Procissões I

Salve Maria,

Vamos começar hoje uma curta série de postagens em que trataremos de Procissões.
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As procissões são expressões de fé de forte significado, elas constam basicamente do deslocamento do celebrante e de seus auxiliares, ou de toda a assembléia dos fiéis, de um local para outro. Significam o povo de Deus a caminho do Reino dos Céus. Apesar de um significado geral relativamente simples, existe um rico cerimonial por trás das procissões que vai desde a procissão de entrada até as procissões episcopais eucarísticas. Nessa pequena série de postagens, tentaremos explicar de maneira suscinta todo esse cerimonial na forma ordinária do Rito Romano.

Procissões de Entrada/Saída

São as procissões mais simples e comuns da liturgia. É aconselhável ter procissão de entrada nas missas mais importantes, como domingos e dias de festa. Nela, o sacerdote caminha em direção ao altar para celebrar o santo sacrifício, assim como Jesus foi em direção à Jerusalém, para se entregar por nós.

Na parte da frente vai sempre a cruz processional, rodeada pelas velas; as velas para essa procissão podem ser em mesmo número das velas que se encontram sobre ou junto do altar. Se se usa incenso, ele é levado à frente da cruz. A cruz é o principal elemento dessa procissão, tanto que, na forma extraordinária, é levada pelo sub-diácono.

Procissão de entrada na forma extraordinária do rito romano
Na forma ordinária, quem leva a cruz é um acólito, o cruciferário. Ele segura a aste da cruz com as duas mãos próximas. As velas, postas nos castiçais, são levadas pelos ceroferários. Os dois primeiros colocam-se de um e de outro lado do cruciferário, um passo atrás dele, os demais colocam-se imediatamente atrás dos primeiros e, se houver um sétimo ceroferário, ele vai entre os dois últimos. Aqueles que se põe do lado esquerdo, segura mais embaixo com a mão direita e no meio com a mão esquerda e vice-versa, de modo a ficar com o cotovelo para fora. O que se põe ao centro, assim como o cruciferário, pode escolher qualquer uma das posições.

Início de uma procissão de entrada na Basílica de São Pedro
Atrás das velas, vão os ministros leigos, os clérigos que não concelebram e os diáconos, dois a dois. Entre estes e os concelebrantes vai o Evangeliário. Quando está presente o diácono, é ele quem leva na procissão de entrada e de saída. Não havendo diácono, o evangeliário é levado por um leitor (ou mesmo acólito), mas apenas na procissão de entrada.

Por fim, vai na procissão o celebrante, precedido por dois diáconos assistentes, se houver. Um ou dois cerimoniários podem ir um pouco atrás dele. E, se for bispo, vão atrás deles quatro acólitos-assistentes: primeiro o baculífero com o mitrífero e, depois o librífero e o "sacrofonista".

Bento XVI em procissão no início de uma celebração


A procissão de entrada parte da porta principal da igreja ou da sacristia, conforme o costume; em se tratando de uma igreja maior, pode-se começar a procissão em uma das portas laterais. Ao chegar no presbitério, quem leva o incenso, a cruz e as velas sobem sem fazer reverência. Então colocam a cruz e as velas junto do altar ou, já havendo outra cruz ou já havendo um desses símbolos aí, colocam-nos na sacristia ou na credência. Os demais ministros, fazem inclinação de corpo ao altar ou genuflexão se houver santíssimo e, então, sobem os degraus e se dirigem para seus lugares. Se for o acólito a levar o evangeliário, ele sobe ao presbitério sem fazer reverência e coloca o evangeliário ao centro do altar, então vai para seu lugar; se for diácono, faz o mesmo e após colocar o evangeliário ali oscula o altar.

Os diáconos assistentes, fazem reverência, sobem o altar e esperam o celebrante para beijarem o altar. O celebrante se for presbítero, faz inclinação de corpo ao altar ou genuflexão, sobe ao altar e o oscula. Se for bispo faz o mesmo, porém, antes de fazer a reverência, depõe mitra e báculo.

Para a saída, faz-se de maneira análoga: na mesma ordem em que entraram, todos fazem reverência ao altar e, se for o caso, o beijam. Saem processionalmente atá a sacristia; lá chengando, faz-se reverência à cruz.

Procissão do Evangeliário

Em toda missa, o sacerdote se desloca de sua sédia até o altar, onde se curva ao altar e reza a oração de preparação em voz baixa, então segue até o ambão, onde lê o Evangelho, o que já configura uma pequena procissão, mas existe um rito processional mais rico que se faz quado existe a presença do diácono ou, ao menos, quando se Evangeliário.

Se dirigem para a sédia os acólitos com o incenso e as velas e o diácono. O turiferário e o naviculário se ajoelham à frente da sédia, o sacerdote coloca três colheres de incenso no turibulo e o benze. O diácono se aproxima, faz reverencia, se curva e pede a bênção; o celebrante abençoa traçando a cruz, então o diácono se levanta volta a fazer inclinação de corpo. Então, seguem ao altar, onde o diácono toma o livro dos evangelhos e se dirigem ao ambão.

Aqueles que levam as velas colocam-se de um e de outro lado do ambão, aqueles que portam turíbulo e naveta ficam do lado direito do ambão. O diácono então faz a incensação e a leitura conforme o rito próprio.

Procissão do Evangelho na Basílica de São Pedro
Ao fim da leitura, o próprio diácono beija o livro ou leva para o celebrante beijar; ou ainda, beijando-o ou não, leva-o para o celebrante, se for bispo, dar a bênção com o Evangeliário. Nos dois últimos casos, faz-se ao fim da proclamação do evangelho uma pequena procissão, pelo caminho mais curto até a sédia. Lá chegando os acólitos com o incenso e as velas seguem em direção à sacristia, o acólito entrega o evangeliário ao celebrante, aberto se ele for beijar ou fechado se for apenas dar a bênção. Depois do ósculo e/ou da bênção, o diácono sozinho leva o livro a um local conveniente.

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*Essa série de postagens está sendo importada do blog Salvem a Liturgia, como referência abaixo.
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Fonte: Salvem a Liturgia - por Kairo Rosa Neves de Oliveira

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