Página Bíblica



Nos evangelhos, as narrativas da infância de Jesus estão repletas de simplicidade. Bem diversas das mitologias pagãs que faziam provir seus heróis de cenas grandiosas e fatos deslumbrados.

No evangelho se expressa em toda a verdade a face humana do Cristo: pobre, humilde e desconhecido. Matheus narra o nascimento com essa frase sóbria: “ELA DEU A LUZ A UM FILHO” (1,25) e Lucas completa a frase acrescentando: “E O ENVOLVEU COM FAIXAS E RECLINOU-O NUMA MANJEDOURA” (2,7). Jesus Cristo nasce numa pequena cidade. Pelas referências dos evangelistas é Belém. Numa cidade que naquele tempo podia ter de 1.000 a 1.500 habitantes. Nem se quer na própria casa nasceu. Nem mesmo num hotel. É obrigado a buscar uma gruta. Até a data de seu nascimento é nos desconhecida. E sabemos que o que mais individualiza uma pessoa é a data em que dá entrada nas história da humanidade. Celebrar um aniversário é celebrar uma pessoa. E a data do aniversário de Cristo não sabe. A referência de 25 de dezembro entrou nossos calendários para celebrar Jesus com uma verdadeira luz dos povos e sol de justiça. Surgiu por uma questão litúrgica, a fim de contrapor o culto do verdadeiro Deus as ruidosas pompas das celebrações pagãs do sol invicto que se costumava celebrar em Roma.

Sabemos como o Natal entrou em nossa vida. Caracterizou nossos primeiros anos de vida e deixou profundas impressões religiosas. Até mesmo para muitos o Natal é dos poucos resíduos de seu credo religioso. Mas o sentido bíblico do natal é bem mais profundo. Não é apenas um episódio isolado e desconhecido da vida do Salvador, mas o período de uma primeira manifestação aos homens e de sua presença salvífica.

Jesus é Messias desde o berço. É alguém que com todas as suas prerrogativas desde o primeiro momento de sua vinda entre os homens. Celebrar o natal é celebrar a pessoa de Cristo. O Natal não termina na infância de Jesus, o Natal é como que o inicio daquela pessoa que veio fazer sua morada entre os homens (Tt3,4). É uma vida que não se conclui num berço, mas que se prolonga através de gestos salvíficos como: sua pobreza, sua mensagem expressa nas BEM AVENTURANÇAS, seus milagres, sua paixão salvadora e principalmente sua ressurreição triunfante.

Que o Natal possa fazer descobrir mais plenamente a riqueza da pessoa de Jesus e coloca-la como o primeiro e grande valor dos bens oferecidos a todos os homens e da história.

Luiz dos Anjos

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