Salve Maria,
Segue abaixo um trecho de um artigo escrito por Dom Orani João Tempesta - Arcebispo da Arquidiocese do Rio de Janeiro/RJ, em 2010; em que ele fala sobre a Quinta-feira Santa, a instituição da Eucaristia e sobre o sacerdócio (afinal, nesse dia emcomunhão com o bispo local, todo o clero faz as renovações das promessas sacerdotais).
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Na Quinta-feira Santa à tarde, quando se inicia o Tríduo Pascal, a Igreja celebra a instituição do maior dos sacramentos, a Eucaristia. É o sacramento do amor – sacramentum caritatis. A oferta de Jesus na cruz foi sacramentalmente antecipada na última Ceia pelas palavras do Divino Mestre sobre o pão e sobre o vinho, respectivamente: "Isto é o meu corpo entregue. Este é o cálice do meu sangue, o sangue da Nova e Eterna Aliança, derramado..."
Dom Orani João Tempesta, impondo as mãos na ordenação presbiteral de um Frei Carmelita. |
Ao ordenar aos apóstolos a celebração da Eucaristia, Jesus instituiu o sacerdócio ministerial. Na Igreja, em virtude do Batismo, todos são inseridos no único sacerdócio de Cristo. Entretanto, como o plano de Deus obedece à economia sacramental, existem na Igreja aqueles que fazem as vezes de Cristo Sacerdote, Cabeça da Igreja. Estes são os sacerdotes ordenados. Ora, o sacerdócio ordenado existe para o bem do Povo de Deus. Pela pregação da Palavra, pelo governo da Igreja, pela celebração dos sacramentos – especialmente a Eucaristia –, o ministro ordenado, representando Cristo Cabeça, serve aos fiéis batizados a fim de que todos sejam associados ao único Sacerdote da Nova e Eterna Aliança.
Com efeito, Cristo inaugurou um novo sacerdócio, o sacerdócio da Nova Aliança. Os sacerdotes do Antigo Testamento ofereciam a Deus sacrifícios externos, como o novilho ou o cordeiro. Jesus, no entanto, ofereceu ao Pai a sua própria vida. De outra coisa não quis saber senão de obedecer em tudo ao seu Pai. O sacrifício que Jesus Sacerdote ofereceu a Deus é um sacrifício existencial, mas o sacrifício da vida conformada à vontade divina. A morte na cruz é o grande sinal de que Jesus não se acovardou, mas levou até o fim a missão que o Pai lhe confiara. Jesus é o novo Adão. O velho Adão desobedeceu a Deus, mas o novo foi-Lhe fiel até o derramamento do próprio sangue. [...]
O sacerdócio ordenado, na verdade, resulta de uma especial participação do sacerdócio de Cristo e, como tal, existe para o bem espiritual do Povo de Deus. Os ministros ordenados, sobretudo pela celebração da Eucaristia, perpetuam sacramentalmente o sacerdócio de Cristo e, assim, levam aos fiéis os dons da Redenção, associando a Igreja ao sacrifício de seu Esposo. A finalidade suprema é a união com Cristo e a tradução dessa união em gestos concretos de amor ao próximo. Deixar que a vida de Cristo seja a nossa vida é a grande meta de todos nós. Como Cristo ofereceu-se ao Pai, a Igreja também deve fazê-lo. E a força que ela recebe para isso vem do próprio Cristo, que, por seus ministros ordenados, atua eficazmente em favor de seu Corpo Místico.
O sacerdócio ordenado, na verdade, resulta de uma especial participação do sacerdócio de Cristo e, como tal, existe para o bem espiritual do Povo de Deus. Os ministros ordenados, sobretudo pela celebração da Eucaristia, perpetuam sacramentalmente o sacerdócio de Cristo e, assim, levam aos fiéis os dons da Redenção, associando a Igreja ao sacrifício de seu Esposo. A finalidade suprema é a união com Cristo e a tradução dessa união em gestos concretos de amor ao próximo. Deixar que a vida de Cristo seja a nossa vida é a grande meta de todos nós. Como Cristo ofereceu-se ao Pai, a Igreja também deve fazê-lo. E a força que ela recebe para isso vem do próprio Cristo, que, por seus ministros ordenados, atua eficazmente em favor de seu Corpo Místico.
Recorda-nos o rito de ordenação de presbíteros: “Este irmão, após prudente exame, será constituído sacerdote na Ordem dos Presbíteros para servir ao Cristo Mestre, Sacerdote e Pastor, que, por seu ministério, edifica e faz crescer o seu Corpo, que é a Igreja, como povo de Deus e Templo do Espírito Santo.” E ainda: “Desempenha, portanto, com verdadeira caridade e contínua alegria, a missão do Cristo sacerdote, procurando não o que é teu, mas o que é de Cristo”.
Que a Quinta-feira Santa, dia da Eucaristia e da instituição do sacerdócio ordenado, seja para o Povo de Deus, principalmente para os sacerdotes, o grande dia de contemplar o amor de Deus. O Senhor deixou à Igreja o sacramento da caridade, e o sacerdócio ordenado, que, nas palavras de São João Maria Vianney, é “o amor do coração de Jesus”. Que o Ano Sacerdotal, que ora celebramos, reavive em nós a consciência da importância da Eucaristia e dos ministros ordenados para a vida da Igreja. E os ministros ordenados agradeçam ao Senhor, sabendo que tudo é dom de Deus para o bem da Igreja, e sejam fiéis ao dom recebido, mostrando pela vida e pelas palavras que a fidelidade de Cristo é que garante a fidelidade do sacerdote. “Seja, portanto, a tua pregação, alimento para o povo de Deus e a tua vida, estímulo para os féis, de modo a edificares a casa de Deus, isto é, a Igreja, pela palavra e pelo exemplo”.
Ao agradecer a Deus pelo Seu Filho presente entre nós, de modo especialíssimo pela Eucaristia, pois acreditamos nas Palavras que Ele nos deixou nas Escrituras, rezemos também pelos que são chamados a servir ao Povo de Deus no ministério sacerdotal, entregando suas vidas para a glória de Deus e a santificação das pessoas.
Ao iniciarmos com esta celebração da Ceia do Senhor as celebrações pascais deste ano, permitam-me agradecer a todos pela comunhão e unidade e desejar que a Páscoa que ora vivemos possa iluminar todos os momentos de nossas vidas e ser o centro de toda a nossa história. Ter a certeza de que, com Cristo, passamos da morte para a vida, e na madrugada do primeiro dia da semana, iremos, também nós, anunciar ao mundo a grande notícia: o Senhor está vivo, Ele está conosco, Ele Ressuscitou! Aleluia!
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Fonte: Canção Nova
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