa. Por isso eu digo: cuidado com a batina. Cuidado, meu irmão padre, para não se esquecer de seu hábito que lhe recorda sua identidade. Cuidado com a batina, pois ela o sinaliza. Suas ações e atitudes são vistas como ações de um ministro de Deus. Mas quando digo aqui “cuidado com a batina”, eu quero mesmo é insistir num outro aspecto totalmente diferente.

Um dos grandes significados da batina é lembrar ao padre e aos outros que ele abriu mão de muitas coisas para se dedicar a Cristo, na simplicidade, na pobreza, numa vida austera, embora cheia de alegria. Ou seja, a batina nos convida a renunciar a roupas ostensivas, roupas de marca, cores preferidas por nós, roupas da moda, etc. Por isso se diz que a batina é sinal de morte para o mundo. Neste sentido. Mas eu percebo um pouco hoje entre nós padres e, talvez, mais ainda, entre seminaristas, uma atitude que é uma grande incoerência: usar a batina por vaidade. Fazer da batina um meio de ostentação. Já viram na internet fotos de padres e seminaristas fazendo poses de batina, querendo imitar fotos antigas, um pezinho pra frente, olhar para o infinito, uma boa quantidade de gel no cabelo, etc., etc?

A batina que tem que ter não sei quantos botões, em honra dos anos da vida de Jesus, das bem-aventuranças, dos coros angélicos... O tecido tem que ser tal que para dê uma boa caída. A faixa tem que ter tantos centímetros de largura, uma franja bem entrelaçada para lembrar a rede de São Pedro. A capinha para imitar S. João Bosco. O solidéu... Outro dia um jovem desistiu de nosso Seminário porque me perguntou se nossos seminaristas usavam solidéu e eu disse que não. Imaginem. Uma vocação condicionada a um solidéu...

E o preço que às vezes se paga por uma batina, porque tem tal tipo de corte, é de tal marca... Até a batina virou roupa de marca. O que acontece então? Aquela veste que seria um convite à simplicidade e à pobreza, torna-se ocasião de vaidade, de ostentação, de consumismo. Nestes casos, o uso da batina não serve para mostrar a condição de ministros de Deus, mas para a pessoa se mostrar, se exibir através da batina. Mais triste ainda quando a pessoa que faz uso da batina tem um comportamento que não condiz em nada com a condição de discípulos de Cristo, mortos para a vaidade e para as coisas mundanas. Por isso digo: cuidado com a batina!

Não estou defendendo que não se use a batina. Até porque eu só ando de batina. Quero dizer que devemos usá-la corretamente. Ter cuidado porque o diabo, que se veste de anjo de luz, pode também querer usar da batina para nos fazer cair no contrário de tudo o que ela significa e nos recorda.

Cuidado com a batina! Cuidado para não deixar de lado este grande sinal. Cuidado para não usá-la mal, deformando o seu significado. Cuidado para não transformar o remédio em veneno. Cuidado para não transformar o hábito que é um sinal do que trazemos lá dentro de nós, em uma capa que esconde o que lá dentro não está bem. Dizer “cuidado com a batina” não é um convite para não usá-la, mas um apelo a usá-la corretamente, segundo o que realmente ela é e nos lembra: sinal de morte às coisas mundanas, entrega e consagração a Deus como seus ministros no seguimento de Cristo, a serviço de nossos irmãos.

Escrito por Padre Gaspar Pelegrini.

O seminarista e o uso da batina

Salve Maria,
 
 
Seminaristas podem andar de batina?

Depende do bispo. O hábito eclesiástico não é obrigatório, e alguns bispos não gostam muito.

Já o sacerdote não precisa do gosto do bispo, ele é obrigado a usar, seja a batina, seja o clergyman.

A obrigatoriedade é a do clérigo, assim como a do celibato, a da obediência e etc. Mas nem por isso vão ser celibatários e obedientes depois de diáconos.

Na forma extraordinária, o seminarista utiliza quando recebe a tonsura.Na forma ordinária, não saberia dizer com respeito às rúbricas.

As virtudes, como os vícios, são frutos de hábitos, ou seja, repetição. Se adquire o hábito de usar a batina com a repetição, tal como o hábito do celibato com a repetição dos costumes referentes a este.

O desejo e a confirmação de Deus para servir a Cristo pelo sacerdócio vem muito antes da Ordenação. Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci e te chamei Jr 1,5 . O amor pela Sagrada Liturgia, pelos sacramentos, pela castidade, pelas virtudes já deve ser cultivado ainda em tempo de vocacionado. O seminarista para os olhos do mundo não é apenas um mero candidado ao sacerdócio, mas alguém que reflete a vontade de Jesus ao perpertuar em seus ministros ordenados o ofício confiado pelo Pai em salvar almas. Lembrem-se que é pensando nas milhares pessoas que você irá batizar, confessar, unir ao matrimônio, etc que Deus quer que você vocacionado, renuncie a si mesmo e O siga para este grandioso ministério.

O Concílio Vaticano II oderna na decreto Optatam totius que todos os seminaristas seja como um "pré-padre" no exemplo de fidelidade a Deus, e essa fidelidade começa do amor à batina até a entrega da morte, ou seja, sempre.

Exponha-se aos alunos o contributo dos Padres da Igreja oriental e ocidental para a Interpretação e transmissão fiel de cada uma das verdades da Revelação, bem como a história posterior do Dogma tendo em conta a sua relação com a história geral da Igreja. Depois, para aclarar, quanto for possível, os mistérios da salvação de forma perfeita, aprendam a penetra-los mais profundamente pela especulação, tendo por guia Santo Tomás, e a ver o nexo existente entre eles. Aprendam a vê-los presentes e operantes nas acções litúrgicas e em toda a vida da Igreja. Saibam buscar, à luz da Revelação, a solução dos problemas humanos, aplicar as verdades eternas à condição mutável das coisas humanas e anuncia-las de modo conveniente aos homens seus contemporâneos.

Optatam totius parágrafo 16 - disciplinas e seu método.
 
 
Do mesmo modo que convém ao postulante/noviço usar hábito, convém ao seminarista usar batina.

O postulante/noviço não sabe se vai professar os votos, ele pode sair do instituto, mas tem que se habituar às virtudes referentes à vocação à qual aspira.
 
É muito oportuno o questionamento sobre o uso da batina pelo seminarista ou não, mas com princípios inválidos, logo, conclusões equivocadas. Porém, algo de muito bom podemos tirar de tudo isso:

1°. Realmente o hábito eclesiástico é para clérigos (no caso dos diocesanos) e religiosos (aqui varia de comunidade religiosa à comunidade religiosa [...]).

2°. A infração de uma regra não pode tolher o uso, explico-me: se um seminarista, o qual não é clérigo, usa o hábito eclesiástico por veleidade, vaidade e afins, logo, não é por isso que não convenha o uso do mesmo, salvaguardando o legítimo uso com piedade, discrição etc.

Assim, penso que seja útil trazer um texto de Santo Tomás de Aquino que nos pode abrir horizontes.
 
A batina é um mau para quem não é clérigo?

 
Antes de mais nada, cabe-nos a clareza do que seja o mal em poucas palavras.

O grande Doutor da Igreja, Santo Tomás de Aquino, ensina-nos que "o mal enquanto mal não é algo nas coisas, mas é privação de algum bem particular, que inere a algum particular', e mais adiante explica que "algo se diz mau de dois modos":

1. simpliciter;

2. secundum quid;

Com respeito ao n° 1: Ora, dizemos que é mau simpliciter o que é mau em si. E isto se dá quando algo é privado de algum bem particular de que depende a sua perfeição, assim como a doença é um mal para o animal, por privá-lo da igauldade de humores que se requer para o perfeito ser do animal.

Com respeito ao n°2: Diz-se que é mau secundum quid o que não é maus em si, e sim com relação a outra coisa; uma vez que, evidentemente, não é privado de um bem de que dependa a sua perfeição, mas de um bem de que depende a perfeição de outra coisa, assim como o fogo é privado da forma de água, da qual não depende a perfeição do fogo, mas da perfeição da água; donde o fogo não ser mau em si, sendo mau porém, para a água.

Assim, a própria pena é boa simpliciter, mas é má para este pecador; e por isso se diz de DEUS que ELE cria o mal, mas dá a paz, já que a pena não contribui o apetite do pecador, mas para a paz contribui o apetite daquele que recebe a paz. Criar, no entanto, é fazer algo que não foi posto na existência por ninguém antes. E, assim, evidentemente, diz-se que o mal foi criado não enquanto mal, mas enquanto é bom simpliciter, e mau secundum quid.
 
O hábito eclesiástico contribui para a formação do candidato ao sacerdócio, auxilia-o na mortificação e na penitência, visto ser este o significado do hábito. Em poucas palavras, o hábito eclesiástico é uma mortuária, no dizer do Pe. Paulo Ricardo.
 
Basta para nós que a Igreja durante séculos utiliza deste método para formar os candidatos para sabermos que ele é salutar. A penitência e a mortificação fazem parte da vida clerical, assim como da religiosa¹. A razão para tal é de fundo teológico mesmo, ou melhor, do abandono da sã teologia.
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¹ As monjas do Carmelo não abandonaram seus hábitos e continuam morando neste belíssimo país tropical.

Ficou claro que a Batina, e/ou qualquer distintivo não é mau simpliciter, nem secumdum quid, né?! Sendo assim, pode a vontade de quem usa ser má, mas nunca a culpa será da batina e/ou do distintivo.

É bom lembrar que Santo Tomás de Aquino no De Malo diz que mesmo um tato de louvor/amor à DEUS pode ser mal, quando não é feito como se deve e quando se deve e da maneira que se deve. Logo, não é o amor ou o louvor que é mal, sem sem si mesmo (simpliciter), nem com relação a algo (secundum quid), mas a vontade do operante.


Para os que querem seguir as normas da Igreja, mesmo quando ela não nos obriga mas apenas aconselha: na Diocese de Roma os seminaristas utilizam o hábito eclesiástico na admissão.
 
O Padre Paulo Ricardo disse-nos: "o hábito eclesiástico me protege de mim mesmo!", observando como a concupiscência fica inibida pela penitência trazida pelo hábito eclesiástico.

Os seminaristas precisam desta penitência e mortificação também? A resposta é evidente e nem sequer precisa pelo artigo ser exposta.
 
A Igreja obrigou sim o uso do hábito para seminaristas, e ainda é ao menos na forma extraordinária. Se forma ordinária não é obrigatório, isso é devido ao espírito conciliar condenado por Josef Ratzinger em seus inúmeros escritos. Devemos ser fiéis à letra do Concícilio e não ao seu espírito, o qual é revolucionário (como afirma Nicola Bux) e de ruptura (Josef Ratzinger, o qual continua afirmando isso depois de Papa).

É necessário esclarecer que o uso da batina é impotante, até importantíssimo. Visto que a concupiscência é combatida com o uso do hábito, no calor, no frio, com a postura a ser testemunhada etc.

Contudo, é preocupante quando os entes acidentais são tratados como entes substanciais. Exemplo: Homem é quem tem cérebro. Logo, anacéfalo pode morrer; visto que um dos atributos do homem é a sua racionalidade, a qual os materialistas atribuem ao cérebro, e não à alma, como a razão pode demonstrar.

Usamos esta anologia para que possamos compreender que um sacerdote que não usa a batina, nem mesmo clergyman, está em desobediência (exceto no caso do clergyman), sim. Contudo, sua formação pode ter sido um tanto deficiente, e mesmo sua formação humana no seio de sua família, impedindo-o de ter atitudes de caráter enérgico. É necessário sermos compassivos, sem deixar de sermos autênticos e no tempo oportuno, levar seminaristas e sacerdotes de boa vontade a fazerem uso do hábito eclesiástico.

E que fique claro: o uso do hábito auxilia muitíssimo. E é por esta razão que a Santa Madre Igreja nos ordena a usar as possibilidades descritas acima.

Esse é um dos benefícios da batina. Uma vez que a nossa memória e a nossa imaginação, duas das quatro faculdades internas de nossa complexidade intelectual, são estimuladas pelos sentidos externos: olfato, tato, gustação, audição e visão.

Tudo que auxilia os sentidos externos é excelente. E tudo o que os leva a imaginar outras coisas menos nobres, ou mesmo más em si mesmas, deve ser evitado.
 
 
"Não nos iludamos julgando servir o Evangelho se tentamos "diluir" o nosso carisma sacerdotal mediante um interesse exagerado pelo vasto campo dos problemas temporais, se desejamos "laicizar" o nosso modo de viver e de proceder, se apagamos até os sinais exteriores da nossa vocação sacerdotal. Devemos conservar o sentido da nossa singular vocação, e tal "singularidade" deve exprimir-se também no nosso vestuário exterior. Não nos envergonhemos! Sim, estejamos no mundo! Mas não sejamos do mundo!" Discurso do Papa João Paulo II ao clero romano

Se o seminarista não usa por piedade, por todos os fundamentos acima explicitados, mas usa por exibicionismo, por mero saudosismo, porque é "bonito" apenas, é mais conveniente que nem use." É melhor que saia do seminário, pois a fashion-week não é para seminaristas.
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Fonte: Tradição em foco com Roma -  por David A. Conceição

FIDELIDADE A IGREJA CATÓLICA, UM PROBLEMA URGENTE!!!

Salve Maria,
 
Trago hoje um artigo que recebi via e-mail de um seminarista da diocese de Cachoeira do Sul-RS, em que ele fala sobre o celibato dos padres e dos seminaristas. Aos leigos vale à pena ler pois vos viram muitas dúvidas; aos padres e seminaristas vale à pena ler para que repensem e permaneçam firmes na Missão para a qual foram chamados!
 
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Ha algum tempo, algumas controvérsias tem surgido na Igreja Católica sobre a questão do celibato do padre e do seminarista.

Do seminarista sim!!! Isso parece estranho, mas não. Apesar de que muitas vezes se parece que seminarista é “livre” ( no sentido sujo do termo) - de maneira alguma - a fidelidade faz parte de nossa vida. Somos celibatários,não solteiros, abrimos mão de uma vida conjugal, decidimos consagrar nosso corpo e todo nosso ser a Deus.

Mas, amigo e amiga: se você ver aí um seminarista num “clima feliz” com uma mocinha, não se assuste, a infidelidade por aqui não é algo raro (infelizmente).

As responsabilidades começam na formação sacerdotal. Sei que o relativismo atual e a depreciação de valores dentro da vida eclesial estão afrouxando as rédeas da fidelidade, até mesmo nos meios religiosos.

Estamos entrando numa época em que parece que “tudo pode”, então você que acredita nos verdadeiros valores da vida, prepare-se para se decepcionar com pessoas que você jamais pensou que um dia ia se decepcionar.

Porque trago esse assunto. Estou falando de celibato porque me questionaram se realmente nós seminaristas somos fiéis, por sermos jovens, “bonitos” ( aí já não sei...) cheios do instinto carnal.

[...]

Bem, primeiro, se algum seminarista achar que necessita de um amor feminino desesperadamente, então saia do seminário e constitua uma família. Melhor decepcionar os que esperavam que ele fosse sacerdote do que sujar o nome da Igreja Católica, como esta acontecendo “de monte” em muitos lugares.

Fico impressionado com pessoas que dizem: “ Há, se os padres pudessem casar, teríamos mais padres na Igreja”. Minha gente, se algum padre é padre, o é porque quis, ninguém é forçado a nada e ele sabia que deveria ser fiel de corpo e alma à Igreja!

Assim como eu estou aqui querendo ser sacerdote porque acredito ser essa minha vocação, mas não sou forçado a estar aqui e carregar o “peso” de não poder ter uma menina ( “peso” , utilizei essa palavra porque é o termo que muitos usam, inclusive padres).

Então minha gente, nossa opção é livre. Assumimos abrir mão do amor de uma mulher por amor a uma causa maior. Abrimos mão do amor feminino para servir totalmente a Deus e para nos configurarmos mais perfeitamente a Cristo.

Agora outra coisa:

CELIBATO não é solteirice!!!

Não somos solteiros, somos celibatários. Vamos falar aqui uma linguagem besta, mas talvez seja mais fácil de se entender: é como se fossemos “casados” com a Igreja, então se algum padre ou seminarista ser infiel tendo junto de si uma mulher ou uma menina, ele comete o pecado do adultério tanto quanto o marido ou a mulher!!!

Então, não entendo o porquê muitos dizem que deve ser difícil ser fiel à Igreja e não ter um relacionamento. Respondo: é tão difícil ser fiel para nós como o marido ser fiel à sua mulher e sua mulher a ele.

Então dificuldade existe em toda parte. Se eu desistir de ser padre e procurar o matrimônio, lá vou ter de ser fiel tanto como eu deveria ser como sacerdote.

Não sei se ficou claro isso, mas a fidelidade no sacerdócio é igual a do matrimônio. Muitas pessoas olham para nós com pena porque acham que somos uns desanimados da vida, por não ter uma namorada. Não!

Estamos aqui por uma opção pessoal, não somos forçados, se quisesse e achasse necessidade urgente de ter uma namorada, sairia do seminário e iria buscar o matrimônio.

Mas se aqui estamos é porque acreditamos na graça de Deus que vai nos ajudar a sermos fieis a nossa vocação.

É difícil?

Com certeza, são muitas as tentações, mas quando a vontade é maior, quando a vida de oração, de penitência, está fortificada, nada pode impedir de ser fiel, embora possamos cair muitas vezes, como no matrimonio.

Então você pode perguntar: porque toda essa conversa aí sobre padre casar e tudo mais?

Respondo:

Como estamos num ambiente tomado pelo liberalismo e pelo marxismo, se instaurou um clima de liberalidade, não existe mais pecado, tudo pode, “Deus é amor”, porque andar com medo de pecar? Se infiltrou na Igreja uma mentalidade mundana e demoníaca de igualar o sacerdote, ao povo. Logo, o padre vive exatamente como o povo; esqueceu-se do que São Paulo escreveu na carta aos hebreus: “O sacerdote é TIRADO do meio do povo”.

Logo, muitos sacerdotes vivem uma vida mundana e os seminaristas... pior ainda.

Aí pergunto: como ser fiel se vive assistindo porcaria na televisão, programas e filmes subversivos, onde a vida de oração e de penitencia já perdeu a importância, onde o importante é ir pra pizzaria encher “a pança” e ficar ate altas horas vendo as meninas passar?

É claro, enche-se a cabeça de porcaria, de imaginações; logo, vai-se achar mesmo o celibato uma coisa pesada, injusta, imposta por aquele papa velho que nem bate bem da cabeça.

É isso que falam muitos seminaristas e alguns padres, que nem sei como não tem vergonha de se dizer padres! Se você não quer comer, para que ficar manuseando o cardápio? Assim diria padre Paulo Ricardo!

Se um seminarista vive só de papinho dia e noite com as mocinhas no MSN, vive só olhando as situações imaginativas que o demônio coloca na televisão, se fica infiltrado demais no meio feminino, logo, de tanto ver a comida, vai dar vontade de comer (desculpe a linguagem). É a lógica: não quer se queimar, não mexa com fogo!

Gente boa, nós somos pecadores como todos, somos humanos, mas já não podemos fazer tudo o que o “povão” faz! Mas colocar isso na cabeça liberalista de nossa realidade eclesial é diííicil!
Não podemos ter uma vida igual à de todo mundo, somos consagrados a Deus. Mas esta igualdade já está gerando frutos, e bem visíveis, se quisermos ser iguais ao povo, iremos fazer tudo, mas TUDO mesmo que o povo faz, aí é o fim!!!

Mas como Jesus disse que jamais o inferno iria transpor as portas da Igreja, fico mais tranquilo.
Minha gente, celibato é uma opção de amor, abrimos mão do amor feminino por algo muito maior, sei que para o mundo que fala , sonha, cheira e vive de sexo, o que fizemos parece loucura, mas acreditamos que a vida é mais do que isso, que a beleza da sexualidade esta além do sexo!
Diria padre Paulo: o que falta é fé!

Só isso: falta fé em muitos corações, inclusive em muitos corações de padres e seminaristas! O celibato é intervenção de Deus, mas para muitos religiosos, Deus é um ser que só existe lá na Igreja, tem muito padre que é padre só lá diante do altar, dentro da Igreja, por isso que estamos nessa situação.

E você pode me perguntar: Mas Robson, e você? É certinho assim, não comete esses deslizes?
E eu novamente, respondo: Bem, primeiro quero dizer que não sou um monge que vivo no deserto fazendo minha própria vida, essa realidade da qual falei é que vivo as vezes, vivo aqui nesta realidade, não em um mundo perfeito de onde olho e me apavoro de tudo isso. Não. Que isso não seja desculpa, estou nesse barco, também tenho de dançar a dança que se dança ao meu redor, não tenho como fazer meu mundo particular, claro que não sou obrigado a ser infiel e cometer coisas que sei que não são corretas, mas... o meio social às vezes nos obriga a fazer coisas que nem sempre estamos de acordo, não sei se me entendem.

Sou pecador, e muitas criticas que fiz aqui, vivi-as na pele, por isso não quero ficar “baixando a lenha” nos outros, mas isso tudo serve também para mim, pois precisamos lutar pela nossa santidade pessoal.
Enfim minha gente, se quisermos realmente, como consagrados a Deus, viver o celibato, viver a santidade, ser fiel de verdade a missão que assumimos, temos de viver uma vida ascética, ou seja, uma vida voltada para as coisas de Deus, viver no mundo, sem medo de sermos taxados de ortodoxos, conservadores, mas não sendo um reprodutor de modelos mundanos, como infelizmente fazem muitos sacerdotes e seminaristas.

Portanto, respondendo a questão, tem muito padre e seminarista infiel sim, que no altar faz belo sermão e depois vai para “a noite”, fazer outras coisas bem piores do que vocês imaginaram aí.
Mas gente, isso também não pode escurecer a santidade de vida e a fidelidade de outros, que talvez sejam poucos, que vivem no silêncio, mas que demonstram a verdadeira identidade da Igreja Católica. Não vamos julgar todos pelo que alguns aprontam, ou talvez muitos, mas lembremos de que existem sim, seminaristas e padres (podem ser poucos, mas existem) que lutam pela fidelidade e que tem amor a causa que assumiram.

Enfim: o celibato não é uma cruz que carrego, mas uma opção que fiz, sou feliz sem ter uma namorada, sou feliz em consagrar todo a minha vida, em consagrar meu corpo e todo meu ser somente a Deus.

Gente, rezem por nós, termino pedindo isso, rezem pela gente, rezem pela Igreja, ela necessita de muitas orações.

Obrigado!

Seminarista Robson Dias
2º ano de Filosofia
Diocese de Cachoeira do Sul / RS

Bispo com seminaristas

Pax et Bonum....


Peço desculpas aos meus leitores por ter passado todos esses dias sem fazer nenhuma postagem, mas é que eu estava passando o Tríduo Pascal na casa dos Redentoristas e não tive tempo de entrar na internet para fazer minhas postagens, prometo que farei o possível para que isso não se repita.

Para hoje trago uma belíssima foto de um bispo com alguns seminaristas. Essa foto é do IBP - Instituto do Bom Pastor (não sei o que os seminaristas são, mas achei essa foto em um album de ordenação sub-diaconal)...

Fiquem com Deus.
Salve Maria!