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Você conhece a Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney?

Salve Maria,

Dom Fernando Arêas Rifan, fala sobre a crise “pós-conciliar” em Campos, o cisma com a má compreensão do Concílio Vaticano II e a regularização e volta a unidade da Igreja dos tradicionalistas em Campos (Brasil). Nasce assim a Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney.

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Fonte: Blog Valderi

São Pedro Julião Eymard


Salve Maria.

Hoje é dia em que a Santa Igreja celebra o dia de São Pedro Julião Eymard (apóstolo da Eucaristia e propagador do culto solene à Jesus Sacramentado). Posto hoje a história desse Santo, também como um ato cingelo de gratidão à Sociedade dos Servos da Eucaristia. Foi lá que conheci São Pedro Julião, e é lá (também) que a obra desse santo tão importante para a Igreja, continua viva até hoje, e se Deus quiser e abençoa-los essa obra se perpetuará.
Que Deus abençoe à todos os Padres, mas no dia de hoje em especial aos Padres e seminaristas dessa congregação que ainda é de direito diocesano, mas se Ele quiser chegará à ser de Direito Pontifico, para a maior honra e glória do Senhor.


 São Pedro Julião Eymard
Comemoração dia 03 de agosto

São Pedro Julião nasceu em 1811, em La Mure d’Isère, cidadezinha na diocese de Grenoble. O pai exercia a profissão de cuteleiro, e Pedro Julião trabalhou no ofício do pai e numa fábrica de azeite, até a idade de 18 anos. Nas horas de folga, estudava latim e teve algumas aulas com um sacerdote de Grenoble, para o qual trabalhou durante algum tempo, e em 1831 foi para o seminário de Grenoble. Foi ordenado lá, em 1834, e durante os cinco anos seguintes exerceu o ministério sacerdotal nas paróquias de Chatte e de Monteynard. O que pensavam dele vem expresso nas palavras do seu bispo, Monsenhor de Bruillard, quando o Abade Eymard lhe pediu permissão para ingressar na Congregação dos Maristas: “Eu provo minha estima por essa congregação justamente ao permitir que um sacerdote assim como vós ingresse nela”. Após o noviciado, ele foi feito diretor espiritual do seminário menor em Belley, e em 1845, provincial da congregação em Lyon. O Santíssimo Sacramento sempre fora o centro em torno do qual girava sua vida; “sem ele, eu estaria perdido”, e num determinado domingo de Corpus Christi, ao levar a Hóstia em procissão, ele teve uma experiência gratificante: “Minha alma ficou inundada de fé e amor a Jesus no Santíssimo Sacramento. Aquelas duas horas me pareceram apenas um instante. Depositei aos pés de Nosso Senhor a Igreja da França e do mundo inteiro, a todos os homens, a mim mesmo. Meus olhos se inundaram de lágrimas. Era como se meu coração estivesse sendo submetido a uma prensa de largar. Naquele momento, eu desejava que todos os corações estivessem dentro do meu e fossem abrasados pelo fogo do zelo de S. Paulo”.

Em 1851 o Pe. Eymard fez uma peregrinação até Notre-Dame de Fourvières: “Um pensamento só me dominava, e era este: que Jesus no Santíssimo Sacramento não tinha nenhuma instituição para glorificar o seu mistério de amor, cujo único objeto fosse a total consagração ao seu serviço. Deveria existir uma assim... Eu prometi a Maria que iria me consagrar a esse fim. Tudo estava ainda muito vago, eu não tinha a idéia de deixar a sociedade… Que horas eu passei lá!”. Os superiores o aconselharam que os seus planos até que estivessem mais maduros, e ele passou quatro anos em La Seyne. Durante esse tempo, ele recebeu incentivo do Papa Pio IX e o do Vem. João Colin, fundador dos Maristas, e decidiu-se a sacrificar sua vocação com a Associação de Maria e a dedicar-se a uma nova sociedade. Em 1856, com a aprovação do superior geral dos Maristas, ele apresentou o seu projeto da formação de uma instituição de sacerdotes-adoradores do Santíssimo Sacramento a Monsenhor de Sibour, arcebispo de Paris, e no final de doze dias repletos de ansiedade, o mesmo foi aprovado. Monsenhor de Sibour colocou uma casa à sua disposição, na qual o Pe. Eymard estabeleceu sua residência com um companheiro, e a 6 de janeiro de 1857, pela primeira vez, foi exposto o Santíssimo Sacramento em sua capela, e o Pe. Eymard fez sua pregação a um grande número de pessoas presentes.

Os primeiros membros da Congregação dos Sacerdotes do Santíssimo Sacramento foram o Pe. de Cuers e o Pe. Champion, começando eles com a exposição do Santíssimo três vezes por semana. As vocações foram lentas. Muitos eram os chamados, mas poucos os escolhidos. Eles tiveram dificuldades enormes. Tiveram que abandonar a primeira casa, e em 1858 conseguiram uma pequena capela no Faubourg Saint-Jacques, onde, durante nove anos, a graça de Deus foi derramada com tanta abundância, que o Pe. Eymard a denominou de “a capela dos milagres”. No ano seguinte, o Papa Pio IX emitiu um Breve cheio de elogios em favor da congregação, foi aberta mais uma casa em Marselha, e em 1862, uma terceira, em Angers. Por essa época, havia membros suficientes para estabelecer um noviciado regular, e a congregação se expandiu rapidamente. Os sacerdotes recitam o Ofício em coro e realizam todos os outros deveres do clero, subordinando-os ao seu ofício principal de manter a adoração perpétua ao Santíssimo Sacramento exposto, no qual eles têm a colaboração de irmãos leigos. Em 1858 o Pe. Eymard estabeleceu as Servas do Santíssimo Sacramento, irmãs essas que também têm a missão de consagrar-se à adoração perpétua e à difusão do amor a Nosso Senhor. E ele fundou a Liga Eucarística de Sacerdotes, cujos membros se comprometem a passar, tanto quanto possível, cerca de uma hora diária em oração diante do Tabernáculo. Mas o Pe. Eymard não limitou sua atuação somente ao clero e aos religiosos. Em sua Obra para os Adultos Pobres, ele apresentou perante a sua congregação a necessidade da preparação para a primeira comunhão de todos os adultos que não mais se encontram em idade de frequentar as aulas de catecismo na paróquia ou que não possam frequentar tais aulas, e ele organizou também a Arquiconfraria do Santíssimo Sacramento, cujo alcance é tão altamente estimado pela Igreja, a ponto de, através de uma lei canônica, estabelecer que se deve erigir em cada paróquia um dos seus ramos. Ele escreveu também inúmeros livros sobre a Eucaristia, os quais estão traduzidos em diversos idiomas.

Entre as dificuldades que assoberbavam a vida de S. Pedro Julião para criar sua fundação, uma das mais difíceis foi a critica hostil à qual foi submetido, logo no início da mesma, por ter ele deixado a Associação de Maria, e os detratores de sua obra não esperaram que ela tivesse início. Ele os desculpava, dizendo: “Eles não compreendem, e todos os que a ela se opõem estão lhe fazendo um benefício. Porque eu sei muito bem que ela precisa ser perseguida. Acaso Nosso Senhor não foi perseguido durante toda a sua vida?” Houve outras grandes dificuldades e desapontamentos, mas, apesar de tudo isso, a congregação foi aprovada pela Santa Sé, como ficou dito, durante a sua vida, e finalmente foi confirmada in perpetuum, em 1895. Ele era possuído de um admirável espírito de pietas: toda vez que visitava a casa da congregação em La Mure, ele fazia regularmente três “estações”: na fonte onde fora batizado, junto ao altar onde recebera a primeira comunhão e junto ao túmulo dos pais. E, novamente, em 1867: “Há quanto tempo desejei ver de novo a querida região da Chatte e de Saint-Romans”, cenas do início do seu ministério sacerdotal. O Pe. Eymard fora considerado um santo já desde aqueles dias, e durante toda a sua vida a impressão de sua santidade era cada vez mais reconhecida, em sua vida diária e em suas virtudes, em suas obras e através dos dons sobrenaturais que possuía. Por diversas vezes ele teve o conhecimento dos pensamentos das pessoas ausentes, lia o interior das almas, e mais e uma vez teve previsões proféticas. S. João Maria Vianney, que conheceu pessoalmente o Pe. Eymard, dele dizia: “Ele é um santo. O mundo obstaculiza a sua obra, mas sem o saber, pois ela fará grandes coisas para a glória de Deus. Adoração feira por sacerdotes! Que beleza! Digam ao bom PE. Eymard que eu rezarei todos os dias em prol de sua obra”.

Durante os últimos quatro anos de vida, S. Pedro Julião sofreu de reumatismo e de insônia, e os seus sofrimentos foram aumentando por dificuldades deprimentes. Numa ocasião, ele deixou entrever o seu desânimo. “Ele abriu o sue coração para nós”, escreveu o Pe. Mayet, em 1868. Dessa vez, disse ele, estou esmagado sob o peso da cruz, arrasado, aniquilado. Seu coração sentia a necessidade de procurar o consolo de um amigo, porque, como ele explicava, “tenho que carregar sozinho a minha cruz, de modo a não desanimar ou assustar os meus confrades”. O pressentimento da morte iminente era forte nele. “Eu retornarei mais cedo do que pensais”, foi sua resposta, quando a sua irmã insistiu com ele para que visitasse La Mure com mais frequência. Isso dói em fevereiro, e ele começou a percorrer os lugares em visita aos seus penitentes e a outros que o procuravam, falando-lhes como alguém que falava pela última vez. Em julho, ele ficou abatido, e o médico ordenou-lhe que deixasse Paris imediatamente. No dia 21, ele partiu de Grenoble numa carruagem rumo a La Mure. Fazia muito calor e chegou num estado de colapso e paralisia parcial. No dia 1º de agosto, ele faleceu. Realizaram-se milagres junto ao túmulo, antes d final daquele mesmo ano, e em 1925, Pedro Julião Eymard foi beatificado, sendo canonizado em 1962, durante o Concílio Vaticano II.

Existe um breve resumo da autoria de Lady Herbert, The Priest of the Eucharist (1898); uma vida excelente de J. M. Lambert, na série “Les Saints” (1925); uma biografia completa em francês de F. Trochu (1949), e uma outra em italiano de P. Fossati (1925). Veja-se também A. Bettinger, Pierre Julien Eymard et as Méthode d’Adoration (1927).
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Fonte: Vida dos Santos, vol. VIII Agosto, de Butler

Sete Santos Fundadores dos Servitas

Salve Maria,

Hoje a Igreja celebra a memória dos Sete Santos da Ordem dos Servitas ou Ordem dos Servos de Maria.

Os fundadores da Ordem dos Servos de Maria foram muito unidos durante a vida,
sendo sepultados num mesmo túmulo
e — fato único na História — venerados e canonizados em conjunto.


A Idade Média foi, com muita propriedade, chamada “a doce primavera da fé”. Suas catedrais magníficas, verdadeiras rendas de pedra e de vitrais, ainda hoje atraem turistas de todo o mundo. No seu apogeu, viu florescer uma plêiade de santos, como São Tomás de Aquino e São Boaventura, que ilustraram para sempre a Santa Igreja. Entre os santos medievais, imperadores, reis, príncipes e grandes senhores que palmilharam a senda da virtude foram elevados à honra dos altares.

A Idade Média teve também a glória inusitada — que mostra como a santidade era então comum — de ver sete dos mais proeminentes cidadãos da República livre de Florença abandonarem sua situação privilegiada e de riqueza para seguirem mais fielmente os conselhos evangélicos. São eles os sete santos fundadores da Ordem dos Servos de Maria, cuja festa comemoramos no dia 17 de fevereiro.

Da riqueza à pobreza da vida religiosa

Com o intuito de louvar mais especialmente a puríssima Virgem Maria, alguns jovens do patriciado de Florença — ao que parece, todos mercadores de lã — haviam fundado uma confraria de leigos com o nome de Laudantes. No dia 15 de agosto de 1233, festa da Assunção de Nossa Senhora, sete de seus membros mais destacados estavam reunidos numa capela para cantar as glórias da Santíssima Virgem, quando Ela lhes apareceu, recomendando-lhes que renunciassem ao mundo e se dedicassem exclusivamente a Deus. Buonfiglio dei Monaldi (Bonfílio), Giovanni di Buonagiunta (Bonajunta), Bartolomeo degli Amidei (Amadeu), Ricovero dei Lippi-Ugguccioni (Hugo), Benedetto dell' Antella (Manetto), Gherardino di Sostegno (Sosteno), e Alessio de Falconieri (Aleixo), os sete escolhidos, venderam assim todos seus bens, distribuíram o produto aos pobres e, depois de ter consultado o bispo da cidade, D. Arinzo, retiraram-se a uma velha casa em La Carmazia, nos arredores da cidade, junto a uma capelinha da Virgem.

No dia da Epifania de 1234, dois deles, Bonfílio e Aleixo, saíram pela primeira vez às ruas para pedir esmolas. E eis que as belas ruas e praças da orgulhosa Florença começaram a assistir a esse espetáculo não raro naqueles tempos de fé: dois membros de opulentas famílias, tendo se despojado de todas as pompas e apanágios de sua classe por amor de Deus, e vestidos com pobre túnica, pedindo a esmola do pão para o sustento diário.

O mais surpreendente foi que as crianças ainda de peito começaram a apontá-los com o dedo e a dizer : “Eis os servos de Maria”. Entre elas estava uma de cinco meses, que depois seria São Felipe Benício, futuro Superior Geral da congregação nascente, e que a desenvolveria de tal forma a ser considerado seu oitavo fundador.

Tal prodígio fez com que D. Arinzo aconselhasse esses religiosos a não mudar o nome que lhes havia sido dado tão milagrosamente. E até hoje eles são conhecidos como Servos de Maria.

Nossa Senhora concede o hábito e as regras

Os sete santos permaneceram um ano em La Carmazia. Mas, como eram muito solicitados, com a anuência do bispo resolveram procurar um local mais isolado para viverem. D. Arinzo pôs à disposição deles um terreno junto ao Monte Senário, a duas léguas de Florença. Lá construíram um oratório e, em seu redor, pequenas celas de madeira. Entregavam-se à oração e penitência, vivendo das ervas que nasciam no sopé do monte, meditando continuamente a Paixão de Cristo e as amarguras de Maria Santíssima. Escolheram o mais velho deles, Bonfílio, como superior. Este, vendo que não poderiam viver sempre assim, mesmo porque as ervas escasseavam, mandou à cidade Aleixo e Manetto, a fim de pedir esmolas para o sustento da pequena comunidade.

Aleixo Falconieri, filho de um dos principais membros da República — o mais conhecido dos sete fundadores — não quis depois, por humildade, receber a ordenação sacerdotal quando seus companheiros obtiveram autorização para isso. Em sua longa vida de cento e dez anos, permaneceu sempre irmão leigo na ordem que co-fundara. Por mais que quisesse livrar-se das honras, sua personalidade o punha em evidência, e seria o mais lembrado quando se falasse dos sete santos servitas.

Em Monte Senário Nossa Senhora tornou a aparecer aos sete fundadores, mostrando-lhes um hábito negro e recomendando que o portassem em memória da Paixão de seu Filho. Deu-lhes também as regras de Santo Agostinho, que deviam seguir, fundando assim uma nova ordem religiosa. Os sete santos fizeram os votos de obediência, pobreza e castidade, e começaram a receber candidatos. Em memória dessa aparição, que teve lugar na Sexta-feira Santa do ano 1239, os religiosos servitas costumavam fazer, nesse dia, uma cerimônia a que denominavam Os funerais de Jesus Cristo. No Sábado Santo, outra a que chamavam A coroação da Santíssima Virgem.

O fim particular dessa nova ordem era, primeiro, a santificação de seus membros; e depois, a de todos os homens, através da devoção à Mãe de Deus, especialmente em sua desolação durante a Paixão de seu divino Filho. Para isso os servitas pregavam missões, tinham a cura de almas e ensinavam em instituições superiores de ensino.

O milagroso quadro da Anunciação

No princípio os religiosos iam a Florença e voltavam todos os dias. Entretanto, devido à distância e às intempéries, receberam permissão para abrir uma espécie de hospedaria na cidade, onde os frades que saíam para esmolar pudessem recolher-se no fim do dia e acolher também peregrinos que viessem a Florença. Mais tarde, quando se pensou numa fundação na cidade, utilizaram essa hospedaria. Bonfílio e Aleixo tiveram a idéia de mandar pintar em sua capela o grande mistério da Anunciação. O piedoso pintor que contrataram, não se julgando com suficiente habilidade para reproduzir os traços da Santíssima Virgem nessa cena, pediu aos religiosos que unissem orações às suas, para que Nossa Senhora o ajudasse na empresa. Segundo as crônicas, ocorreu um fato maravilhoso: enquanto o pintor dormia, um artista celeste completou o que ele não ousava fazer. E assim nasceu o quadro milagroso, que tornou célebre a basílica da Anunciata, pois começou a atrair multidões. O pequeno oratório não tinha capacidade para tanto e foi preciso pensar-se em uma igreja maior, o que as abundantes esmolas dos fiéis tornou possível.

Tendo esses santos varões agregado a si muitos companheiros, começaram a percorrer as cidades e aldeias da Itália, principalmente da Toscana, pregando Jesus Cristo crucificado, acalmando guerras civis e trazendo muitos desorientados às sendas da virtude.

Em 1243 o dominicano Pedro de Verona (São Pedro Mártir), Inquisidor Geral da Itália (imagem ao lado), pelas suas familiares relações com aqueles santos e por uma visão de Maria Santíssima, recomendou a nova fundação ao Papa. Mas foi somente em 1249 que a primeira aprovação oficial da ordem foi obtida do Cardeal Raniero Capocci, legado papal na Toscana. Por esse tempo, São Bonfílio obteve permissão para fundar o primeiro ramo de sua ordem em Cafaggio, fora dos muros de Florença.

Em 1267 São Felipe Benício foi eleito Superior Geral. Mas em 1274 o Concílio de Lyon suprimiu todas as ordens religiosas ainda não aprovadas pela Santa Sé. Consequentemente, o Papa Inocêncio V, em carta de 1276, comunicou a São Felipe que a Ordem dos Servitas estava supressa. O santo foi a Roma defender sua causa, mas o Papa faleceu. Finalmente, a instâncias de São Felipe e diante da opinião favorável de três advogados consistoriais, o Papa João XXI decidiu que a ordem continuasse como antes. Mas a aprovação final só veio em 1304, com a bulla “Dum levamus”, do Papa Bento IX. Dos sete fundadores, só Santo Aleixo vivia.

Com efeito, entre 1257 e 1268 haviam falecido quatro deles. Em 1282, morrendo Santos Hugo e Sosteno, dos primitivos sete fundadores restou somente Santo Aleixo.

Em 1270 Santo Aleixo teve a dita de ver nascer milagrosamente a filha de seu irmão Clarêncio, já septuagenário, a futura Santa Juliana Falconiere, que fundaria um ramo feminino da Ordem dos Servitas, as Mantellatas.

Outro santo cuja fama de santidade muito contribuiu para a expansão da obra dos Servitas foi São Peregrino Laziosi, nascido em 1265, recebido na Ordem em 1283. Sua humildade e paciência eram tão grandes, que foi chamado “o segundo Jó”. Seu corpo permanecia incorrupto até recentemente.

Os sete fundadores foram sepultados no mesmo sepulcro. Simbolicamente, suas cinzas se misturaram.
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San Giovanni Melchior Bosco

Salve Maria,

Hoje, dia 31 de janeiro, a Igreja Católica está em grande festa, pois comemora o dia de São João Bosco, considerado pai e mestre dos jovens e fundador da obra salesiana presente em todo o mundo. Segue um pouco de sua história.

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João Bosco nasceu nos Becchi, região da Itália, aos 16 de agosto de 1815. Filho de Francisco e Margarida, parecia ter um futuro pouco diferente dos camponeses de sua terra, não fosse o plano que Deus lhe reservava.

Com apenas dois anos de idade, Joãozinho perde o pai, vítima de uma forte pneumonia. Mamãe Margarida, mulher forte e dedicada, não gasta tempo com lamentações: assume o trabalho de sustentar a família. Aos nove anos teve um sonho que marcou seu futuro. Nele, um bando de animais selvagens se transforma em mansas ovelhas. Aparecem um homem e uma senhora dizendo coisas que só mais tarde compreenderia.

Deus o chamava para ser padre. Mas para isso precisava estudar. As dificuldades, sobretudo financeiras, o obrigavam a muitos sacrifícios. Chegava a trocar o tempo de descanso pelo de estudo. Aos 30 de setembro de 1835 João Bosco entra para o seminário de Chieri. Sua mãe lhe diz: “Quando você nasceu, lhe consagrei a Nossa Senhora, ensinei a querê-la bem. Agora lhe recomendo que seja todo dela”. 5 de junho de 1841, o Arcebispo de Turim estende as mãos sobre a cabeça de João Bosco, invocando o Espírito Santo para que o consagre sacerdote para sempre. Quando ele se levanta é Dom Bosco.

Garelli apanha do sacristão por não saber ajudar na Missa. É o primeiro garoto do oratório de Dom Bosco. Neste mesmo dia os dois rezam juntos uma Ave-Maria e se tornam amigos. Esta Ave-Maria se tornará fonte de muitas bênçãos. Reunindo um grupo de jovens, Dom Bosco inicia uma experiência que chamou de Oratório. Aí os jovens se reúnem para se divertir, rezar e receber instruções úteis para a vida.

Molestado por forte pneumonia, Dom Bosco cai enfermo. Os jovens, com medo de perde-lo, fazem vigílias de oração e oferecem sacrifícios pela sua saúde. Ao recuperá-la ele promete: “Devo minha vida a vocês. Estejam certos: também a gastarei por vocês”.

Dom Bosco está sempre com eles: “Aqui entre vocês me sinto bem. Minha vida é mesmo estar com vocês”. Tornara-se o padre dos jovens.

Numa visita a um presídio, Dom Bosco se comove ao deparar-se com numerosos jovens saudáveis, robustos, condenados a viver naquele lugar sujo e deseducativo. Era preciso evitar que eles fossem parar ali. Deste propósito nasce o método educativo salesiano, ou Sistema Preventivo de Dom Bosco.

No início eram três. Agora, centenas. Muita gente ajudava Dom Bosco. Mas ele precisava de pessoas que estivessem com os meninos em tempo integral, que pudessem doar-lhes toda a vida. Deus o inspirou numa resposta a esta necessidade. A 8 de dezembro de 1859, Dom Bosco funda a Sociedade Salesiana. Ele assim a chamou em honra a São Francisco de Sales, o Santo da Bondade.

Fundou ainda as Filhas de Maria auxiliadora, os Cooperadores Salesianos, o grupo dos Ex-Alunos. A Família Salesiana hoje já conta com mais de vinte institutos religiosos e laicais. Em Mato Grosso do Sul nasceram as Irmãs de Jesus Adolescente.

Aos 65 anos de idade Dom Bosco veio atender a um pedido do Santo Padre, o Papa Leão XIII. Este lhe entrega a construção da basílica dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Movido por um grande zelo pela Igreja e confiando na divina Providência ele pôs-se a fazer numerosas viagens por toda a Europa em busca de recursos.

Preocupado que os jovens não fossem somente bons cristãos, mas também honestos cidadãos, Dom Bosco inicia as escolas profissionais. Em 1835, seus jovens começaram a dar as primeiras marteladas.

Acusado de ser revolucionário, Dom Bosco foi vítima de vários atentados. Repetidas vezes o misterioso “Grigio” surgia do nada para lhe salvar a pele. Dom Bosco não tinha dúvidas: “Grigio” fora mandado por Deus.

Em um sonho Dom Bosco viu uma tribo de índios robustos, entre os quais caminhavam alguns missionários. Eram os Salesianos. Em 1875 ele envia a primeira expedição missionária à Terra do fogo, Argentina.

“Diga aos meus jovens que os espero a todos no céu”. Desgastado como uma vela que se queima, Dom Bosco entra na luz. Era madrugada do dia 31 de janeiro de 1888. Despediu-se da terra num pequeno quarto do Oratório de Valdocco.

Dia 1 de abril de 1934, com o título de Pai e Mestre da Juventude, Dom Bosco é aclamado Santo pelo Papa Pio XI. Hoje o seu exemplo de vida convida você a desde cedo entregar a sua vida por uma causa nobre.

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Oração à São João Bosco

Oh! Pai e mestre da juventude, São João Bosco, que tanto trabalhastes pela salvação das almas, sede nossa guia em buscar o bem da nossa e a salvação do próximo, ajudai-nos a vencer as paixões e o respeito humano, ensinai-nos a amar a Jesus Sacramentado, a Maria Santíssima Auxiliadora e ao Papa, e obtende-nos de Deus uma santa morte, para que possamos um dia achar-nos juntos no Céu.
Amém.
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Fonte: Site Unisalesiano - Lins/SP
Fonte(oração): Orações Católicas
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São Pedro Julião Eymard

Salve Maria,

Para a 14ª postagem da série trago agora - em homenagem à Sociedade Servos da Eucaristia (da qual eu farei parte daqui alguns dias) - uma breve história de um grande santo da Santa Igreja: São Pedro Julião Eymard. Boa leitura.
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São Pedro Julião Eymard
(1811-1868)


Nasceu em Esère, França, em 4 de fevereiro de 1811, filho do segundo casamento de um comerciante viúvo. Pedro Julião marcou toda a Igreja com o verdadeiro culto a Jesus Eucarístico. São Pedro Julião Eymard pertencia a uma família tão religiosa que a própria mãe o levava diariamente na Igreja para receber a benção do Santíssimo. Certa vez o menino de cinco anos desapareceu de casa e quando o procuraram na igreja encontraram Pedro diante do sacrário com esta resposta lábios: "Estou falando com Jesus".

Foi à luz do Cristo Eucarístico que Pedro Julião descobriu sua vocação ao sacerdócio, a qual concretizou-se depois vencer as oposições do pai, tornando-se assim um padre secular e mais tarde religioso na Congregação dos Maristas. Como sacerdote secular foi zelosíssimo, a ponto de ser comparado ao Cura d'Ars. Passou, a seguir, 17 anos como religioso na Sociedade de Maria, chegando a ocupar cargos dos mais altos nessa família religiosa.

Padre Eymard já notava que havia um certo distanciamento do povo da Igreja. Algo precisava ser feito. Rezou muito, pediu conselhos aos superiores e para o próprio papa Pio IX. Entretanto, percebeu que por meio do Instituto dos Maristas não poderia executar o que era preciso. Deixou o Instituto e foi para Paris. Lá, em 1856, com a ajuda do arcebispo de Paris, fundou a Congregação dos Padres do Santíssimo Sacramento. E, depois de três anos, a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento. Mais tarde, também fundou uma Ordem Terceira, em que leigos comprometem-se na adoração do Santíssimo Sacramento.

São Pedro Eymard percebendo a indiferença do povo para com Jesus Eucarístico e inspirado por Nossa Senhora concluiu: "É necessário tirar Cristo do sacrário, apresentá-lo ao povo como grande Senhor, Mestre, Salvador, vivo, real em nosso meio". Viajando toda a França, deixando vários escritos, abrangendo sacerdotes, religiosas e leigos na sua obra em honra ao Santíssimo Sacramento, São Pedro Julião tudo conseguiu por causa do auxílio da graça e têmpera diante dos inúmeros sofrimentos.

Durante estes anos de vida eucarística, vemos o Pe. Eymard empenhado em um apostolado que se dirige sobretudo aos pobres da periferia de Paris e aos sacerdotes em dificuldade; dedica-se à Obra da primeira comunhão de adultos e atende numerosos compromissos na pregação, centrada principalmente na Eucaristia.

Seus últimos anos de vida foram repletos de sofrimentos, ocasionados estes em boa parte por seus próprios religiosos que já não tinham confiança em seu Santo Fundador. Disse ele nessa penosa conjuntura: "Eis-me aqui, Senhor, no Jardim das Oliveiras; humilhai-me, despojai-me; dai-me a cruz, contanto que me deis também o vosso amor e a vossa graça".

A vida e a atividade de São Pedro Julião está centrada no mistério da sagrada Eucaristia. Ao princípio, entretanto, seu enfoque era tributário da teologia de seu tempo, insistindo sobre a presença real. Mas, chegará a livrar-se pouco a pouco do aspecto devocional e reparador que tingia de maneira quase exclusiva a piedade eucarística de sua época, e conseguirá fazer da Eucaristia o centro da vida da Igreja e da sociedade. «Nenhum outro centro se não de Jesus Eucarístico».

Ele foi um dos santos mais Eucaristicos da história da Igreja. Toda a sua espiritualidade e mística estavam centradas na Eucaristia. São Pedro Julião Eymard pôde com seus lábios e vida proclamar "para mim, viver é Cristo, e Cristo Sacramentado".

São Pedro Julião Eymard faleceu no dia 1º de agosto de 1868, aos 57 anos de idade.


PENSAMENTOS DE SÃO PEDRO JULIÃO EYMARD

"Dai-me a alegria de celebrar ao menos uma missa. Apenas uma e, depois, morrer!"

"Deus me chama hoje, amanhã seria muito tarde!"

"A Eucaristia é a suprema manifestação do amor de Jesus; depois dele nada há mais, senão o céu"

"Quando penetrou numa alma uma centelha eucarística, lançou-se no coração um germe divino de vida e de todas as virtudes, e que vale por assim dizer, por si mesmo".

"Prometi a Deus que nada me deteria, devesse eu embora comer pedras e acabar no hospital. E principalmente, pedi a Deus (e talvez fosse isto presunção de minha parte) trabalhar sem o menor conforto humano"

"Nós cremos no amor que Deus nos tem. Crer no amor é tudo aqui; não basta crer na verdade, é preciso crer no amor"

"A melhor preparação para a santa Comunhão é a que se faz em Maria"

"Salvar a minha alma é negócio pessoal. Não posso descansar em ninguém, nem com ninguém repartir o trabalho"

"Dar a uma pessoa a fé, a devoção para com Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento, equivale a dar-lhe o segredo e a chave da graça e de todas as demais virtudes"

"Uma boa hora de adoração diante do Santíssimo Sacramento produz maior bem do que todas as igrejas de mármore que possamos visitar ou todos os túmulos que possamos venerar"

"A sagrada Eucaristia é Jesus passado, presente e futuro... É Jesus feito sacramento. Bem-aventurada a alma que sabe encontrar Jesus na Eucaristia, e em Jesus Hóstia tudo"

"A Santa comunhão deve ser o fim de toda vida cristã: todo exercício que não se relaciona com a comunhão está fora de sua melhor finalidade"

"Convencido de que o sacrifício da Santa Missa e a comunhão ao corpo do Senhor são a fonte viva e o ápice de toda a religião, cada um tem o dever de orientar sua piedade, suas virtudes e seu amor de tal modo que se tornem meios que lhe permitam alcançar esse fim: a digna celebração e a recepção frutuosa destes divinos mistérios"

"Quem quiser perseverar que receba a nosso Senhor. É um pão que alimentará seus pobres, força, que o sustentará. E é a Igreja que o quer assim"

"Eu lhes digo que este alimento tomado com intervalos tão prolongados não é mais que um alimento extraordinário, mas onde está o alimento ordinário que deve me sustentar diariamente?"

"Quem não comunga não tem mais que uma ciência especulativa; não conhece nada a não ser palavras, teorias, das quais desconhece o sentido... A alma que comunga não tem primeiro uma idéia de Deus, mas agora o vê, reconhece-o na sagrada mesa"

"A fim de que a alma devota se fortaleça e cresça na vida de Jesus Cristo, tem necessidade de nutrir-se em primeiro lugar de sua verdade divina e da bondade de seu amor de tal modo que possa passar da luz ao amor, e do amor às virtudes"

"A Eucaristia é a vida dos povos. A Eucaristia lhes oferece um centro de vida. Todos podem encontrar-se sem barreira de raça nem de língua para a celebração das festas da Igreja"

"Quão feliz, mil vezes feliz, a alma fiel que encontrou este tesouro escondido, que vai beber neste manancial vivo, que come com freqüência este Pão de vida eterna!"

"O grande mal de nossa época é que não vamos a Jesus Cristo como a seu Salvador e a seu Deus. Abandona-se o único fundamento, a única fé, a única graça da salvação... Então o que fazer? Retornar à fonte da vida, mas não ao Jesus histórico ou ao Jesus glorificado no céu mas sim ao Jesus que está na Eucaristia. Temos que fazê-lo sair de seu esconderijo para que possa de novo colocar-se à cabeça da sociedade cristã... Que venha cada vez mais o reino da Eucaristia: Adveniat regnum tuum!"

Santo Afonso Maria de Ligório

Salve Maria,

Para a 13ª postagem da série trago agora - em homenagem a um grande amigo e pároco: Pe. Sérgio Reis de Lima, CSsR - uma breve história de um grande santo da Santa Igreja: Santo Afonso Maria de Ligório. Boa leitura.
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Santo Afonso Maria de Ligório
 
Santo Afonso Maria de Ligório nasceu em Marianella, no Reino de Nápoles, no dia 27 de Setembro de 1696. De rara inteligência, recebeu em 1712 o doutorado em direito civil e canônico. Não lhe faltaram temperamento e dons artísticos: poeta, músico, arquiteto, pintor.

Era o primogênito de uma família bastante numerosa, pertencente à nobreza napolitana. Recebeu uma esmerada educação em ciências humanas, línguas clássicas e modernas, pintura e música. Compôs um Dueto da Paixão, como também o cântico de Natal mais popular da Itália, Tu Scendi dalle Stelle, e numerosos outros hinos. Terminou os estudos universitários alcançando o doutorado nos direitos civil e canônico e começou a exercer a profissão de advogado. No ano 1723, depois de um longo processo de discernimento, abandonou a carreira jurídica e, não obstante a forte oposição do pai, começou os estudos eclesiásticos.

Foi ordenado presbítero a 21 de dezembro de 1726, aos 30 anos. Viveu seus primeiros anos de presbiterado com os sem-teto e os jovens marginalizados de Nápoles. Fundou as "Capelas da Tarde", que eram centros dirigidos pelos próprios jovens para a oração, proclamação da Palavra de Deus, atividades sociais, educação e vida comunitária. Na época da sua morte, havia 72 dessas capelas com mais de 10 mil participantes ativos.

No dia 9 de novembro de 1732, Afonso fundou a Congregação do Santíssimo Redentor, popularmente conhecida como Redentorista, para seguir o exemplo de Jesus Cristo anunciando a Boa Nova aos pobres e aos mais abandonados. Daí em diante, dedicou-se inteiramente a esta nova missão. Afonso escreveu diversas obras importantes para a Igreja sobre espiritualidade e teologia 111 obras, que tiveram 21.500 edições e foram traduzidas em 72 línguas. Mas, sua maior contribuição para a Igreja foi na área da reflexão teológica moral, com a sua Teologia Moral. Esta obra nasceu da experiência pastoral de Afonso, da sua habilidade em responder às questões práticas apresentadas pelos fiéis e do seu contato com os problemas do dia-a-dia. Combateu o estéril legalismo que estava sufocando a teologia e rejeitou o rigorismo estrito do seu tempo, produto da elite poderosa.

Em 1762, aos 66 anos foi ordenado bispo de Santa Ágata dos Godos.

No dia 1º de agosto de 1787, morreu entre os seus no Convento de Pagani.

Foi canonizado em 1831 pelo Papa Gregório XVI e declarado Doutor da Igreja (1871) e Padroeiro dos Moralistas e Confessores (1950).


A família de Ligório

Os Ligório residem em Nápoles. Dom José, capitão das Galeras Reais, muito religioso e temperamental. A mãe, dona Ana Cavalieri, destaca-se pela doçura. Os pais sonham um futuro para os filhos. Aqui, se sonha muito alto.

Nápoles é uma cidade do sul da Itália. No tempo dos Ligório, é uma colcha de retalhos, marcada por um colorido e uma diversidade muito grandes.

Os Ligório têm oito filhos. O mais velho, Afonso, ficou na história, aliás, bastante movimentada. Porque é o herdeiro, é cercado de todos os cuidados. Investe-se muito nele: estuda em casa, tendo os melhores professores. Seus talentos serão cultivados.

Devoto do Santíssimo Sacramento e da Santíssima Virgem Maria. Participa também do oratório de São Filipe Néri.

Aos 16 anos, doutor em direito civil e eclesiástico. Aos 18, começa a advogar. Serão oito anos sem perder uma causa sequer! Tudo vai bem, do jeito que pensa e sonha Dom José.

Os tribunais, que são a vida de Afonso e dos Ligório, estão indo otimamente. Surgiu, por´em,um processo entre duques, envolvendo grande soma em dinheiro. Devido à corrupção da Corte Judicial, Afonso perde a causa. Sonho acabado!

Afonso refugia-se em seu quarto. Por três dias reflete sobre o desastre, sem comer, sem se comover com as preocupações da mãe. Ao terceiro dia, os Ligório vêem um novo Afonso.

- "Mundo, agora te conheci! Adeus, tribunais! Não me vereis jamais!".

No Hospital dos Incuráveis, Deus o convoca para nova missão. Decidido, vai até a Igreja de Nossa Senhora das Mercês e ali deixa sua espada de cavaleiro.

Ao pai Afonso responde: "Os tribunais são uma página virada em minha vida". Afonso decide ser padre! O pai tenta tudo para demovê-lo da idéia. Em 21 de dezembro de 1726 Afonso é ordenado padre. Não será apenas mais um entre os dez mil que vivem em Nápoles. Será um padre que se destaca. Afonso tem 30 anos de idade.


A serviço dos pobres

Desde jovem Afonso dedica um carinho especial aos pobres. Participa de diversas confrarias, cuja finalidade era dar assistência aos necessitados. Ajuda, por exemplo:

- Os condenados à morte: Afonso inscreve-se na numa associação de voluntários que conforta na fé os condenados à morte, acompanha-os até o local da execução e faz os funerais.

- Os doentes incuráveis: Afonso pertenceu à Confraria dos Doutores, visitava e cuidava dos doentes do hospital conhecido como hospital dos incuráveis.

- Os "lazzaroni": Cerca de trinta mil, vivendo ao perambulando pelas ruas e dependendo da caridade alheia. Será seu grupo preferido em Nápoles. Para eles cria chamadas “capelas vespertinas”, uma das grandes iniciativas pastorais de seu século.

- Os pagãos: Afonso inscreve-se no Colégio dos Chineses que preparava missionários para a China. Sempre teve grande desejo de ir às missões estrangeiras.


No descanso descobre um ideal

Afonso, depois de muitos trabalhos apostólicos, fica doente. O médico recomenda descanso. Parte então para Amalfi, com alguns amigos. - Por que não ir para Santa Maria dos Montes, logo acima de Scala? Estamos em 1730. Santa Maria dos Montes é lugar de pastores de cabras. Gente rude, pobre, fora da sociedade e da Igreja. Aproximam-se do grupo e começa a evangelizá-los. O descanso vira missão!

Visita o bispo de Scala, que o convida para pregar na catedral. A uns 200 metros, religiosas de um mosteiro suplicam que reparta com elas o Pão da Palavra.

É preciso voltar para Nápoles. O descanso acabou. Afonso, porém, volta diferente. Lá nas montanhas estão os cabreiros a esperar... Deixou ali seu coração e uma preocupação o persegue: quem irá evangelizar esse povo? Vendo sua necessidade, rezava, pedindo a Deus que suscitasse alguém para servi-los.


Um novo chamado

Em Scala, uma freira chamada Maria Celeste Crostarrosa tem uma missão: Afonso deveria juntar um grupo de missionários para a pregação.

Afonso assusta-se. - Seria verdade ou ilusão? Inicia-se um longo processo de discernimento. Seu diretor espiritual aconselha não dar muito crédito e continuar sua vida de missionário. E ele parte em missões com alguns companheiros.

Voltando a Nápoles, seu diretor espiritual anuncia-lhe: a obra é de Deus! Consulta outros homens sábios e prudentes É preciso partir! "Fazendo a Jesus Cristo um sacrifício de Nápoles, ele se oferece para viver o resto de sua vida nas estrebarias, nas choças, na cabanas e morrer cercado pelos pastores”.

Sofre a resistência dos pais, a zombaria de muitos. Nápoles não queria perdê-lo. Era precioso demais para a evangelização dos pobres. – E Nápoles não tem pobres?!

Afonso venceu a tentação e deixou Nápoles. Os cabreiros de Scala sorriam.

Adeus, Nápoles

Dois de novembro de 1732. Afonso deixa tudo para seguir o chamado-provocação de Deus.

Com mais dois companheiros, montando um burrico, deixa a cidade, os amigos, a fama e o sucesso garantido. Troca de grupo, abraçando o grupo dos cabreiros de Scala. "O Espírito do Senhor está sobre mim. Ele me ungiu e me enviou para proclamar a Boa Nova aos Pobres". . .

Enfim, Scala. Começa o tempo bonito de consolidar uma opção. Reuniões, orações sobre o novo projeto, a missão que agora se inicia. A fundação oficial do novo grupo de evangelizadores dos pobres será no dia 9 de novembro de 1732.

Serão os congregados do Santíssimo Salvador. Adotam um escudo: sobre três montes, a cruz; esponja e lança, sinais da paixão. Os monogramas de Jesus e Maria. E a senha de identificação: "Copiosa Apud Eum Redemptio"— "Junto Dele a Redenção é abundante".


Evangelização os pobres

Um novo grupo de evangelizadores dos abandonados? - Para quê? Nápoles já tinha tantas congregações. Afonso também fizera para si mesmo todas essas perguntas. Mas havia os que ninguém abraçava, porque eram pobres, grosseiros, que só entendiam de cabras. Gente que não dava retorno algum. Só incômodo, despesas e sacrifício. Por isso, viviam abandonados. E o grupo dos congregados do Santíssimo Redentor era para eles.

Uma característica do grupo: não morar fora e longe dos abandonados . As residências do grupo não serão em Nápoles, mas o mais próximo possível dos pobres. Assim o grupo poderá girar mais facilmente entre eles e eles poderão participar mais da vida dos missionários. Irão às suas Igrejas, reunir-se-ão em suas casas para os exercícios espirituais... Não apenas pregam missões: a comunidade, a casa, tudo é missão e missão contínua. Assim os redentoristas, como serão chamados mais tarde, continuam Jesus Redentor que armou sua tenda no meio de nós.


Sinal de contradição

Afonso foi sinal de contradição. Em primeiro lugar, para a Igreja da época, que deixava no abandono os pobres dos campos.

Diante de uma mentalidade rigorista, que punha a lei e o pecado em primeiro lugar, Afonso apresenta o amor e a misericórdia. Deus nos ama: eis o anúncio predileto de toda a vida de Afonso.

Faz da pastoral, e principalmente da moral, a moral do amor de Deus que se transforma em misericórdia. Afonso convida a uma resposta de amor: diante do amor tão grande de Deus, nós somos levados a amá-lo também.

O amor misericordioso de Deus revela-se de modo especial no sacramento da Reconciliação. Esse sacramento será marcante em sua vida. É o homem da escuta aberta, amiga, amorosa. O homem da reconciliação.

Ele dizia que o confessor deve ser "rico de amor e suave como o mel". Em 1950, o Papa Pio XII o declarava padroeiro dos confessores e dos moralistas. Até hoje os redentoristas têm na Igreja essa missão: anunciar que em primeiro lugar vem o amor e a misericórdia.


Grande escritor

Afonso foi um hábil escritor. Deixou mais de cem obras para ajudar o povo cristão. Em sua época havia uma mentalidade rigorista e muitos pregavam uma religião elitista, sem lugar para o sentimento e a devoção popular. Afonso vai contra a corrente e quer mostrar o rosto verdadeiro de Deus. Por isso escreve e coloca seus livros nas mãos do povo.

Para os sacerdotes escreveu sua Teologia Moral, inaugurando um novo método de fazer moral: a moral do amor e da misericórdia.

Mostrou ao povo a beleza de Maria, em seu livro "Glórias de Maria". Deixou-nos o livro “Prática de Amar a Jesus Cristo", as “Visitas ao Santíssimo Sacramento”.

Célebre sua frase: "Quem reza se salva, quem não reza se condena!"

Escreveu sobre os mistérios de Cristo, sobre sua encarnação, paixão-morte.

Escreveu para as religiosas, para os leigos…

Afonso colocou todos os seus dons a serviço da evangelização dos empobrecidos.

Revela-nos uma vida totalmente consagrada a uma missão. Formou a consciência religiosa de sua época. É considerado o melhor prosador religioso do século XVIII na Itália.


Bispo renovador

Em 1762, com 66 anos, Afonso é nomeado bispo. De novo era preciso partir, desta vez para outra insignificante cidadezinha, Santa Ágata dei Goti. De nada valera apelar para a saúde abalada: "Dom Ligório de sua cama governa melhor a diocese que muitos bispos jovens e com saúde".

Em Santa Ágata dei Goti, por treze anos mostrou zelo invejável. Renovou o seminário; organizou Missões Gerais para a diocese; aprofundou a formação do clero. Envolveu todo o povo na solidariedade e no cuidado dos pobres.

Em 1775, deixa a diocese e retorna para sua congregação. Continuou na sua vida fecunda de oração, orientação e publicações.

Em 1 de agosto de 1787, com noventa e um anos, falece, rodeado de seus co-irmãos, redentores dos empobrecidos. Eram doze horas.

Afonso partia, mas deixava consolidada a grande obra de Deus, a Congregação do Santíssimo Redentor, que na época contava com cento e oitenta e três religiosos.
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Fonte: Wikipédia

Giovanni Melchior Bosco

Salve Maria,

Para a 12ª postagem da série trago agora - em homenagem a um grande amigo: Messias Lira Ramires (grande devoto de Dom Bosco) - uma breve história de um dos maiores santos da Santa Igreja: Dom Bosco. Boa leitura.
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Giovanni Melchior Bosco
(16 de agosto de 1815 / + 31 de janeiro de 1888)

Nasceu em agosto de 1815 em Becchi, distrito de Castelnuovo d'Asti (hoje Castelnuovo Don Bosco), numa família de camponeses pobres. Aos dois anos ficou órfão de pai.

Sua mãe Margarida criou-o com ternura e energia. Ensinou-lhe a trabalhar a terra e a descobrir Deus na beleza do céu, na abundência da colheita, na tempestade que dizimava as vinhas.

Misterioso sonho marcou-lhe a vida, aos nove anos.

Os anos que se seguiram foram orientados por esse sonho. Mãe e filho viram nele a indicação de um caminho. Margarida suportou humilhações e canseiras incríveis para que seu filho chegasse a ser padre.

Bom Bosco foi para Turim em 1841, neo-sacerdote de 26 anos. Seu diretor espiritual, o Pe. José Cafasso, deu-lhe um conselho: "Vá, olhe ao seu redor". Dessa maneira o jovem sacerdote entrou em contato com a miséria humana. Ficou abalado. Os subúrbios eram zonas de agitação, revolta e desolação. Muitos jovens vagabundavam pelas ruas, desocupados, abatidos, dispostos a tudo.

A impressão mais penosa foi a das prisões. Ao sair, havia decidido: "Devo impedir a todo o custo que rapazes tão jovens venham acabar aqui dentro".

Vários sacerdotes ficavam a esperar nas Igrejas e sacristias os jovens emigrados para os tradicionais catecismos. Era preciso experimentar novas formas de apostolado, um apostolado volante, nos bares, oficinas, mercados, tabernas e praças. Muitos padres jovens tentavam. Bom Bosco também.

Entrou em contato com o primeiro rapaz emigrado, Bartolomeu Garelli, de Asti, em 8 de dezembro de 1841. Três dias depois já eram nove com ele, três meses depois, vinte e cinco, no verão de 1842, oitenta. Assim nasceu o Oratório.

Alguns desses jovens, porém, não sabiam onde dormir, a não ser nos miseráveis dormitórios públicos. Recolher jovens sem casa em tempo inegral torna-se problema fundamental para Dom Bosco.

Sua primeira benfeitora não é uma condessa, mas sua mãe. Margarida, pobre camponesa analfabeta de 59 anos, deixa sua casa no campo e vem trabalhar como cozinheira e lavadeira dos molecotes.

Entre os jovens que consideravam Dom Bosco como pai e mestre, alguns pedem-lhe para "ser como ele". Assim nasce a Congregação Salesiana, com o nome de Sociedade São Francisco de Sales.

No outono de 1853, começavam a funcionar em Valdocco as primeiras oficinas, nas quais o próprio Dom Bosco ensinava.

26 de janeiro de 1854: nasce oficialmente a Congregação Salesiana.

30 de julho de 1860: o primeiro "menino de Dom Bosco", Miguel Rua, ordena-se padre. No fim da vida, Dom Bosco poderá dizer que quase três mil padres saíram das fileiras de seus jovens.

Março de 1864: coloca-se a primeira pedra do Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora em Valdocco. Oito anos depois, Dom Bosco começa outro "santuário" de Nossa Senhora: a Congregação das Filhas de Maria Auxiliadora.

Novembro de 1875: partem os primeiros dez salesianos para a América do Sul. No mesmo ano nascem os "Cooperadores", na terceira família salesiana.

Antes de morrer, Dom Bosco dirá aos seus Cooperadores: "Sem a vossa caridade eu não poderia ter feito nada; coma vossa caridade enxugamos muitas lágrimas e salvamos muitas almas".

Mas a maior obra que Dom Bosco deixa para a Igreja é o seu "sistema de educar os jovens". A quem lhe perguntava onde estava o segredo daquela maneira de "estar entre os jovens" que transformava grandes casas em "famílias" onde todos se queriam bem, respondia que tudo consistia em três palavras: razão, religião, bondade. Quando não se ameaça mas se conversa, quando Deus é o "dono de casa", quando não existe medo mas nos queremos bem, então é que nasce a família.

Dom Bosco morreu na aurora do dia 31 de janeiro de 1888. Aos salesianos que velavam ao redor do seu leito, murmurou nos derradeiros momentos: "Queiram-se bem como irmãos. Façam o bem a todos, o mal a ninguém... Digam aos meus meninos que os espero a todos no céu".

São João Bosco - rogai por nós!
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Fonte: "folheto" que ganhei de minha mãe.