São Pedro Julião Eymard


Salve Maria.

Hoje é dia em que a Santa Igreja celebra o dia de São Pedro Julião Eymard (apóstolo da Eucaristia e propagador do culto solene à Jesus Sacramentado). Posto hoje a história desse Santo, também como um ato cingelo de gratidão à Sociedade dos Servos da Eucaristia. Foi lá que conheci São Pedro Julião, e é lá (também) que a obra desse santo tão importante para a Igreja, continua viva até hoje, e se Deus quiser e abençoa-los essa obra se perpetuará.
Que Deus abençoe à todos os Padres, mas no dia de hoje em especial aos Padres e seminaristas dessa congregação que ainda é de direito diocesano, mas se Ele quiser chegará à ser de Direito Pontifico, para a maior honra e glória do Senhor.


 São Pedro Julião Eymard
Comemoração dia 03 de agosto

São Pedro Julião nasceu em 1811, em La Mure d’Isère, cidadezinha na diocese de Grenoble. O pai exercia a profissão de cuteleiro, e Pedro Julião trabalhou no ofício do pai e numa fábrica de azeite, até a idade de 18 anos. Nas horas de folga, estudava latim e teve algumas aulas com um sacerdote de Grenoble, para o qual trabalhou durante algum tempo, e em 1831 foi para o seminário de Grenoble. Foi ordenado lá, em 1834, e durante os cinco anos seguintes exerceu o ministério sacerdotal nas paróquias de Chatte e de Monteynard. O que pensavam dele vem expresso nas palavras do seu bispo, Monsenhor de Bruillard, quando o Abade Eymard lhe pediu permissão para ingressar na Congregação dos Maristas: “Eu provo minha estima por essa congregação justamente ao permitir que um sacerdote assim como vós ingresse nela”. Após o noviciado, ele foi feito diretor espiritual do seminário menor em Belley, e em 1845, provincial da congregação em Lyon. O Santíssimo Sacramento sempre fora o centro em torno do qual girava sua vida; “sem ele, eu estaria perdido”, e num determinado domingo de Corpus Christi, ao levar a Hóstia em procissão, ele teve uma experiência gratificante: “Minha alma ficou inundada de fé e amor a Jesus no Santíssimo Sacramento. Aquelas duas horas me pareceram apenas um instante. Depositei aos pés de Nosso Senhor a Igreja da França e do mundo inteiro, a todos os homens, a mim mesmo. Meus olhos se inundaram de lágrimas. Era como se meu coração estivesse sendo submetido a uma prensa de largar. Naquele momento, eu desejava que todos os corações estivessem dentro do meu e fossem abrasados pelo fogo do zelo de S. Paulo”.

Em 1851 o Pe. Eymard fez uma peregrinação até Notre-Dame de Fourvières: “Um pensamento só me dominava, e era este: que Jesus no Santíssimo Sacramento não tinha nenhuma instituição para glorificar o seu mistério de amor, cujo único objeto fosse a total consagração ao seu serviço. Deveria existir uma assim... Eu prometi a Maria que iria me consagrar a esse fim. Tudo estava ainda muito vago, eu não tinha a idéia de deixar a sociedade… Que horas eu passei lá!”. Os superiores o aconselharam que os seus planos até que estivessem mais maduros, e ele passou quatro anos em La Seyne. Durante esse tempo, ele recebeu incentivo do Papa Pio IX e o do Vem. João Colin, fundador dos Maristas, e decidiu-se a sacrificar sua vocação com a Associação de Maria e a dedicar-se a uma nova sociedade. Em 1856, com a aprovação do superior geral dos Maristas, ele apresentou o seu projeto da formação de uma instituição de sacerdotes-adoradores do Santíssimo Sacramento a Monsenhor de Sibour, arcebispo de Paris, e no final de doze dias repletos de ansiedade, o mesmo foi aprovado. Monsenhor de Sibour colocou uma casa à sua disposição, na qual o Pe. Eymard estabeleceu sua residência com um companheiro, e a 6 de janeiro de 1857, pela primeira vez, foi exposto o Santíssimo Sacramento em sua capela, e o Pe. Eymard fez sua pregação a um grande número de pessoas presentes.

Os primeiros membros da Congregação dos Sacerdotes do Santíssimo Sacramento foram o Pe. de Cuers e o Pe. Champion, começando eles com a exposição do Santíssimo três vezes por semana. As vocações foram lentas. Muitos eram os chamados, mas poucos os escolhidos. Eles tiveram dificuldades enormes. Tiveram que abandonar a primeira casa, e em 1858 conseguiram uma pequena capela no Faubourg Saint-Jacques, onde, durante nove anos, a graça de Deus foi derramada com tanta abundância, que o Pe. Eymard a denominou de “a capela dos milagres”. No ano seguinte, o Papa Pio IX emitiu um Breve cheio de elogios em favor da congregação, foi aberta mais uma casa em Marselha, e em 1862, uma terceira, em Angers. Por essa época, havia membros suficientes para estabelecer um noviciado regular, e a congregação se expandiu rapidamente. Os sacerdotes recitam o Ofício em coro e realizam todos os outros deveres do clero, subordinando-os ao seu ofício principal de manter a adoração perpétua ao Santíssimo Sacramento exposto, no qual eles têm a colaboração de irmãos leigos. Em 1858 o Pe. Eymard estabeleceu as Servas do Santíssimo Sacramento, irmãs essas que também têm a missão de consagrar-se à adoração perpétua e à difusão do amor a Nosso Senhor. E ele fundou a Liga Eucarística de Sacerdotes, cujos membros se comprometem a passar, tanto quanto possível, cerca de uma hora diária em oração diante do Tabernáculo. Mas o Pe. Eymard não limitou sua atuação somente ao clero e aos religiosos. Em sua Obra para os Adultos Pobres, ele apresentou perante a sua congregação a necessidade da preparação para a primeira comunhão de todos os adultos que não mais se encontram em idade de frequentar as aulas de catecismo na paróquia ou que não possam frequentar tais aulas, e ele organizou também a Arquiconfraria do Santíssimo Sacramento, cujo alcance é tão altamente estimado pela Igreja, a ponto de, através de uma lei canônica, estabelecer que se deve erigir em cada paróquia um dos seus ramos. Ele escreveu também inúmeros livros sobre a Eucaristia, os quais estão traduzidos em diversos idiomas.

Entre as dificuldades que assoberbavam a vida de S. Pedro Julião para criar sua fundação, uma das mais difíceis foi a critica hostil à qual foi submetido, logo no início da mesma, por ter ele deixado a Associação de Maria, e os detratores de sua obra não esperaram que ela tivesse início. Ele os desculpava, dizendo: “Eles não compreendem, e todos os que a ela se opõem estão lhe fazendo um benefício. Porque eu sei muito bem que ela precisa ser perseguida. Acaso Nosso Senhor não foi perseguido durante toda a sua vida?” Houve outras grandes dificuldades e desapontamentos, mas, apesar de tudo isso, a congregação foi aprovada pela Santa Sé, como ficou dito, durante a sua vida, e finalmente foi confirmada in perpetuum, em 1895. Ele era possuído de um admirável espírito de pietas: toda vez que visitava a casa da congregação em La Mure, ele fazia regularmente três “estações”: na fonte onde fora batizado, junto ao altar onde recebera a primeira comunhão e junto ao túmulo dos pais. E, novamente, em 1867: “Há quanto tempo desejei ver de novo a querida região da Chatte e de Saint-Romans”, cenas do início do seu ministério sacerdotal. O Pe. Eymard fora considerado um santo já desde aqueles dias, e durante toda a sua vida a impressão de sua santidade era cada vez mais reconhecida, em sua vida diária e em suas virtudes, em suas obras e através dos dons sobrenaturais que possuía. Por diversas vezes ele teve o conhecimento dos pensamentos das pessoas ausentes, lia o interior das almas, e mais e uma vez teve previsões proféticas. S. João Maria Vianney, que conheceu pessoalmente o Pe. Eymard, dele dizia: “Ele é um santo. O mundo obstaculiza a sua obra, mas sem o saber, pois ela fará grandes coisas para a glória de Deus. Adoração feira por sacerdotes! Que beleza! Digam ao bom PE. Eymard que eu rezarei todos os dias em prol de sua obra”.

Durante os últimos quatro anos de vida, S. Pedro Julião sofreu de reumatismo e de insônia, e os seus sofrimentos foram aumentando por dificuldades deprimentes. Numa ocasião, ele deixou entrever o seu desânimo. “Ele abriu o sue coração para nós”, escreveu o Pe. Mayet, em 1868. Dessa vez, disse ele, estou esmagado sob o peso da cruz, arrasado, aniquilado. Seu coração sentia a necessidade de procurar o consolo de um amigo, porque, como ele explicava, “tenho que carregar sozinho a minha cruz, de modo a não desanimar ou assustar os meus confrades”. O pressentimento da morte iminente era forte nele. “Eu retornarei mais cedo do que pensais”, foi sua resposta, quando a sua irmã insistiu com ele para que visitasse La Mure com mais frequência. Isso dói em fevereiro, e ele começou a percorrer os lugares em visita aos seus penitentes e a outros que o procuravam, falando-lhes como alguém que falava pela última vez. Em julho, ele ficou abatido, e o médico ordenou-lhe que deixasse Paris imediatamente. No dia 21, ele partiu de Grenoble numa carruagem rumo a La Mure. Fazia muito calor e chegou num estado de colapso e paralisia parcial. No dia 1º de agosto, ele faleceu. Realizaram-se milagres junto ao túmulo, antes d final daquele mesmo ano, e em 1925, Pedro Julião Eymard foi beatificado, sendo canonizado em 1962, durante o Concílio Vaticano II.

Existe um breve resumo da autoria de Lady Herbert, The Priest of the Eucharist (1898); uma vida excelente de J. M. Lambert, na série “Les Saints” (1925); uma biografia completa em francês de F. Trochu (1949), e uma outra em italiano de P. Fossati (1925). Veja-se também A. Bettinger, Pierre Julien Eymard et as Méthode d’Adoration (1927).
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Fonte: Vida dos Santos, vol. VIII Agosto, de Butler

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