Sumus in tempore Sedem Vacantem

Salve Maria caros leitores,

É com um pouco de tristeza no coração que venho em nome de todos os autores/escritores do ..:: Católico Apostólico Romano ::.., anunciar o que todos (ou maioria) já sabemos:

Que desde às 20h no Vaticano (15h aqui em Campo Grande/MS):

"Sumus in tempore sedem vacantem." - Estamos em tempo de sede vacante.

A tristeza que me surgiu agora, é a mesma tristeza que me abateu no dia em que Sua Santidade o Papa Bento XVI, anunciou que iria renunciar ao ministério Petrino. Essa tristeza é coisa que muitos não conseguem controlar, ou então muitos nem a sentem, por diversos motivos.

É válido lembrar que Bento XVI, JAMAIS abandonou e nem vai abandonar a Santa Igreja, e sim depois de muito tempo conversando com Deus em suas orações, insistentemente pediu-O que mostrasse o que era melhor à ser feito "não para o meu bem, mas para o bem da Igreja" - segundo Bento XVI em seu último ato público Papa reinante.

Sua Santidade o Papa Emérito (ou Pontífice Romano Emérito) Bento XVI, se recolherá para uma vida mais intima em oração e uma vida mais contemplativa, para melhor colaborar com a Igreja com a arma mais poderosa que nós cristãos temos: a Oração! Ele viverá perto do Papa reinante, rezando por ele e mais próximo dele, intercedendo por ele e por todos, enquanto viver.

Nos unamos à Bento XVI como podemos: rezemos para que o Espírito Santo desça sobre todos os cardeais eleitores durante o Conclave e principalmente que inunde, que "afogue" o próximo Papa em infinitas e eternas bênçãos. 

Que Deus nos abençoe e nos guarde.

Ratzinger continuará Sua Santidade Bento XVI

Ratzinger continuará a ser chamado de Sua Santidade Bento XVI. E pela primeira vez na história haverá um Papa Emérito ou Romano Pontífice Emérito. Informou o porta voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, nesta manhã de quarta-feira, 26 de fevereiro, durante coletiva de imprensa.

Bento XVI usará batina branca, simples e sem o mantelete que cobre os ombros. Os sapatos não serão mais os vermelhos. “O Papa ficou muito satisfeito com os sapatos que lhe presentearam no México, em Leon”, disse Pe. Lombardi.

O anel do pescador bem como o selo de chumbo do pontificado deverá ser inutilizado pelo Camerlengo conforme prevê a Constituição Universi Domici Gregis.

Padre Lombardi explicou que ao iniciar o período de Sé Vacante, o decano dos cardeais, D. Angelo Sodano, vai enviar aos cardeais uma carta de convocação para as Congregações gerais. Os trabalhos poderão começar na segunda-feira 04 de março. Durante as Congregações será determinada a data de início do Conclave.

Os cardeais que estarão em Roma durante o período das Congregações podem se hospedar onde preferirem. Ao se aproximar o Conclave eles irão para a Domus Santa Marta, no Vaticano. O número e a localização dos quartos dos cardeais serão sorteados durante as Congregações gerais.
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Fonte: Zenit.org

A hora que dá sentido à minha vida

Salve Maria caros leitores,

Gostaria de compartilhar com vocês, um trecho da Autobiografia Venerável Excelentíssimo Reverendíssimo Dom John Fulton Sheen, Arcebispo titular de Newport, País de Gales e Bispo Emérito de Rochester; em que ele fala de sua grande devoção à Nosso Senhor Jesus Cristo, presente viva/verdadeiramente no Santíssimo Sacramento.

Vale muito à pena ler.
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Mons. Fulton J. Sheen
Tradução: Carlos Wolkartt


No dia da minha Ordenação, tomei duas decisões:

1. Que ofereceria a Sagrada Eucaristia todos os sábados em honra à Santíssima Virgem Maria, para implorar sua proteção sobre meu sacerdócio – a Epístola aos Hebreus ordena ao sacerdote oferecer sacrifícios não só pelos demais, mas também por si mesmo, já que seus pecados são maiores devido à dignidade de seu ofício.

2. Resolvi também que todos os dias passaria uma Hora Santa na presença de Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento.

Venho mantendo ambas as decisões no decorrer do meu sacerdócio. A Hora Santa originou-se de uma prática que desenvolvi um ano antes de ser ordenado. A grande capela do Seminário de São Paulo fechava às seis da tarde; todavia, havia capelas privadas disponíveis para devoções privadas e orações noturnas. Numa tarde em particular, durante o recreio, caminhei por quase uma hora, de um lado a outro, no exterior da capela maior. Um pensamento me surgiu: “– Por que não fazer uma Hora Santa de adoração na presença do Santíssimo Sacramento?”. Comecei no dia seguinte, e hoje a prática já carrega mais de sessenta anos.

Apresentarei brevemente algumas razões pelas quais mantenho esta prática, e por que venho fomentando-la nos demais.

Primeiro, a Hora Santa não é uma devoção; é uma participação na obra da Redenção. No Evangelho de São João, Nosso Santíssimo Senhor usou as palavras “hora” e “dia” em duas conotações totalmente diferentes. O “dia” pertence a Deus; a “hora” pertence ao maligno. Sete vezes no Evangelho de São João usa-se a palavra “hora”, e em cada instância referenciando-se ao demônio e aos momentos em que Cristo já não está nas Mãos do Pai, mas nas mãos dos homens. No horto de Getsêmani, Nosso Senhor contrastou duas “horas”: uma era a hora do mal, na qual Judas pôde apagar as luzes do mundo. Em contraste, Nosso Senhor perguntou: “Não podem velar uma hora comigo?”. Em outras palavras, Ele pediu uma hora de reparação para combater a hora do mal; uma hora de união íntima com a Cruz para sobrepor-nos ao anti-amor do pecado.

Em segundo lugar, a única vez que Nosso Senhor pediu algo a seus Apóstolos foi na noite de sua agonia. Não pediu a todos, talvez porque sabia que não podia contar com sua fidelidade. Porém, ao menos esperava que três lhe fossem fiéis: Pedro, Tiago e João. Desde esse momento, e muitas vezes na história da Igreja, o mal está acordado, porém os discípulos estão dormindo. É por isso que de Seu angustiado e solitário Coração saiu o suspiro: “Não podem velar tão somente uma hora comigo?”. Ele não implorava por uma hora de atividade, mas por uma hora de companhia.

A terceira razão pela qual mantenho a Hora Santa é para crescer mais e mais à semelhança d’Ele. Como diz São Paulo: “Nos transformamos naquele em que fixamos nosso olhar” (Cf. 2 Cor III, 18). Ao contemplar o entardecer, o rosto toma um resplendor dourado. Ao contemplar o Senhor Eucarístico por uma hora, o coração se transforma de um modo misterioso, assim como o rosto de Moisés se transformou na companhia de Deus na montanha. Acontece-nos algo parecido ao que aconteceu com os discípulos de Emaús, no domingo de Páscoa pela tarde, quando o Senhor os encontrou. Ele lhes perguntou por que estavam tão tristes, e depois de passar algum tempo em Sua presença, e ouvir novamente o segredo da espiritualidade – “O Filho do Homem deve sofrer para entrar em Sua Glória” –, o tempo de estar com Ele terminou, e seus “corações ardiam”.

A Hora Santa é difícil? Algumas vezes parecia ser difícil; poderia significar ter que sacrificar um compromisso social, ou levantar-se uma hora mais cedo, porém no fundo nunca foi uma carga, só uma alegria. Não quero dizer que todas as Horas Santas tenham sido edificantes como, por exemplo, aquela na igreja de São Roque, em Paris. Entrei na igreja em torno das três da tarde, sabendo que teria que tomar um trem a Lourdes duas horas mais tarde. Só tenho uns dez dias por ano nos quais posso dormir durante o dia, e este era um desses. Ajoelhei-me e rezei uma oração de adoração, sentei-me para meditar, e poucos minutos depois estava dormindo. Ao despertar, disse ao Bom Senhor: “Eu fiz uma Hora Santa?”. Pensei que Seu anjo me dizia: “Bom, foi dessa forma que os Apóstolos fizeram sua primeira Hora Santa no horto de Getsêmani, mas não o faças outra vez”.

Uma Hora Santa difícil que recordo, foi quando tomei um trem de Jerusalém ao Cairo. O trem partiu às quatro da manhã; isso fez com que eu levantasse muito cedo. Em outra ocasião, em Chicago, às sete da noite, pedi permissão ao pároco para entrar em sua igreja e fazer uma Hora Santa, já que a igreja estava fechada. Mais tarde, ele se esqueceu de que me havia deixado entrar, e passei em torno de duas horas tentando encontrar uma maneira de escapar. Finalmente, pulei por uma pequena janela e caí na carvoeira. Isto assustou o caseiro, que veio em meu auxílio.

No início do meu sacerdócio, fazia a Hora Santa durante o dia ou à tarde. No decorrer dos anos, fiquei mais ocupado, e fazia a Hora de manhã cedo, geralmente antes da Santa Missa. Os sacerdotes, como todas as pessoas, dividem-se em duas classes: galos e corujas. Alguns trabalham melhor pela manhã, outros durante a noite.

O objetivo da Hora Santa é fomentar um encontro pessoal e profundo com Jesus Cristo. O santo e glorioso Deus nos invita constantemente a aproximarmo-nos d’Ele, conversar com Ele, para pedir-lhe as coisas que necessitamos e para experimentar a bênção da amizade com Ele. Quando somos neossacerdotes, é fácil nos darmos por inteiro a Cristo, porque o Senhor nos preenche de doçura, da mesma maneira que uma mãe dá um caramelo a seu bebê para animar seu primeiro passo. O entusiasmo, entretanto, não dura muito; rapidamente aprendemos o custo do apostolado. A lua de mel logo termina, assim como a vaidade de ouvir pela primeira vez aquele estimulante título de “Padre”.

O amor sensível, ou amor humano, diminui com o tempo, porém o Amor Divino não. O primeiro concerne ao corpo, que responde cada vez menos aos estímulos, mas na ordem da graça, a resposta do Divino ao pequeno, os atos humanos de amor se intensificam.

Nem o conhecimento teológico, nem a ação social por si só são suficientes para nos mantermos em amor com Jesus Cristo, a menos que ambos estejam precedidos por um encontro pessoal com Ele.

Moisés viu que a sarça ardente no deserto não se alimentava de nenhum combustível. A chama, sem alimentar-se de nada visível, continuava existindo sem destruir a madeira. Uma dedicação tão pessoal a Cristo não deforma nenhum de nossos dons naturais, disposições ou caráter; só renova sem matar. Como a madeira se transforma em fogo, e o fogo perdura, assim nos transformamos em Cristo, e Cristo perdura.

Descobri que leva algum tempo para incendiar-se rezando. Esta tem sido uma das vantagens da Hora diária. Não é tão curta como para não permitir à alma abismar-se e sacudir-se às múltiplas distrações do mundo. Estar ante a presença de Nosso Senhor é como expor o corpo ao sol para absorver seus raios. O silêncio na Hora é como uma conversa privada com o Senhor. Nesses momentos, rezamos menos e ouvimos mais. Não dizemos: “Ouve, Senhor, porque teu servo fala!”, mas “Fala, Senhor, que teu servo escuta!”.

Busquei muitas vezes uma maneira de explicar o fato de que nós, os sacerdotes, devemos conhecer mais a Jesus Cristo do que sobre Jesus Cristo. Muitas traduções da Bíblia usam a palavra “conhecer” para indicar a união carnal de dois em um. Por exemplo: “Salomão não a conhecia”, o que significava que não havia tido relações carnais com ela. A Santíssima Virgem Maria disse ao Anjo na Anunciação: “Não conheço nenhum homem”. São Paulo exorta os maridos a possuírem suas mulheres em “conhecimento”. A palavra “conhecer” aqui indica unidade carnal de dois em um. A aproximação dessa identidade provém da aproximação da mente com qualquer objeto conhecido. Nenhuma faca poderia separar minha mente da ideia que ela tem de uma maçã. A união íntima de marido e mulher descrita como “conhecimento” deve ser o fundamento desse amor pelo qual o sacerdote ama a Cristo.

Intimidade é abertura sem reservas, que não guarda nenhum segredo, e revela o coração aberto a Cristo. Demasiadas vezes os amigos são só “dos barcos que passam dentro da noite”. O amor carnal, apesar de ser íntimo, muitas vezes pode ser uma troca de egoísmos. O ego se projeta na outra pessoa, e o que se ama não é a outra pessoa, mas o prazer que a outra pessoa oferece. Notei ao longo da minha vida que, quando eu retrocedia ante as demandas que o encontro me havia imposto, me via mais ocupado e mais preocupado com atividades. Isto me dava uma desculpa para dizer: “Não tenho tempo”, como um marido que pode absorver-se no trabalho, e se esquecer do amor de sua mulher.
É impossível para mim explicar o quão útil foi a Hora Santa para preservar minha vocação. A Escritura oferece uma considerável evidência para provar que um sacerdote começa a falhar em seu sacerdócio quando falha no amor à Eucaristia. Muitas vezes assume-se que Judas caiu porque amava o dinheiro. A avareza é raramente o princípio do erro e da queda de um embaixador. O princípio da queda de Judas, e o fim de Judas, ambos giram em torno da Eucaristia. A primeira vez que a Escritura Sagrada menciona que Nosso Senhor sabia quem haveria de traí-lo, é ao final do capítulo seis de São João, que é o capítulo da anunciação da Eucaristia. A queda de Judas veio na noite que Nosso Senhor instituiu a Eucaristia, na noite da Última Ceia.

A Eucaristia é tão essencial para nossa união com Cristo, que nem bem Nosso Senhor a anunciou no Evangelho para já começar a ser a prova de fidelidade de seus seguidores. Primeiro, perdeu as massas, porque era muito duro em suas palavras, e já não mais o seguiam. Em segundo lugar, perdeu alguns de seus discípulos: “Eles já não andavam mais com Ele”. Terceiro, dividiu seu grupo de apóstolos, já que aqui Judas é anunciado como o traidor.

Portanto, a Hora Santa, além de seus benefícios espirituais, preveniu meus pés de vaguear muito longe. Quando se está atado a um Sacrário, a própria corda não é tão larga para encontrar outras pastagens. Essa tênue lâmpada do tabernáculo, embora pálida e difusa, tem uma misteriosa luminosidade para obscurecer o brilho “das luzes brilhantes”. A Hora Santa tornou-se como um tanque de oxigênio para reavivar o sopro do Espírito Santo no meio da suja e hedionda atmosfera do mundo. Mesmo quando parecia ser tão pouco proveitoso, e carente de intimidade espiritual, tinha a sensação de ser ao menos como um cão na porta de seu dono, pronto caso fosse chamado.

A Hora Santa tornou-se, também, um magistério e uma mestra, já que, embora antes de amar a alguém devemos conhecer essa pessoa, sem embargo, depois sabemos que é o Amor que aumenta o conhecimento. As convicções teológicas não só são obtidas das duas capas de um livro formal, mas dos dois joelhos sobre um genuflexório ante um Sacrário.

Finalmente, fazendo uma Hora Santa todos os dias, constituía para mim uma área da vida na qual podia pregar o que praticava. Muitas poucas vezes em minha vida preguei o jejum de forma rigorosa, já que o jejum sempre me pareceu extremadamente difícil; porém, podia pedir aos outros para fazerem a Hora Santa, porque eu a fazia.

Gostaria de ter mantido, ao longo do tempo, um registro das milhares de cartas que venho recebendo de sacerdotes e leigos contando-me suas experiências na prática da Hora Santa. Cada retiro para sacerdotes que eu pregava tinha a Hora Santa como resolução prática. Demasiadas vezes os retiros são como as conferências sobre saúde. Há um acordo geral sobre a necessidade de se ter saúde, porém falta uma recomendação específica sobre como ser saudável. A Hora Santa se transformou em um desafio para os sacerdotes do retiro, e depois, quando os vídeos dos meus retiros estavam disponíveis para os leigos, era edificante ler sobre os que respondiam à graça, fazendo uma Hora diária frente ao Senhor. Um monsenhor, por debilidade ante o álcool, e pelo consequente escândalo, foi ordenado a deixar sua paróquia, e foi posto à prova em outra diocese, onde participou do meu retiro. Respondendo à graça de Deus, deixou o álcool, foi restituído efetivamente em seu sacerdócio, seguiu fazendo a Hora Santa todos os dias, e morreu na presença do Santíssimo Sacramento.

Como exemplo da grande amplitude de efeitos da Hora Santa, certa vez recebi uma carta de um sacerdote da Inglaterra que dizia, com suas próprias palavras: “Deixei o sacerdócio, e caí em um estado de degradação”. Um sacerdote amigo o convidou a ouvir o cassete sobre a Hora Santa de um retiro que eu havia pregado. Respondendo à Graça, foi restituído novamente ao sacerdócio, e lhe foi confiado o cuidado de uma paróquia. A Divina Misericórdia produziu nele uma mudança, e então recebi esta carta:

“Semana passada tivemos nossa Solene Exposição anual do Santíssimo Sacramento. Animei um grande número de pessoas a vir e velar durante todo o dia, e todos os dias, e assim não teríamos que guardar o Santíssimo Sacramento por falta de pessoas para velar. Na última tarde, organizei uma procissão com os Primeiros Comungantes (crianças que estavam prestes a fazer sua Primeira Comunhão), atirando pétalas de rosa diante do Senhor. Os homens da paróquia formaram uma Guarda de Honra. O resultado foi surpreendente: havia mais de 250 pessoas presentes para a procissão e a Hora Santa. Estou convencido de que nossa gente está buscando, muitas das vezes, devoções que muitas das paróquias oferecem, e isto passa porque nós, os sacerdotes, não podemos ser molestados com incômodos. No ano que vem espero que a Exposição Solene seja ainda com mais quantidade de pessoas, já que agora a notícia está sendo espalhada. No último par de semanas, formei um grupo de estudos da Bíblia; isto é para animar nossa gente a ler a Palavra de Deus. Começo com a leitura das Escrituras e meditamos durante a tarde; logo depois, temos uma breve exposição do Santíssimo Sacramento, e meditação até o momento da Bênção. Comecei também a percorrer as ruas ao redor da paróquia, e rezo a Missa toda semana em uma casa da quadra, e convido todos dessa rua a vir e participar. A resposta tem sido muito boa, tendo em conta que isto é novidade por aqui. Não quero me converter em um sacerdote ativista; assim que me levanto, bem cedo, faço minha Hora Santa. Ainda tenho meus problemas pessoais para controlar, porém tomei coragem de suas palavras: “terás que combater muitas batalhas, mas não te preocupes porque, no final, ganharás a guerra ante o Santíssimo Sacramento”.

Muitos leigos que leem os livros e ouvem os cassetes também estão fazendo a Hora Santa.

Outro dos frutos da Hora Santa é a sensibilidade à Presença Eucarística de Nosso Divino Senhor. Recordo-me de haver lido nos escritos de Lacordaire, o famoso orador da Catedral de Notre Dame em Paris: “Dai-me um jovem que possa apreciar por dias, semanas e anos, a dádiva de uma rosa, ou o aperto da mão de um amigo”.

Vendo, no início de meu sacerdócio, que os matrimônios se destroem e os amigos se separam quando a sensibilidade e a delicadeza se perdem, tomei várias medidas para conservar essa responsabilidade. Recém-ordenado, e como estudante na Universidade Católica de Washington, nunca entrava na sala de aula sem antes subir a escadaria até a capela para fazer um pequeno ato de amor a Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento. Mais tarde, na Universidade de Louvain, na Bélgica, entrava para visitar Nosso Santíssimo Senhor em cada uma das igrejas pelas quais passava até chegar à sala de aula. Quando segui o trabalho de graduação em Roma, e fui às Universidades Angelicum e Gregoriana, visitava todas as igrejas no caminho desde a zona de Trastevere, onde vivia. Tempos depois, como professor na Universidade Católica de Washington, consegui pôr uma capela em frente à minha casa, para que sempre pudesse, antes e depois de sair, ver a lâmpada do Sacrário como um sinal para ir adorar o Coração de Jesus Cristo pelo menos por uns poucos segundos. Tratei de ser fiel a esta prática durante toda a minha vida, e ainda agora, no departamento em New York onde vivo, a capela está entre meu local de estudo e meu dormitório. Isto quer dizer que não posso me mover de uma área à outra de meu pequeno departamento sem ao menos fazer uma genuflexão e uma pequena jaculatória a Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento.
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Fonte: SHEEN, Fulton J. Treasure in Clay: The Autobiography of Fulton J. Sheen, Image Books, New York, 1980 – Capítulo XII.
Postado originalmente em: Christ Fidei

O sonho de Dom Bosco foi entregue ao Papa

Salve Maria caros leitores,

Um gesto muito bonito e simbólico foi realizado: uma quadro com a retratação do famoso sonho de Dom Bosco, foi entregue à Sua Santidade o Papa Bento XVI pelas mãos do Reverendíssimo Padre Marcelo Tenório de Almeida e Suas Excelências Reverendíssimas Dom Vitório Pavanello e Dom Eduardo Pinheiro da Silva. 

Segundo relatos do Rev. Pe. Marcelo Tenório, quando Sua Santidade olhou para tela, exclamou: "SOU EU!"

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Fonte: Blog Da Mihi Animas Coetera Tolle

Quem quer modernizar a Igreja?

Salve Maria caros leitores,

Achei interessante o post importado abaixo, que trata da renúncia de Sua Santidade o Papa Bento XVI e da modernização da Igreja; não é longo o post, leiam

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Com a renúncia de Bento XVI, inicia-se novamente a cantilena sobre quem haveria de comandar a Igreja para modernizá-la. Quem seria capaz de tirar a Igreja das trevas medievais em que viveria e conduzi-la à luz? A quem incumbiria a missão de aproximá-la, de fazer com que essa Igreja de dois mil anos finalmente se encontre com o mundo moderno?

A pergunta que se deve fazer, no entanto, é outra. Bem diferente. Ei-la: Quem quer modernizar a Igreja?

São sempre as mesmas pessoas que querem modernizar a Igreja, aproximando-a do mundo, mundanizando-a. São as que estão fora dela. De fato, nenhum católico pretende ver alterados os fundamentos de sua fé, aqueles mesmos construídos sobre o pescador Simão, a quem Jesus disse: Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja (Mt. 16:18). E prova maior de que os católicos não querem uma Igreja voltada para o mundo foi a eleição de Bento XVI, num dos conclaves mais céleres da história.

A Igreja Católica, edificada por Jesus sobre os ombros de Pedro, tem a convicção de que porta a verdade sobre a revelação divina, encarnada que foi no próprio Cristo, em razão da Tradição herdada diretamente dos apóstolos, de modo que sua missão é levar o evangelho a todos, para a salvação de muitos.

E é claro que a revelação divina não agrada ao mundo, não agrada aos que aceitam o divórcio, aos que abortam ou toleram o infanticídio, aos que querem assemelhar o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo ao casamento, não agrada aos que protegem ovos de tartaruga mas permitem a destruição de seres humanos embrionários em nome da ciência.

São essas pessoas que querem achegar a Igreja ao mundo, para que vejam, ao fim e ao cabo, a fumaça de Satanás ofuscar o altar em que Cristo é sacrificado.

O que resta, quando se escutam pessoas assim, é saber que a Igreja está no caminho certo quando dá as costas ao mundo moderno (como nas missas em que o padre se põe de costas para o povo, voltando sua face exclusivamente para Deus); mesmo porque o mundo haveria de tomar a Igreja como luzeiro, e não o contrário.
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"Memento homo quia pulvis es et in pulverem reverteris - Lembra-te, homem, de que és pó e ao pó hás de voltar"

Salve Maria caros leitores,

Hoje, com a Quarta-feira de cinzas, iniciamos o período da Quaresma, tempo de penitência, jejum, abstinência, oração. Segue abaixo a adaptação da homília de Sua Santidade o Papa Bento XVI, proferida na mesma ocasião no ano de 2007 - 3º ano de seu pontificado.

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Neste início de Quaresma, procuremos, mais ainda do que a mortificação corporal, aceitar o convite que a Liturgia sabiamente nos faz, combatendo o amor próprio com todas as nossas forças. "Procurai o mérito, procurai a causa, procurai a justiça; e vede se encontrais outra coisa que não seja a graça de Deus". (Sto. Agostinho)

Ao receber daqui a pouco as cinzas sobre a cabeça, ouviremos mais uma vez um claro convite à conversão que pode expressar-se numa fórmula dupla: "Convertei-vos e acreditai no evangelho", ou: "Recorda-te que és pó e em pó te hás-de tornar".

Precisamente devido à riqueza dos símbolos e dos textos bíblicos, a Quarta-Feira de Cinzas é considerada a "porta" da Quaresma. De fato, a hodierna liturgia e os gestos que a distinguem formam um conjunto que antecipa de modo sintético a própria fisionomia de todo o período quaresmal. Na sua tradição, a Igreja não se limita a oferecer-nos a temática litúrgica e espiritual do itinerário quaresmal, mas indica-nos também os instrumentos ascéticos e práticos para o percorrer frutuosamente.

"Convertei-vos a mim de todo o vosso coração com jejuns, com lágrimas, com gemidos". (Joel 2,12). Os sofrimentos, as calamidades que afligiam naquele tempo a terra de Judá estimulam o autor sagrado a encorajar o povo eleito à conversão, isto é, a voltar com confiança filial ao Senhor dilacerando o seu coração e não as vestes. De fato, recorda o profeta, ele "é clemente e compassivo, paciente e rico em misericórdia e se compadece da desgraça" (2, 13). O convite que Joel dirige aos seus ouvintes também é válido para nós.

Não hesitemos em reencontrar a amizade de Deus perdida com o pecado; encontrando o Senhor experimentamos a alegria do seu perdão. E assim, quase respondendo às palavras do profeta, fizemos nossa a invocação do refrão do Salmo 50: "Perdoai-nos Senhor, porque pecamos". Proclamando, o grande Salmo penitencial, apelamo-nos à misericórdia divina; pedimos ao Senhor que o poder do seu amor nos volte a dar a alegria de sermos salvos.

Com este espírito, iniciamos o tempo favorável da Quaresma, como nos recordou São Paulo: "Aquele que não havia conhecido o pecado, diz ele, Deus o fez pecado por nós, para que nos tornássemos, nele, justiça de Deus" (2 Cor 5, 21), para nos deixarmos reconciliar com Deus em Cristo Jesus. O Apóstolo apresenta-se como embaixador de Cristo e mostra claramente como precisamente através d'Ele, seja oferecida ao pecador, isto é a cada um de nós, a possibilidade de uma reconciliação autêntica.

Só Cristo pode transformar qualquer situação de pecado em novidade de graça. Eis por que assume um forte impacto espiritual a exortação que Paulo dirige aos cristãos de Corinto: "Em nome de Cristo suplicamo-vos: reconciliai-vos com Deus"; e ainda: "Este é o tempo favorável, é este o dia da salvação" (5, 20; 6, 2). Enquanto Joel falava do futuro dia do Senhor como de um dia de terrível juízo, São Paulo, referindo-se às palavras do profeta Isaías, fala de "momento favorável", de "dia da salvação". O futuro dia do Senhor tornou-se o "hoje". O dia terrível transformou-se na Cruz e na Ressurreição de Cristo, no dia da salvação. E este dia é agora, como nos diz o Canto ao Evangelho: "Hoje não endureçais os vossos corações, mas ouvi a voz do Senhor". O apelo à conversão, à penitência ressoa hoje com toda a sua força, para que o seu eco nos acompanhe em cada momento da vida.

A liturgia da Quarta-Feira de Cinzas indica assim na conversão do coração a Deus a dimensão fundamental do tempo quaresmal. Esta é a chamada muito sugestiva que nos vem do tradicional rito da imposição das cinzas, que daqui a pouco renovaremos. Rito que assume um dúplice significado: o primeiro relativo à mudança interior, à conversão e à penitência, enquanto o segundo recorda a precariedade da condição humana, como é fácil compreender das duas fórmulas diversas que acompanham o gesto.

Amados irmãos e irmãs, temos quarenta dias para aprofundar esta extraordinária experiência ascética e espiritual. No Evangelho (cf. Mt 6, 1-6.16-18), Jesus indica quais são os instrumentos úteis para realizar a autêntica renovação interior e comunitária: as obras de caridade (a esmola), a oração e a penitência (o jejum). São as três práticas fundamentais queridas também à tradição hebraica, porque contribuem para purificar o homem aos olhos de Deus.

Estes gestos exteriores, que devem ser realizados para agradar a Deus e não para obter a aprovação e o consenso dos homens, são por Ele aceites se expressam a determinação do coração a servi-l'O, com simplicidade e generosidade. Recorda-nos isto também um dos Prefácios quaresmais onde, em relação ao jejum, lemos esta singular expressão: "ieiunio... mentem elevas: com o jejum elevas o espírito" (Prefácio IV).

O jejum, ao qual a Igreja nos convida neste tempo forte, certamente não nasce de motivações de ordem física ou estética, mas brota da exigência que o homem tem de uma purificação interior que o desintoxique da poluição do pecado e do mal; que o eduque para aquelas renúncias saudáveis que libertam o crente da escravidão do próprio eu; que o torne mais atento e disponível à escuta de Deus e ao serviço dos irmãos. Por esta razão o jejum e as outras práticas quaresmais são consideradas pela tradição cristã "armas" espirituais para combater o mal, as paixões negativas e os vícios.

A este propósito, apraz-me ouvir de novo convosco um breve comentário de São João Crisóstomo. "Como no findar do Inverno escreve ele volta a estação do Verão e o navegante arrasta para o mar a nave, o soldado limpa as armas e treina o cavalo para a luta, o agricultor lima a foice, o viandante revigorado prepara-se para a longa viagem e o atleta depõe as vestes e prepara-se para as competições; assim também nós, no início deste jejum, quase no regresso de uma Primavera espiritual forjamos as armas como os soldados, limamos a foice como os agricultores, e como timoneiros reorganizamos a nave do nosso espírito para enfrentar as ondas das paixões. Como viandantes retomamos a viagem rumo ao céu e como atletas preparamo-nos para a luta com o despojamento de tudo" (Homilias ao povo antioqueno, 3).

Na mensagem para a Quaresma, convidei a viver estes quarenta dias de especial graça como um tempo "eucarístico". Haurindo daquela fonte inexaurível de amor que é a Eucaristia, na qual Cristo renova o sacrifício redentor da Cruz, cada cristão pode perseverar no itinerário que hoje empreendemos solenemente. As obras de caridade (a esmola), a oração, o jejum juntamente com qualquer outro esforço sincero de conversão encontram o seu significado mais alto e valor na Eucaristia, centro e ápice da vida da Igreja e da história da salvação. "Este sacramento que recebemos, ó Pai assim rezamos no final da Santa Missa nos ampare no caminho quaresmal, santifique o nosso jejum e o torne eficaz para a cura do nosso espírito".

Pedimos a Maria que nos acompanhe para que, no final da Quaresma, possamos contemplar o Senhor ressuscitado, interiormente renovados e reconciliados com Deus e com os irmãos. Amém!

Adaptação da Homilia do Papa Bento XVI - Quarta-feira de Cinzas, 21 de Fevereiro de 2007 - Basílica de Santa Sabina no Aventino.
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Fonte: Arautos.org

Benedictus XVI renuntiante Petrini Ministerii

Salve Maria caros leitores,

É com profunda dor no coração que acolhemos a decisão do Santo Padre o Papa Bento XVI, de renunciar o Ministério Petrino no próximo dia 28 de fevereiro de 2013 - Ano da Fé - às 20h (horário de Roma).

Que os divinos dons do Espírito Santo estejam sempre com aquele que ocupa e ocupará a Sede do sucessor de São Pedro, à partir do próximo Conclave.

Segue abaixo o texto original do seu comunicado publicado pela Rádio Vaticana juntamente com o vídeo do seu anúncio, feito em Latim.

Ave, Sancte Pater, praesertim cum Petrus vivus surrexerit! - (Salve, Santo Padre, vivas tanto ou mais que Pedro!)

Deus Benedicat Sanctus Pater. - (Deus abençoe o Santo Padre.)
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Eis as palavras com que Bento XVI anunciou a sua decisão:

Caríssimos Irmãos,convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste acto, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.

Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus.

Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.


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Fonte: News.va

Nossa Senhora de Lourdes - 155 anos da sua primeira aparição!

Salve Maria caros leitores,

Hoje, dia 11 de fevereiro de 2013, toda a Igreja celebra a festa de Nossa Senhora de Lourdes, e hoje torna-se mais especial ainda, pois é também aniversário da sua 1ª Aparição em Lourdes. Com grande prazer que trago abaixo um pouco sobre ela.

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História

Em 11 de fevereiro de 1858, na vila francesa de Lourdes, às margens do rio Gave, Nossa Mãe, Santa Maria manifestou de maneira direta e próxima seu profundo amor para conosco, aparecendo-se a uma menina de 14 anos, chamada Bernadete (Bernardita) Soubirous.

A história da aparição começa quando Bernadete, que nasceu em 7 de janeiro de 1844, saiu, junto com duas amigas, em busca de lenha na Pedra de Masabielle. Para isso, tinha que atravessar um pequeno rio, mas como Bernadete sofria de asma, não podia entrar na água fria, e as águas daquele riacho estavam muitas geladas. Por isso ela ficou de um lado do rio, enquanto as duas companheiras iam buscar a lenha.

Foi nesse momento, que Bernadete experimenta o encontro com Nossa Mãe, experiência que marcaria sua vida, “senti um forte vento que me obrigou a levantar a cabeça. Voltei a olhar e vi que os ramos de espinhos que rodeavam a gruta da pedra de Masabielle estavam se mexendo. Nesse momento apareceu na gruta uma belíssima Senhora, tão formosa, que ao vê-la uma vez, dá vontade de morrer, tal o desejo de voltar a vê-la”.

“Ela vinha toda vestida de branco, com um cinto azul, um rosário entre seus dedos e uma rosa dourada em cada pé. Saudou-me inclinando a cabeça. Eu, achando que estava sonhando, esfreguei os olhos; mas levantando a vista vi novamente a bela Senhora que me sorria e me pedia que me aproximasse. Ms eu não me atrevia. Não que tivesse medo, porque quando alguém tem medo foge, e eu teria ficado alí olhando-a toda a vida. Então tive a idéia de rezar e tirei o rosário. Ajoelhei-me. Vi que a Senhora se persignava ao mesmo tempo em que eu. Enquanto ia passando as contas ela escutava as Ave-marias sem dizer nada, mas passando também por suas mãos as contas do rosário. E quando eu dizia o Glória ao Pai, Ela o dizia também, inclinando um pouco a cabeça. Terminando o rosário, sorriu para mim outra vez e retrocedendo para as sombras da grupa, desapareceu”.

Em poucos dias, a Virgem volta a aparecer a Bernadete na mesma gruta. Entretanto, quando sua mãe soube disso não gostou, porque pensava que sua filha estava inventando histórias –embora a verdade é que Bernadete não dizia mentiras–, ao mesmo tempo alguns pensavam que se tratava de uma alma do purgatório, e Bernadete ficou proibida de voltar à gruta Masabielle.

Apesar da proibição, muitos amigos de Bernadete pediam que voltasse à gruta; com isso, sua mãe disse que se consultasse com seu pai. O senhor Soubiruos, depois de pensar e duvidar, permitiu que ela voltassem em 18 de fevereiro.

Desta vez, Bernadete foi acompanha por várias pessoas, que com terços e água benta esperavam esclarecer e confirmar o narrado. Ao chegar todos os presentes começaram a rezar o rosário; é neste momento que Nossa Mãe aparece pela terceira vez. Bernadete narra assim a aparição: “Quando estávamos rezando o terceiro mistério, a mesma Senhora vestida de branco fez-se presente como na vez anterior. Eu exclamei: ‘Aí está’. Mas os demais não a via. Então uma vizinha me deu água benta e eu lancei algumas gotas na visão. A Senhora sorriu e fez o sinal da cruz. Disse-lhe: ‘Se vieres da parte de Deus, aproxima-te’. Ela deu um passo adiante”.

Em seguida, a Virgem disse a Bernadete: “Venha aqui durante quinze dias seguidos”. A menina prometeu que sim e a Senhora expressou-lhe: “Eu te prometo que serás muito feliz, não neste mundo, mas no outro”.

Depois deste intenso momento que cobriu a todos os presentes, a notícia das aparições correu por todo o povoado, e muitos iam à gruta crendo no ocorrido embora outros zombassem disso.

Gruta onde Nossa Senhora de Lurdes apareceu
Entre os dias 11 de fevereiro e 16 de julho de 1858 houve 18 aparições. Estas se caracterizaram pela sobriedade das palavras da Virgem, e pela aparição de uma fonte de água que brotou inesperadamente junto ao lugar das aparições e que deste então é um lugar de referência de inúmeros milagres constatados por homens de ciência.

As seguintes aparições

Na quarta aparição, no domingo, dia 21 de fevereiro, a Santíssima Virgem lançando um olhar de tristeza sobre a multidão, disse à menina vidente: “É necessário rezar pelos pecadores”.

Em seguida, em 25 de fevereiro, a Santa Mãe disse-lhe: “Vai e toma água da fonte”, a menina pensou que lhe pedia que fosse tomar água do rio Gave, mas a Mãe indicou-lhe que procurasse no chão. Bernadete começou a escavar e a terra se abriu e começou a brotar água. Desde então aquele manancial mina água sem cessar, uma água prodigiosa onde foram alcançadas curas milagrosas de milhares e milhares de doentes. Este manancial produz cem litros de água por dia continuamente desde aquela data até hoje.

No dia seguinte, a Virgem Maria destacou: “É necessário fazer penitência”, então Bernadete começou naquele momento a fazer alguns atos de penitência. A Virgem, disse-lhe também:: “Rogarás pelos pecadores...Beijarás a terra pela conversão dos pecadores”. Como a Visão retrocedia, Bernadete a seguia de joelhos beijando a terra. Mais adiante, em 2 de março, a Virgem diz a Bernadete que diga aos sacerdotes que Ela deseja que se construa ali um templo e que sejam feitas procissões.

Em 25 de março, ao vê-la mais amável do que nunca, Bernadete pergunta várias vezes: Senhora, quer me dizer o seu nome? A Virgem sorri e por fim, com a insistência da menina, eleva suas mãos e seus olhos ao céu e exclama: “Eu sou a Imaculada Conceição”.

Na aparição do dia 5 de abril, a menina permanece em êxtase, sem se queimar com a vela que se consome entre suas mãos.

Finalmente, em 6 de Julho, festa da Virgem do Carmo, Nossa Senhora apareceu mais bela e mais sorridente do que nunca e inclinando a cabeça em sinal de despedida, desapareceu. E Bernadete nunca mais voltou a vê-la nesta terra. Até essa data a Virgem apareceu a Bernadete 18 vezes, desde o dia 11 de fevereiro.

Em 1876, foi edificada ali a atual Basílica, um dos lugares de peregrinação do mundo Católico. Bernadete foi canonizada pelo Papa Pio XI em 8 de dezembro de 1933.

Desta maneira, Lourdes tornou-se um dos lugares de maior peregrinação do mundo, milhões de pessoas vão todos os anos e muitos doentes foram curados em suas águas milagrosas.

A festa de Nossa Senhora de Lourdes é celebrada no dia de sua primeira aparição, 11 de fevereiro.

A Mensagem da Virgem

A Mensagem que a Santíssima Virgem deu em Lourdes, pode ser resumida nos seguintes pontos:

1.- É um agradecimento do céu pela definição do dogma da Imaculada Conceição, que tinha sido declarado quatro anos antes por Pio IX (1854), ao mesmo tempo que assim apresenta Ela mesma como Mãe e modelo de pureza para o mundo que está necessitado desta virtude.

2.- Derramou inumeráveis graças físicas e espirituais, para que nos convertamos a Cristo em sua Igreja.

3.- É uma exaltação às virtudes da pobreza e humildade aceitas cristanamente, ao escolher a Bernadete como instrumento de sua mensagem.

4.- Uma mensagem importantíssima em Lourdes é o da Cruz. A Santíssima Virgem repete que o importante é ser feliz na outra vida, embora para isso seja preciso aceitar a cruz. "Eu também te prometo fazer-te ditosa, não neste mundo, mas no outro"

5.- Em todas as aparições veio com seu Rosário: A importância de rezá-lo.

6.- Importância da oraçao, da penitência e humildade (beijando o solo como sinal disso); também, uma mensagem de misericórdia infinita para os pecadores e do cuidado com os doentes.

7.- Importância da conversão e a confiança em Deus.

Os primeiros milagres

26 de fevereiro

A água milagrosa operou o primeiro milagre. O bom pároco de Lourdes havia pedido um sinal, e em vez do pequeno que havia pedido, a Virgem acabava de dar um sinal muito grande, e não somente a ele, mas a toda a população.

Havia em Lourdes um pobre operário dos canteiros, chamado Bourriette, que vinte anos antes havia tido o olho esquerdo severamente atingido por uma explosão de uma mina. Era um homem muito honrado e muito cristão, que mandou a filha buscar água na nova fonte e se pôs a rezar, embora estivesse um pouco suja, esfregou os olhos com ela. Começou a gritar de alegria. As trevas haviam desaparecido, não lhe restava mais do que uma leve nuvem, que foi desaparecendo enquanto lavava.

Os médicos haviam dito que ele jamais se curaria. Ao examiná-lo novamente não sobrou outra alternativa que chamar o ocorrido por seu nome: milagre. E o maior foi que o milagre havia deixado as cicatrizes e lesões profundas da ferida, mas havia devolvido mesmo assim a vista.

Muitos milagres continuam ocorrendo em Lourdes, havendo no santuário sempre uma multidão de doentes.

4 de março

Seguindo seu costume, Bernadete, antes ir à gruta, assistiu á Santa Missa. No final da aparição, teve a grande tristeza, a tristeza da separação. Voltaria a ver a Virgem?

A Virgem sempre generosa, não quis que terminasse o dia sem uma manifestação de sua bondade: um grande milagre, um milagre maternal.

Um menino de dois anos estava já agonizando, chamava-se Justino. Desde que nasceu teve uma febre que ia pouco a pouco destruindo sua vida. Seus pais, nesse dia, o deram por morto. A mãe em seu desespero o pegou e o levou para a fonte. O menino não dava sinais de vida. A mãe o colocou 15 minutos na água que estava muito fria.

Ao chegar em casa, notou que se ouvia com normalidade a respiração do menino.

Ano dia seguinte Justino acordou com a fronte fresca e viva, seus olhos cheios de vida, pedindo comida e suas pernas fortalecidas.

Este fato comoveu a toda a comarca e logo toda a França e Europa; três médicos de grande fama certificaram o milagre, chamando-o de primeira ordem.

Santa Bernadete

Santa Marie Bernard –Bernadete– Soubirous nasceu em 7 de janeiro, de 1844, no povoado de Lourdes, França. Era a primeira de vários irmãos. Seus pais viviam em um sótão úmido e miserável, e o pai tinha por ofício coletar o lixo do hospital.

Desde pequena, Bernadete teve uma saúde bem delicada por causa da falta de alimentação suficiente, e do estado lamentavelmente pobre da casa onde morava. Nos primeiros anos sofreu de cólera que a deixou muito enfraquecida. Em seguida, por causa também do clima terrivelmente frio no inverno, a santa adquiriu aos dez anos uma asma.

Tempos depois das aparições, Bernadete foi admitida na Comunidade de Filhas da Caridade de Nevers. Em julho de 1866 começou seu noviciado e em 22 de setembro de 1878 pronunciou seus votos, faleceu alguns meses depois, no dia 16 de Abril de 1879.

A vida da jovenzinha, depois das aparições esteve cheia de enfermidades, penalidades e humilhações, mas com tudo isto foi adquirindo um grau de santidade tão grande que ganhou enorme prêmio para o céu.

Em seus primeiros anos com as freiras, a jovem Santa sofreu muito, não somente pela falta de saúde, com também por causa da Madre superiora do lugar que não acreditava em suas doenças, inclusive dizia que coxeava a perna, não pelo tumor que tinha, mas para chamar a atenção.

Em sua comunidade, a santa dedicou-se a ser enfermeira e sacristã, e mais tarde, por nove anos esteve sofrendo ma dolorosa doença. Ao chegar-lhes os agudos ataques exclamava “O que peço a nosso Senhor não é que me conceda saúde, mas que me conceda valor e fortaleza para suportar com paciência minha enfermidade.

Para cumprir o que recomendou a Santíssima Virgem, ofereço meus sofrimentos como penitência pela conversão dos pecadores”.

Quando lhe faltava pouco para morrer, chegou um Bispo para visitá-la disse que estava a caminho de Roma, que escrevera uma carta ao Santo Padre para que lhe enviasse uma benção, e que ele a levaria pessoalmente. Bernadete, com mão estremecida, escreve: “Santo Padre, quanto atrevimento, que eu uma pobre irmãzinha escreva ao Sumo Pontífice. Mas o Senhor Bispo mandou que o fizesse. Peço uma benção especial para esta pobre doente”. De volta da viagem, o Bispo trouxe uma benção especialíssima do Papa e um crucifixo de prata como presente do Santo Padre.

Em 16 de abril de 1879, estando muito mal de saúde e tendo apenas 35 anos, exclamou emocionada: “Eu vi a Virgem. Sim, a vi, a vi! Que formosa era!” E depois de alguns momentos de silêncio disse emocionada: “Rogai Senhora por esta pobre pecadora”, e apertando o crucifixo sobre seu coração faleceu.

Uma imensa multidão assistiu aos funerais de Santa Bernadete. E ela começou a conseguir milhares de Deus em favor dos que lhe pediam ajuda. 30 anos mais tarde, seu cadáver foi exumado, e encontrado em perfeito estado de conservação, alguns anos depois, pouco antes de sua beatificação, efetuada em 12 de Junho de 1925, foi feito um segundo reconhecimento do corpo, que continua intacto.

Santa Bernadete foi canonizada em 8 de Dezembro de 1933. Seu corpo incorrupto ainda pode ser visitado no Convento de Nevers, dentro de um féretro de cristal. A festividade da Santa se celebra em 16 de Abril.

A Igreja e as Aparições da Virgem

Em 18 de janeiro de 1862: o bispo assinou a carta pastoral aprovando as aparições. Seu caráter sobrenatural e a vida tão autêntica da vidente.

1874: o Papa Pio IX concedeu ao santuário o título de Basílica.

1876: coroação solene da estátua da Virgem.

Leão XIII: aprovou o ofício e missa de Lourdes

Pio X chamou o santuário de Lourdes: "sede do poder e da misericórdia de Maria, onde ocorreram maravilhosas aparições da Virgem". Além disso, em 1907, estendeu a celebração da festa de Nossa Senhora de Lourdes a toda a Igreja universal.

Pio XI afirmou: “Lourdes, onde a Virgem apareceu várias vezes à bem-aventurada se Bernadete, onde exortou a todos os homens à penitência”.

Elevou à honra dos altares a Santa Bernadete Soubirous em 8 de Dezembro de 1933.

Pio XII: escreveu a encíclica "A peregrinação à Lourdes", o mais completo de todos os documentos sobre Lourdes".

João XXIII: no encerramento do centenário das aparições de Lourdes, recordava o seguinte: "A Igreja, pela voz de seus Papas, não cessa de recomendar aos católicos que prestem atenção à mensagem de Lourdes"

Finalmente, João Paulo II é o primeiro Papa a peregrinar até Lourdes, em 1983, pelos 125o aniversário das aparições. Ali celebrou a Santa Missa no dia 15 de Agosto, afirmando duas vezes: "Viemos em peregrinação a Lourdes, onde Maria disse a Bernadete: "Eu sou a Imaculada Conceição" e acrescentou: "Aqui falou com uma simples menina de Lourdes, rezou com ela o terço, deu-lhe várias mensagens, e o Papa concluiu dizendo: "a Virgem vem para salvar os pecadores".
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